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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Rock Vibrations Entrevista : A Caverna


Através da parceria com a Wargods Press trazemos mais uma entrevista para você leitor.
A Caverna é um projeto bem bacana e que tem ótimas influências de décadas áureas do Rock num todo; o que poderá agradar rapidamente os mais sedentos pela vertente.

Confira abaixo o bate papo que tivemos :


1 - Um bom trabalho começa com boas idéias e muita dedicação, elementos estes que andam caminhando junto ao projeto... nos fale sobre como iniciou todo esse processo, suas idéias e influências, por favor...
RESP
: Bom, começou em meados de 2018. Eu vinha de um trabalho autoral voltado ao Heavy Metal tradicional chamado RISING, que inclusive chegou a participar de algumas coletâneas à nivel nacional, e de vários shows na capital SP.  Eu era o tecladista, e havia montado a banda. Enfim, cada qual, amigavelmente, seguiu rumos distintos. 

Saliento que foi amigável pois temos conversado abertamente desde então, não foi uma ruptura. 
E nesse momento, vi que uma antiga vontade minha, de escrever músicas com um acento Rock/Metal nacional, abordando nas letras em português questões mais complexas, mais “filosóficas” digamos assim, sem deixar a diversão inerente ao Rock e Metal de lado, que é importante, tinha sido possibilitado. 

Num primeiro momento, em termos de influência, veio o Rock nacional dos anos 80, e pós-punk, acompanhado do Metal, que sempre achei importante se manter pois é meu DNA mais expresso.


2 - As composições tem um direcionamento conceitual ou você prefere dar interpretações diversas para quem as ouve?
RESP
: Tem um direcionamento indireto conceitual. Os dois EPs, “Saia da Caverna”, que já foi lançado, e o próximo “Tempos Estranhos”, têm um fio condutor em cada um deles, mas não necessariamente condiciona as musicas como uma sequência. Elas são as partes do todo, mas funcionam individualmente. As mensagens estão bem explicitas, mas penso que podem fazer cada qual pensar e refletir por si mesmos.


3 - Ter um foco em português gerou algum problema para compor ou tudo acabou saindo naturalmente?
Pergunto isso pois a preferência talvez seja o inglês, mesmo para aqueles que não pretendem exportar o som deliberadamente.
RESP
: Saiu naturalmente. A questão maior, imagino, é escrever Metal em português. Como você disse, o que vemos majoritariamente são bandas escrevendo em inglês, mas acho que o intuito principal seja sim de se lançarem em outros países. Acho válido, e fiz isso no RISING. 

Na verdade, acho até que é mais lógico comercialmente, dada as dificuldades de se trabalhar com Rock/Metal aqui no Brasil dos tempos atuais. 
Faz em inglês e se lança em outros países, onde o Metal tem um apelo maior e as probabilidades de se poder viver disso são maiores. Vejam Sepultura e Krisiun, como dois de vários exemplos. 

Mas no A CAVERNA eu optei desde o início pelo português pois me coloquei no desafio de cantar essas músicas. Conheço o idioma inglês mas não sou perito nele, então não me sentiria sincero ao passar as mensagens que queria passar com esse trabalho. 
E a sinceridade que quero expressar com as letras desse trabalho me obrigam a mandar em nosso idioma. Opinião minha (risos). 

Existe muito debate sobre escrever Metal em português, muitos falam que é difícil... Pra mim os desafios são os mesmos, e não direi que nunca voltarei a escrever para algum trabalho em inglês... Apenas esse não será, e a razão é exatamente essa: A sinceridade que posso transmitir aos ouvintes cantando em nossa lingua!


4 - Rafael Orsi é muito talentoso e consegue entregar um ótimo resultado sempre.
Como foi esse contato para que ele pudesse ajudar no projeto?
RESP
: Primeiro de tudo, como ouço muito Metal Extremo, conhecia bem o trabalho dele no Genocidio. Acima da média sempre, e de muita repercussão! Sabia também que ele tinha participado ativamente da produção dos ultimos trabalhos da banda. 

