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terça-feira, 16 de outubro de 2018

Rock Vibrations Entrevista : Daniel Monfil - Life In Black


Ser original hoje em dia não é tão fácil quanto parece, afinal, temos tantas bandas ao nosso redor e alcance que, fica praticamente impossível tentar distinguir quais delas soam realmente diferentes.

Com o Life In Black acontece justamente o lado de ser diferente, porém, soando atual, também como em algumas épocas passadas (o que é muito bom).

Abaixo, deixo o registro do ótimo papo que tive com o vocalista Daniel, um brother que sabe sobre seu papel no meio do Metal, e que consegue opinar de forma categórica e sincera sobre vários assuntos...


1 - Vamos começar pelo seguinte... As canções do novo disco já estão prontas, certo?Como foi esse processo?
R: Estamos na fase de pré produção das músicas, tem muita coisa que ainda irá mudar, mas inicialmente temos 20 músicas feitas para este álbum, grande maioria feita após o álbum anterior.


2 - Você liberou teasers de algumas faixas na última semana pelo Facebook e obteve um certo comentário da galera... pretende fazer mais?está gostando do resultado?
R: Sim, verdade! Temos alguns pedaços de músicas prontos e decidimos mostrar para o público e ouvir as reações, inicialmente vieram muitos comentários positivos a respeito dos Teasers, mas a intenção é mesmo confundir a cabeça dos ouvintes...
Pois ainda não se sabe, quais caminhos o álbum irá seguir.


3 - Na questão de videoclipes, pretende fazer como por exemplo para o primeiro single ou algo assim?
R: Já estamos trabalhando nisso, contatei o nosso velho amigo e produtor Claudio Tiberius e posso afirmar que junto com o álbum virá um clipe da música de trabalho sim.


4 - Falando um pouco sobre a sonoridade, percebi logo de cara que o Life In Black não soa igual à outras bandas nacionais, mesmo sendo muito bem produzido... quais os prós disso?
R: Isso é totalmente intencional, não queremos ser um novo Iron ou Metallica...
Mas serei sincero, hoje a banda não paga suas despesas com o que recebemos da nossa música ou shows... Então meio que decidimos fazer um som que agrade aos músicos da banda.

Então, resolvemos rasgar rótulos ou padrões, iremos fazer daqui pra frente o som que estivermos afim, afinal não recebemos por isso. 


5 - Em um bom papo que tivemos, você mencionou sobre algumas possíveis influências que estarão nas novas canções... Podemos esperar algo diferente e que mexa rapidamente com o pessoal?
R: Olha, como mencionei anteriormente, realmente esperamos neste álbum mostrar um lado mais complexo e obscuro do Life in Black , a temática já foi definida e será um álbum conceitual , mas onde o público também poderá ouvir as músicas individualmente.

Sobre influências, dessa vez buscamos tudo , hoje realmente ouvindo as músicas que compõem o disco, eu mesmo não consigo definir algo específico.


6 - Você havia me dito que tem a liberdade para compor o que desejar e achar melhor... Imagine criar uma canção diferente de tudo o que já fez... sentiria receio do público?
R: Nenhum receio, este álbum pode ser o álbum do ano ou o pior, faremos aquilo que estamos afim e não vamos seguir regras.

A banda continuará sendo um sucesso ou não...
Mas posso prometer que será um álbum muito bem executado e com muita Garra, igual o Broken Ego.


7 - Reformar o line-up ajudou com as coisas?Você havia me dito que agora fica á cargo de bastante coisa, mas, isso incomoda em algum aspecto?
R: A reforma infelizmente foi necessária para atingir onde pretendemos, mas infelizmente perdemos nosso guitarrista Ricardo Oliveira que, junto comigo e nosso outro guitarrista e vocalista Marcão, foi um dos fundadores da banda.

Hoje a banda se baseia os trabalhos nos 3 integrantes (Daniel, Marcão e Guerra), onde cada um busca o melhor nas suas funções...
Verdade que tenho alguns pontos a mais, mas não me incomoda não.
Pois acho que ficaram bem divididas as tarefas da banda... Mas agora o álbum está nas mãos do Marcão e minhas, e as idéias partirão das nossas inspirações.


8 - O Nevermore talvez seja a maior influência do Life In Black, certo?mas; vocês possuem sua própria linhagem, o que é excelente... Como chegou nesta escolha de melodias e vocais?
R: Então, quando eu sai do Hate for Revenge, onde cantava totalmente limpo, muito semelhante aos vocais dos anos 80, percebi que precisava mudar meu estilo, para algo mais atual e confortável para cantar.

Nunca imaginei soar como A ou B, mas posso dizer que as músicas foram saindo naturais á medida que foram compostas, mas deixo claro que sempre fiz vocais limpos, drives ou guturais.

Talvez no próximo tenha menos ou mais de algo destes estilos, mas minha forma de cantar atualmente é exatamente essa, igual foi ao álbum anterior.


9 - Abordando um pouco o lado burocrático... Os altos preços no Brasil com produções fazem muitas bandas desistirem de um álbum completo e, rumando para um E.P... O que fazer para "driblar" a situação?
R: Nosso guitarrista e produtor Marco Alexandre é proprietário do estúdio "Sign of Sanity" e tudo do Life in Black é gravado no estúdio dele, apenas a masterização foi feita no Estúdio "Absolute Master", que foi um grande parceiro da banda, talvez deixando o álbum mais coeso.
Mas fizemos o mesmo caminho da maioria das bandas, demo e CD... Agora faremos um single e depois o CD novo.

