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quinta-feira, 2 de abril de 2020

Álbuns Comentados R.V. : Metallica #1 - Kill 'Em All


Falar sobre o início do Metallica (ainda mais para um fã) é como aquelas histórias que todo avô nos conta e você não cansa de ouvir mesmo sendo repetida 300 vezes ao ano.

Como sabemos, James Hetfield se encontrou com Lars Ulrich em 1981 após um anúncio no "The Recycler" e o resto é somente história... claro, algumas mudanças como a de Dave Mustaine sendo despedido por abuso de drogas e álcool, além do baixista Ron McGovney saindo por conta própria após descobrir que seria substituído (dentre outros fatos) fizeram do início do "pré-Kill 'Em All" uma verdadeira jornada.


James Hetfield e Lars Ulrich, os mentores do Metallica


PapaHet era um cara muito pacato, estava "preso" em conceitos ligados à religião de sua mãe que era definida como a de "Cientista Cristão" (na qual acreditava-se no poder da fé para inúmeras situações como a de não precisar fazer exercícios ou ter curas instantâneas), conviveu recluso em muitos momentos como sabemos, viu seu pai caminhoneiro (Virgil) abandonar sua casa bem cedo, além da perda prematura de sua mãe (Cynthia) após um câncer (a mesma acreditava que não precisava de remédios pois sua fé de alguma forma poderia curar seus malefícios, o que infelizmente sabemos que não ocorreu), deixando James ainda mais problemático mentalmente (e retratado em forma de desabafo futuramente nas canções "The God That Failed" e "Until It Sleeps", além da uma faixa muito pessoal/sentimental "Mama Said").

Ainda criança por volta dos 9 anos de idade, o mesmo começou a tomar aulas de piano, assim como bateria um pouco depois, o que lhe rendeu boas influências para ter seu primeiro projeto, o "Obsession" (que em seu line-up contava com Ron Veloz no baixo e bateria, Jim Arnold na guitarra e Hetfield no vocal, além de Mcgovney e Dave Mass como seus roadies.

James e Ron Veloz durante show do Obsession


Um fato interessante é que James já compunha nessa época, mas segundo o mesmo, não gostava da reação dos que o assistiam pois sempre esperavam canções covers já que suas influências vinham de bandas badaladas da época como Black Sabbath, UFO e Thin Lizzy.

Após se mudar, ele conheceu o baterista Jim Mulligan em sua nova escola e ambos começaram a ensaiar durante seu tempo livre, quando tiveram contato com outro fanático por Rock na mesma escola, o guitarrista Hugh Tanner (que segundo James, sempre andava com um modelo quebrado com silver tape por todos os lados).

Assim, nascia o seu segundo projeto, o "Phantom Lord" (sendo que o baixo era tocado por vários amigos que se dispunham); porém, após terminar seus estudos, voltou a morar em Downey e foi morar com seu amigo Mcgovney que se convenceu de ser o baixista fixo para o line-up que havia criado, além de ter cedido uma casa que funcionaria como um "QG" dos ensaios (o espaço seria demolido pelos pais de Ron, mas o mesmo os convenceu para manter tudo e poderem usar), e então, era formado o terceiro e último projeto antes do Metallica, o "Leather Charm".

A partir daí, conseguiram tocar em alguns pubs e finalmente ganharam seus primeiros trocados, mas nem isso foi possível para que a banda pudesse continuar, pois com a saída de Tanner (sendo substituído por Troy James, guitarrista amigo de ambos) e Mulligan indo para um projeto de Rock progressivo, não tiveram opção.


Lloyd Grant ao lado de Jason Newsted e Ron McGovney já nos anos 90

Ao que se sabe, o início da reunião de James e Lars incluía uma série de idéias que jamais passou de 1 mês como a adição de um guitarrista solo chamado John Roads, a participação de Lloyd Grant (um guitarrista até versátil mas diferente do que teriam que buscar) ajudando na concepção do que seria o solo de "Hit the Lights" em sua fase demo (que contou com inúmeras versões) e até John Bush como vocalista (que em 1984 estava estreando no "Armored Saint"), além do ex Misfits Glenn Danzig (que a banda sempre demonstrou admiração).

James em um primeiro instante não quis cantar (de fato isso foi afirmado pelo mesmo como sendo um vocalista que "foi forçado a ocupar o posto" por falta de opções), mas os rumos mostraram o caminho certo para o mesmo, que só se firmou pessoalmente em "Master Of Puppets" (1986) pois em "Ride the Lightning" o plano de trazer John Bush era muito vivo ainda, o que acabou tendo assunto encerrado após reuniões com Lars e seu staff.

Um dos fatos históricos dos primórdios da banda era que Lars tinha um kit de bateria nada apresentável e James logo percebeu sua falta de destreza para o mesmo, que precisava pausar inúmeras vezes o ensaio para que pudesse recolher um prato que não conseguia ficar preso (o que fez James indagar sobre o que de fato estavam a fazer, e Lars pediu insistentemente que não desistisse dele e o projeto).

