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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Rock Vibrations Entrevista : Gutted Souls


Continuando a nossa série de recentes entrevistas, agora trago uma banda que me impressionou com sua técnica em fazer Metal extremo com qualidade, além de conseguir ter identidade própria.

Com vocês, Gutted Souls :


1 - O Death Metal praticado por vocês é digno das grandes bandas do cenário mundial... como se manter com essa qualidade?
R: Salve, sou Iron, vocalista do Gutted Souls.
Ficamos gratos pelo elogio.
Tivemos bastante tempo pra aperfeiçoar a arte, ficamos muito tempo compondo, recompondo, testando técnicas e arranjos diferentes.
Acredito que o tempo de maturação dos músicos levou a uma visão mais ampla do que é música.

Os músicos do atual line-up possuem influências muito diversas dentro e fora do metal e isso acaba refletindo nas músicas. O que nos ajuda, é pegar todos estes diferentes elementos e coloca-los unidos por uma direção filosófica e musical.

Temos uma boa ideia de como queremos soar e estamos indo nesta direção, mais perto a cada álbum.


2 - Vemos em "The Illusion of Freedom" canções com bastante melodia e peso na medida...
A produção é muito boa, por sinal.
Para chegarem neste resultado, vocês tiveram alguns percalços, certo?
R: Sim. Inúmeros percalços. Mudanças de formação, dificuldades de grana, entre outras coisas.
Mas superamos tudo e aqui estamos.


3 - Quais os conceitos por trás destas ótimas canções?Elas possuem ligações?
R: Este primeiro trabalho almejava mostrar de uma maneira geral os temas que a banda busca abordar nos próximos trabalhos.

É o meu entendimento, enquanto letrista e formador do conceito filosófico por detrás da banda, que a sociedade moderna está em colapso, e que este colapso possui uma dimensão individual, uma dimensão social, e uma dimensão metafísica.

A faixa ”Being Human” trata da dificuldade em seguir os mesmos valores, permanecer “humano”, frente a uma perda avassaladora, como por exemplo em um genocídio. O pano de fundo e inspiração para ela foi a guerra na Síria. Temos um lyric video feito para ela.

“The Authoritarian Follower” fala sobre a personalidade autoritária, a que os seguidores de psicopatas loucos por poder possuem.
Um psicopata sozinho é uma ameaça relativamente auto-contida: são os seguidores que fornecem o poder necessário para que ele (ou ela) possa arruinar a vida de milhares.

“Mondo Psycho” é uma faixa que fala sobre a insanidade moderna de colocar celebridades que mal conseguem se manter em pé como ídolos de conduta.

“The Undying Stars”, uma de minhas favoritas, é sobre a agonia de perceber a mecanicidade em si mesmo. Sobre como mudanças de comportamento são árduas e tortuosas.

“Snakes in Suits” fala sobre um tipo de psicopata que não é muito comentado, mas é o que mais afeta eu e você: o psicopata de terno, que delira não em enfiar a faca na sua garganta, mas sim em exercer poder corporativo e político. A serpente de terno.

“Psychopathic Ruler” fala sobre os ditadores, ponto também necessário de ser discutido. E sobre como eles podem ser substituídos pelo sistema quando necessário.

“Addicted to Power” é sobre as motivações internas do psicopata.

“Unconscious Automaton” é sobre os efeitos desse sistema doentio sobre a psiquê humana, manifestada como uma doença psicossocial chamada de wetiko pelos índios Cree.

“Dancing To the Sound…” é uma história sobre um marine, que sofre lavagem cerebral. Inspirada no programa greenbaun.

Como este era o primeiro disco, ele foca muito no aspecto social. Os outros aspectos são apenas pinceladas, incluindo as referências metafísicas, que serão reconhecidas pelos estudiosos do tema.


4 - Pensam em lançar videoclipes?
R: Sim, estamos preparando um videoclipe de um dos sons do disco, “The Undyiing Stars”.
Vai narrar de forma visual o conflito narrado na letra. 
Acreditamos que será impactante.


5 - Tenho visto muitas bandas da cena do Rio de Janeiro surgindo com uma sonoridade ímpar... a receptividade do público tem sido boa?
R: A receptividade do público é muito boa! Tanto no Brasil quanto no mundo afora.
Temos resenhas em várias línguas, e estamos conquistando nosso espaço.


6 - Outra coisa que chama atenção em "The Illusion of Freedom" é sua bela arte de capa... como chegaram nesta concepção?
R: Essa é uma história interessante.

Eu vi uma capa fantástica sendo anunciada num concurso por um artista chamado Max Winter, que fez capas pra um bocado de bandas de renome.
Entrei no concurso… e perdi! Mas o Max gostou de mim e me ofereceu uma outra arte.
Fomos trabalhando juntos e o resto é história.
O conceito é esse: uma carcaça corroída pelo tempo, ou talvez pela iluminação que paira em sua mente.


7 - Como está a expectativa para o "Extreme Hate Festival" com tantas bandas grandes no line-up?
R: O Extreme Hate será o primeiro festival desse porte que tocaremos. Já abrimos pro Obituary, para o Krisiun, mas nada nesse nível.

Estamos ansiosos para levar nosso som a um palco desse nível!


8 - Quais os próximos planos da banda?
R: Temos em mente um videoclipe e mais alguns vídeos ao vivo e em estúdio.
Já iniciamos o processo de composição para o próximo álbum, e em breve estará pronto.

Nesse próximo, o foco é o indivíduo, e o processo de sua possibilidade de ascensão alquímica.
O álbum será dividido em três atos, será interessante.


9 - O streaming tem sido muito importante para as bandas, mas, até que ponto isso pode prejudicar em vendas de mídia física?Seria ela substituída um dia?
R: Não vejo a mídia física sendo substituída imediatamente. Acredito que são complementares. Ainda vendemos muitos CDs físicos, e tem gente que nos ouve via streaming. E, contrariando as expectativas, o vinil voltou com força total.
No fim, a música é cíclica, como o resto.


10 - Chegamos ao fim... gostaria de deixar um recado?
R: Agradecemos a todos os nossos fãs e apoiadores.
O metal é construído na troca ente nós e os fãs e boa parte disso se dá no ao vivo.
Nunca troquem a adrenalina do show por assistir vídeos em casa.
Ver os vídeos, ouvir música no streaming é bom, mas o ao vivo é o alicerce desse estilo.
Vemos vocês na estrada!


Fico muito agradecido pela oportunidade e, aproveito para agradecer também a oportunidade que o brother Gleison Junior (nosso parceiro e idealizador da Roadie Metal) nos deu, fazendo todo o trâmite para tornar possível a entrevista.


Acessem a Roadie Metal através dos links abaixo :

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