Mas hj infelizmente se não tivéssemos um aporte desde do "Sign of Sanity" do Marcão, não sei como seria, pois realmente o metal não se paga mais, tanto que fugimos do CD físico, justamente pra evitar gastos desnecessários.

Pois hoje, tudo é ouvido de forma virtual e os Streamings estão aí, detonando as mídias em geral.
Hoje tudo é voltado pra o mundo virtual, apenas tivemos que nos adaptar aos tempos modernos.


10 - O que você tem ouvido ultimamente?Poderia contar sobre suas influências atuais?E mais, elas causaram influências para as novas canções?
R: Ouvi muito Richie Kotzen, Sieges Even, Anubis Gate, Journey, Eclipse, basicamente meus "Hards e Progs".
Não sei se influenciaram, pois quando compomos é muito pessoal e principalmente este álbum que traz a história de uma pessoa que vai detalhar todos os pontos ruins da sua personalidade, serão 12 músicas onde trazemos tudo de ruim que uma pessoa pode ter, desde de ganância, inveja, soberba e até desprezo.


11 - Vemos hoje inúmeras bandas tocando em lugares públicos e até mesmo aos fins de semana na Avenida Paulista em "mini-eventos"... Fazer um show grátis é o mesmo que fazer um show em alguma casa de shows?Acredita ter diferenças?
R: Uma ótima pergunta... Hoje as casas de shows estão restritas as bandas covers, pelo menos 95%, então restaram alguns poucos espaços de shows.

Eu acho muito válido essas iniciativas, mas deixo claro que sou contra bandas covers e acho que tinha que ser o contrário...
Bandas de covers (sem personalidade e sangue sugas) nas calçadas e as bandas autorais nos lugares, ao menos dignos de seus trabalhos.


12 - Como você enxerga o futuro do Metal no Brasil?
Quer estar daqui há 10 anos fazendo música?
R: Futuro, olha, do jeito que caminha as coisas não haverá futuro...
Pois este câncer de bandas covers precisa ser extinguido, senão futuro não existirá.
Muita coisa precisa ser mudada, desde shows até produtores...
Mas o público é o principal a mudar, realmente não vejo com bons olhos o futuro do metal no Brasil.
E sim, daqui 10 anos pretendo ainda estar incomodando alguns com nossos álbuns.


13 - O apoio de mídia hoje em dia tem sido um pouco dividido entre bandas que criticam algumas fórmulas e outras que conseguem se firmar através de algum parceiro ou algo assim... Como você vê o lado administrativo da coisa?
R: Este lado é imprescindível, mas é o lado chato da coisa é que hoje vemos que com os contatos certos vc chega mais longe...
Mas basicamente, você precisa ter uma boa assessoria e também estar num casting de produtoras para conseguir os melhores resultados.

E se você tiver a sorte de conseguir um empresário ou produtor, melhor ainda.
Mas sem isso, digamos os caminhos são mais difíceis.


14 - Ainda neste assunto, o modo como as bandas são assessoradas hoje é um pouco diferente do que já foi, além do que, mídias alternativas (como a nossa) acabam também ajudando os grupos que ainda não foram "atingidos" pela grande parcela da imprensa grande...
Como tem visto esse lado do "faça você mesmo"?
R: Essa do "faça você mesmo" é uma alternativa, mas você não vai atingir certos veículos ou público...
Infelizmente você necessita sim de ajuda, a realidade hoje é outra e precisamos profissionalizar este lado metal, afinal? até outros estilos estão mais organizados que o metal.
E também acabar com as panelinhas que tanto destroem bandas iniciantes e muito boas.


15 - É inevitável não falarmos do Streaming... sabemos a facilidade que é encontrar seus discos favoritos e criar suas playlists... Mas, novamente o lado burocrático entra em pauta : como as bandas podem sobreviver á essa tecnologia?
R: Não digo sobreviver, mas é a realidade atual...
Talvez daqui uns anos mude novamente isso, mas hj vivemos isso e facilitou o processo.

E hoje as bandas não podem fugir disso não...
É lançar os álbuns lá e divulgar muito, público decide se vai gostar vai ouvir.
Essa de CD físico realmente ficou para trás, e acho que muitos já se adaptaram aos Streamings.


16 - Qual a motivação para continuar compondo e levando o Life In Black nos seus dias?Eu sei que você já recebeu alguns saldos negativos durante a carreira, e isso às vezes deve pesar...
R: Claro, já pensei várias vezes em parar e seguir como público...
Mas, ainda temos muita coisa pra criar e mostrar, talvez esse seja o principal motivo de ainda engolir uns sapos nessa cena metal.
E olha que não foram poucos ao longo deste 22 anos cantando.


17 - Finalizando, gostaria de deixar algum recado?
R: Agradeço à oportunidade desta entrevista e estar divulgando um pouco do meu ponto de vista sobre a cena metal...

Deixo um recado para todos que apoiam a banda Life in Black e seus integrantes :

Que estamos trabalhando arduamente no próximo álbum e espero mesmo que todos gostem do trabalho.
Será feito com muita garra e determinação!
Um grande abraço e claro …...Bora pro arrebento!


Gostaria de agradecer pelo tempo cedido, e, deixar aqui o espaço para futuras colaborações...

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