Lars, como também sabemos, veio da Dinamarca para os EUA tentar uma carreira de tenista pois seu pai era um dos melhores de sua época, lhe rendendo uma boa vida, regada á certos luxos que James logo se irritou e o apelidou de "nanico arrogante", dentre outros nomes comuns entre os que o conheciam.
O então "nanico" foi um dos primeiros a ter materiais de bandas britânicas nos EUA (tem que diga que o mesmo foi o responsável pelos primeiros discos da NWOBHM que muitos desconheciam em solo americano).


A primeira formação estável da banda com Ron McGovney, James Hetfield,
Lars Ulrich e Dave Mustaine

Com a saída de Mustaine (que segundo Lars só havia entrado na banda por ter equipamentos de última geração) no início de 1983 (segundo alguns atrapalhado a viagem da banda para as gravações do álbum pois o mesmo estaria bêbado e havia batido a van que a banda alugou), recrutaram um dos fundadores do Exodus e que o próprio Hetfield achava interessante em termos de performance, o recém saído da fase adolescente Kirk Hammett.


Dave Mustaine já nos seus últimos dias com a banda demonstrava muito interesse em disseminar seus vocais, tendo inclusive entre os fãs uma versão do debut intitulada "Dave 'Em All', um bootleg com versões do mesmo liderando toda parte cantada


Sua contribuição apareceu 1 mês depois de sua chegada quando a banda partiu para as gravações no "Music America Studios" localizado em Rochester (Nova York) em Maio de 1983, sendo que algumas das canções eram de co-autoria de Mustaine como o caso famoso da faixa "The Mechanix" que a banda adaptou com Kirk adicionando novas linhas e James redefinindo conceitos sob o título de "The Four Horsemen" (sendo assim; o formato original foi utilizado por Mustaine mais tarde em sua banda, o Megadeth).



Uma das características mais marcantes da banda é sua proximidade com o público


Já McGovney foi substituído por aquele que se tornaria um ícone em poucos anos, o magistral baixista Cliff Burton, pianista e instrumentista versátil, carregava consigo a promessa que fez ao seu irmão de ser tão bom quanto o mesmo que havia falecido.
Cliff participou de bandas desde muito cedo, as mais famosas certamente "Agents of Misfortune" (com Jeff Martin que mais tarde se tornaria guitarrista do Faith No More") e o "Trauma" (no qual Lars assistiu seu show por recomendação e se encantou pelo seu som e foi até o backstage tentar convencê-lo de alguma maneira para entrar em sua banda, o que de fato foi negado em primeira instância mas logo os planos se cruzavam para tudo dar certo).

Em 25 de Maio daquele 1983 nascia o que para muitos é o "marco zero" do Thrash Metal (que sinceramente, a banda apenas "levou" de acordo com os fãs e mídia especializada pois Lars Ulrich sempre preferiu minimizar rótulos) analisando anos depois que a banda almejava apenas bons sons e direcionamentos que pretendiam exacerbar como músicos e fãs de Metal num todo, além de poder atrair seguidores e se divertirem.



A arte de "Metal Up Your Ass" serviu para ilustrar uma demo lançada em novembro de 1982, pouco tempo após a mais famosa entre os fãs, "No Life 'Til Leader", contendo o material que viria se tornar a base de Kill 'Em All


O título?Bem, essa história também é famosa, pois naquele auge de histeria, bebidas alcoólicas e muitas festas, pensavam em muitos trocadilhos e histórias mirabolantes, portanto, nada mais justo que um nome para definir o "espírito jovem" que pairava sobre os 4 integrantes e então, "Metal Up Your Ass" em um tom bastante brincalhão surgiu e acabou fazendo a cabeça de vários, mas como todos sabem, jamais a gravadora iria aceitar tal título, sendo substituído por "Kill 'Em All" (palavras retiradas do nervosismo de Cliff Burton após reclamar do nome anterior negado pelos "magnatas" da empresa que iria distribuir seu som, proclamando "I Hate the Managers, let's just Kill 'Em All", e assim, alguém gritou "Yeahh" e o resto você deve imaginar).

Seu som era cru, rápido e denso, baseado em bandas como Misfits, Discharge e muitos nomes da NWOBHM como Iron Maiden, Diamond Head, Saxon, Motörhead e Satan (dentre muitos outros).
"Hit the Lights" (tendo Hetfield, Grant e Ulrich como autores) foi lançada inicialmente na famosa coletânea "Metal Massacre" e logo chamou atenção de muitos (tendo sido uma das grandes influências para os integrantes do Kreator no início pois os mesmos diziam ter ficado impressionados com sua velocidade e peso, algo que também buscavam mas ainda não haviam tido um exemplo real de como poderiam compor).

O desfile de clássicos continua por "The Four Horsemen" (com Hetfield, Ulrich e Mustaine compondo) "Motorbreath" (de Hetfield), "Jump in the Fire" (de Hetfield, Ulrich e Mustaine), "Anesthesia (Pulling Teeth) (um belo instrumental de Cliff), "Whiplash" (de Hetfield e Ulrich, mas que Mustaine diz ter participação em bases e solo, o que nunca foi afirmado pela banda), "Phantom Lord" (de Hetfield, Ulrich e Mustaine), "No Remorse" (de Hetfield e Ulrich), a icônica "Seek & Destroy" (de Hetfield e Ulrich) e por fim mas não menos rápida e densa, "Metal Militia" (de Hetfield, Ulrich e Mustaine).


