Em parceria com meu brother Aires Trajano (Caos Extremo) pude ter novamente uma oportunidade para conversar com uma ótima banda e apresentar um pouco do trabalho para você, leitor.
Confira logo abaixo o bate papo com o guitarrista Parahim Neto da banda Carniça:
1. A pandemia de fato atrapalhou muitos setores no mundo e para nós que trabalhamos com música, foi algo devastador, afinal, o contato com o público é essencial, não é mesmo?! O que tiveram que fazer para melhorar essa situação?
Na verdade, a crise continua, a pandemia continua.
Mas nesse contexto, a Carniça precisou fazer o mesmo que muitos artistas fizeram: trocar a roda com o carro andando e encontrar novas formas de se relacionar com o público.
Na verdade um processo que pra gente já vinha acontecendo, mas se acelerou gigantemente na pandemia.
Basicamente ampliamos o olhar para os canais digitais e apostamos em participações em “lives”, entrevistas e shows, além de estarmos procurando diversificar no formato de distribuição de música, com foco digital, trabalhando por exemplo com ideia de single, que pra gente é novidade.
2. Sendo um dos pioneiros no estilo, creio que suas influências e dinâmicas tiveram muitas mudanças na forma de compor durante tanto tempo, até porque existe a questão da vivência do momento e o que reflete em sua forma de criar algo, mas, como avaliam o trabalho da banda atualmente?acreditam que após 30 anos de estrada, já chegaram ao âmbito seguro, digamos?ou gostam sempre de ter aquele nervosismo de serem testados para um novo trabalho diante do público?
A gente acredita que chegou num momento de amadurecimento do nosso estilo, estamos mais seguros, sim. Ainda assim, tem isso de querer se testar.
No nosso novo trabalho, por exemplo, estamos buscando detalhes de sonoridade diferentes do que fizemos antes, mas sempre mantendo e, melhor, aproveitando a identidade construída.
3. O que podem nos adiantar sobre o novo álbum?a arte ficou a cargo do ótimo Alcides Burn, certo?ao meu ver, ela tem muitos elementos vivenciados atualmente e tenho certeza que deverá ser diretamente influenciada pelas temáticas que abordaram em suas faixas.
Certíssimo! O álbum vai abordar sim o contexto social atual. Não podemos dizer que é uma novidade, menos ainda pra Carniça, que curte fazer isso, apontando as podridões nas quais a humanidade se embrenha.
Sobretudo num momento bizarro como este que vivemos, principalmente no Brasil.
Fazemos metal, vertente do rock, e se tem um estilo que combina com crítica e rebeldia diante de cenários absurdos e destrutivos é o nosso, certo? Então a gente vai pro pau mesmo, pra tentar trazer pra nossa gente reflexão do quão estamos involuindo em diferentes espectros da sociedade.
4. Mudar a formação foi algo complicado ou pela experiência estavam preparados para isso? Inclusive, isso também gera uma certa curiosidade para sabermos como irão soar neste novo registro, pois muitos gostam de sentir aquele feeling de uma banda coesa, né?!
Pois então, é uma situação de dualidade essa. Preparado 100% pra perder um integrante, nunca estamos, até porque a gente se prepara mesmo pra receber um integrante e acolhê-lo pra que se sinta bem e à vontade pra desempenhar um puta trabalho com a gente, com o feeling da banda. Mas acontece, e aí temos que correr, justamente pra que não impacte no trabalho, além do tempo mais estendido que essa situação acaba por demandar.
Mas, por outro lado, é um contexto forçado que pode proporcionar o frescor aquele que falávamos ali acima, com algum elemento novo se adicionando num processo de composição. Ainda mais quando temos uma base de banda muito forte, sustentando essas renovações, com integrantes que se conhecem quase desde sempre.
5. Pretendem apresentar vídeos para a divulgação de novas faixas?
Estamos ainda criando o cenário do novo trampo, mas com certeza vídeos se tornaram um formato de mídia importante pra banda, seja vídeo clipe ou lyrics songs.
Para o single Dogs of War, por exemplo, já fizemos algo improvisado nos moldes de distanciamento, mas teremos divulgações mais trabalhadas sim para o novo trabalho.
6. Além do álbum, podemos esperar muitas novidades para os próximos meses?
Dentro desse novo mindset que falávamos, sim, teremos novidades no álbum e fora dele, nas frentes de comunicação e merchandising da banda.
7. Obrigado pela oportunidade, gostariam de deixar um recado final?
Só agradecer demais o espaço e todo apoio do Rock Vibrations à cena metal nacional, assim como todos fãs e apoiadores da banda.
Se cuidem, por favor, usem máscara, não se aglomerem e cobrem a vacina e seus direitos, que no fim dessa pandemia poderemos celebrar todos juntos com muito metal e trago.
Abraços a todos! \\m//
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