Mas o “insight” mesmo veio quando tive a intenção de realizar um dos meus eventos de Metal, que realizo na região que vivo ocasionalmente, com a presença do Genocidio. No fim o evento não rolou, mas pude sondar mais de perto o trabalho dele como produtor, e trocar algumas ideias. Sinto que ele estava também procurando trabalhos mais abrangentes, trabalhar em músicas que não fossem necessariamente extremo, por inquietação artística mesmo. 

Topou trabalhar nas músicas que eu tinha e logo seguimos adiante, e na minha opinião fluiu muito bem (risos). Ele é peça fundamental na sonoridade da banda, para além de produtor. Ele é responsável por tudo que é criado em termos de instrumentação e backing vocals, e solos e etc., e como você disse, o Rafael é muito talentoso no que faz e os resultados de seus trabalhos são sempre ótimos! 

Não me lembro de algum momento que eu tenha pedido pra mudar algo (Risos). Sempre muito competente e dentro do que imagino para as musicas.

5 - "Saia da Caverna" é um E.P. com abordagem acessível e algumas melodias que nos remetem há décadas passadas (como aquela entre o início e meio dos anos 90).
Quais foram as influências para este trabalho e como se deu sua produção?ficou muito bom.
RESP
: Opa, fico muito contente que tenha gostado, obrigado mesmo! E agradeço em nome do Rafael também! Tanto o nome da banda quanto o nome do EP faz menção ao Mito da caverna de Platão. Isso é bem óbvio, aliás (risos). Mas importante no mundo atual, quando vemos todo tipo da amarras ideológicas, seja politicas, comportamentais e religiosas, agindo nas entrelinhas para alienar e condicionar o povo como um todo. 

Então a mensagem do EP como um todo é de se libertar dessas amarras! E também a importancia do Rock/Metal nessa libertação! 

Na questão de influencia, foi o que disse anteriormente, parte do Rock nacional oitentista, parte do pós-punk e parte do Metal. 
Falar pormenorizadamente de bandas, para esse primeiro EP, fica um pouco difícil pois não pensei muito nisso naquele momento. 

No segundo EP estou trazendo uma influência mais forte de Type O Negative e Tiamat recente no jeito de cantar, mas ainda assim, é algo muito sutil. Tem as influências do Orsi também... Enfim, a produção é toda dele, no estúdio Into Chaos Produção, e creio que estamos conseguindo uma cara própria pro trabalho!

6 - E sobre a repercussão? Tem gostado do que viu até aqui?
RESP
: Tenho gostado sim, o pessoal em geral tem dado um feedback muito positivo e fico muito grato com isso, mas com sinceridade, ainda temos muito pela frente! Todos os dias me esforço pra levar mais adiante esse nosso som, e tem muita coisa a ser feita ainda! E vejo isso de forma positiva! 

É uma sensação muito prazerosa ter uma meta tão específica na vida, de divulgar a própria arte!

7 - O COVID-19 tem atrapalhado os planos da maioria, rendendo várias lives e conteúdos alternativos para entretenimento.. quais os seus planos para o resto do ano?
RESP
: Sim, e muitas lives tem sido interessante de acompanhar. O pessoal que já está na estrada tem procurado se adequar! 

No nosso caso, estávamos no final da produção do EP “Tempos Estranhos”, faltando muito pouco, e agora durante esse período não pude viajar e gravar os vocais, que são as únicas coisas que faltam mesmo, muito menos viajar para ensaios. 

Havia um planejamento de aumentar ainda mais a divulgação, e tocar ao vivo em algumas datas, o que nos leva a ter que ensaiar, e tal... Tudo pausado, no momento! Estamos aguardando passar esse período para finalizarmos o EP. 

Infelizmente, essa é a realidade que o COVID-19 nos impõem.

8 - Obrigado pela entrevista, gostaria de deixar uma mensagem final?
RES
P: Quero agradecer demais o espaço, que é sempre muito bom dentro do nosso underground! 

Convido a todos que estão lendo para acompanharem nosso trabalho, e que tenho certeza breve estaremos todos juntos em eventos ao vivo novamente!!! 

Esses “tempos estranhos” logo irão passar! 
Até lá, se cuidem e ouçam muito A CAVERNA, e o outro trampo do Orsi que indico também, o THE ANGER! Obrigado!


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