Com Cliff e Kirk, a banda conquistou solidez e conseguiu seu lugar ao sol em apenas 4 anos com 3 excelentes álbuns


Precisamos dizer mais?sim, o Exodus iniciou em 1979 e isso faz com que muitos julguem o fato do início do Thrash Metal estar ligado à isso, mas como citado acima, Lars nunca se importou com o rótulo (James inclusive deixou escapar uma vez que achava o Motörhead o mais apropriado para o título de banda pesada e rápida como eles eram nomeados).

Os números de Kill 'Em All não foram tão abrangentes mas relevantes para uma banda de garagem, sendo 3 milhões de cópias vendidas só nos EUA e garantindo seu lugar na lista de maiores álbuns de Metal de todos os tempos da revista Rolling Stone (na posição 35).

Muitos também aderem o som deste álbum como o possível precursor do Speed Metal, mas isso também depende de sua visão sobre tal crédito, não é mesmo?!

E por falar em visão, buscamos opiniões de fãs da banda para completar ainda mais nosso primeiro review sobre o Metallica, então, acompanhe logo abaixo o que fãs da página MetallicaBrOficial do Facebook tem a dizer sobre este debut clássico :


"O 'KEA' para mim foi o marco de um gênero, é totalmente visceral e robusto com uma energia jovem. A minha faixa favorita é a 'fucking' Whiplash e o que acho de curioso no álbum, de um lado positivo, são as grandes inspirações por outras bandas que tiveram impacto preciso no final das contas em cada faixa. Kill 'Em All é uma homenagem para o metal" 
(Marcelo Sartori)


"O álbum é 'OTEEEMOOO'.
Faixa preferida é a Seek And Destroy.
Lembro-me que uma vez, na epoca do Orkut...alguém da Metallica Brasil comentou que essa mancha de sangue parece um rostinho (aqueles memes pioneiros lá ... Tipo do Poker Face)
Depois que recortaram essa mancha de sangue... eu nunca mais consegui ver como mancha de sangue e sim como um rostinho (muitos risos)."
(Kleber Urich Mena)


"Álbum foda.
Minhas preferidas são No Remorse e Whiplash."
(Rafael Silva)


"O álbum todo é maravilhoso pra mim, mas minha preferida é Metal Militia."
(David Silva)


"O Segundo melhor álbum do Metallica na minha opinião, a melhor faixa é The Four Horsemen".
(Nícolas Barbosa)


"Todas as músicas são fodas, mas minhas preferidas são "No Remorse" e "Seek and Destroy".
(Elielton Lima)


"Álbum foda demais".
(Gabriel Bueno)


"Mano, com certeza é o meu álbum favorito devido a proposta do som que eles mostram pra cena do Thrash Metal mundial com um som bem caracterizado e sujo (risos) amo de mais.
É difícil escolher uma música nesse álbum, mas eu fico entre The Four Horseman, Jump in the Fire e Metal Militia
Uma curiosidade desse álbum foi na gravação dele onde o James e o Kirk só tinham uma guitarra pra tocar (risos)".
(Josue Nascimento)


"O ano era 1991 ou 92. Época de informações escassas, só se sabia pelas rádios e revistas.
Tinha lido que o "Kill" era um disco raro, difícil de achar. Tinha um moleque brother meu que era riquinho e meio mangolão, aí tinha outro lá que vivia batendo nele.
Um dia cansei e botei o paiaço pra correr e o moleque ficou meu fã.
Foi como ganhei o Kill' Em All.
Nem acreditei quando estava levando o disco pra casa. E mais ainda, não acreditei como o disco era fantástico após ouvir".
(Rodolfo Soares)


"Precursor do Thrash Metal
Whiplash e No Remorse
Era para se chamar Metal Up You Ass, mas a gravadora censurou e Cliff  disse “Kill ‘Em All”, os caras gostaram e acabou ficando o nome do disco".
(Eduardo Ruesch)


"Falar o que? Kill 'Em All de certa forma mudou a minha vida. Pra mim um dos melhores álbuns da história do rock.
Melhor álbum de Speed Metal e creio que seja mesmo o marco zero do estilo Thrash Metal.
Marcou muito minha adolescência.
Amo até os ruidinhos das palhetas nas cordas. Rih rih rihri rih...".
(Pedro Leiva Arzola)


"Álbum maravilhoso, foi o que me fez gostar da banda, melhor música desse álbum pra mim é Seek And Destroy."
(Micael Keven)


"KEA é o marco zero do Thrash.
A minha faixa preferida é a Motorbreath.
Acho que tem uma das capas mais espetaculares do metal".
(Tiago Vieira)



Gostou?concorda com o que foi dito?Nos dê sua opinião e fique ligado pois a nossa discografia comentada está só começando, logo iremos coletar novas opiniões na página Metallica Brasil no Facebook.
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