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segunda-feira, 6 de maio de 2024

Mr. Big, Sebastian Bach e Jelusick: Mais um Domingo com muito Rock clássico no Rio de Janeiro

Mr Big, Sebastian Bach e Jelusick
Vivo Rio (28/04/2024)

É sempre bom voltar ao Vivo Rio, casa de shows de médio porte, muito aconchegante e bem localizada no Aterro do Flamengo, ainda mais em um domingo, dia tradicional de shows no Rio De Janeiro, para assistir os veteranos Mr Big e Sebastian Bach e a atração de última hora, Jelusick, que iria ter a honra de abrir uma noite quente de outono na cidade maravilhosa.


JELUSICK

O croata Dino Jelusick é considerado por muitos como uns dos melhores novos vocalistas do Hard/Metal atualmente e isso é indiscutível. O tecladista/backing vocal do Whitesnake e sua banda entraram com a pesada "Reign Of Vultures" e de cara foram muito bem recebidos pelos cariocas que nessa hora já formavam um bom público.

Sua banda está muito bem ensaiada e com uma movimentação de palco intensa, o que sempre eleva a qualidade de qualquer tipo de show, mas foi então que percebi algo que ainda falta para o Jelusick: refrões mais pegajosos. As músicas tem qualidade, só que parece que fica faltando alguma coisa.

Outra coisa que prejudica a banda é uma definição maior do estilo musical praticado. Em um momento eles soam Hard Rock, outra Metal moderno e em alguns momentos parece uma banda de Heavy Metal tradicional, faltando coesão, o que não quer dizer que músicas como "Died" e a balada "The Great Divide" não sejam boas, muito pelo contrário, mas que falta algo, ah isso falta.

O show terminou com sua música mais conhecida, "Fly High Again", com Dino soando muito parecido com o saudoso Chris Cornell para os aplausos da plateia que curtiu bastante a apresentação.



SEBASTIAN BACH

Após assistir o eterno vocalista do Skid Row em São Paulo dois dias antes e ter achado a performance de Sebastian Bach e sua banda um tanto quanto desleixada, vim de coração e ouvidos abertos torcendo para um show mais digno da carreira do canadense maluco.

A nova "What Do I Got To Lose" não seria a música ideal para abrir um show, mas acho que ele fez bem porque se fosse colocada no meio do seu set, poderia não ter uma boa receptividade, o que realmente aconteceu com "Everybody Bleeds" (outra nova), contudo a velha "Big Guns" colocou os fãs das antigas felizes, assim como o lado B do disco de estreia do Skid Row "Sweet Little Sister" e deu para perceber que Sebastian e banda estavam "on fire", inclusive com direito a afirmação "Tião Is Here Tonight" e quem somos nós para duvidar?

Devo salientar que Sebastian está numa forma física bem melhor do que há poucos meses atrás, mas daí a pedir para a gente, um bando de quarentões e cinquentões, pular toda hora só pode ser brincadeira (Rs). Eu até sentia vontade ao som de "Piece Of Me" e "Slave To The Grind", mas meu corpo castigado após dois dias assistindo o Festival Summer Breeze em São Paulo, me impedia sem dó e piedade.

Foi muito legal ver Sebastian tentando se comunicar em português p show todo, sempre com muita paciência e em um desses papos, ele agradeceu por 35 anos de Rock And Roll para nos dar um presente em forma de música com o seu primeiro sucesso "18 & Life" que foi esgoelada pelos presentes e foi visível notar que o vocalista ficou emocionado.

Em algumas músicas, a falta de mais uma guitarra era gritante, tal como na pesada "The Threat". O guitarrista Brent Woods toca muito, mas a maioria dos arranjos das músicas do Skid Row foram feitas para duas guitarras, mas é aquilo, em tempos difíceis é mais um funcionário para pagar e como a vida não está fácil para ninguém...

As clássicas "I Remember You" e "Youth Gone Wild" foram as derradeiras e posso dizer que Sebastian e seus músicos tiraram toda má impressão deixada dias antes em São Paulo e foi uma agradável surpresa. Agora nos resta esperar ele voltar logo, quem sabe dessa vez em companhia de sua antiga banda, afinal, sonhar ainda não está custando nada. 



MR BIG

Começo confessando que eu fiz questão de não assistir o Mr Big no Summer Breeze. Foi uma mistura de cansaço e certeza de poder acompanhar o quarteto americano em casa, digo, Rio de Janeiro, seria melhor e acabou que não me arrependi nem um pouco.

Com seu primeiro single lá dos idos de 1989 e única faixa do seu álbum de estreia, "Addicted To That Rush", o Mr Big deu início ao espetáculo e de início deu para perceber como a voz de Eric Martin soava frágil. Realmente não foi a toa que precisaram chamar Michele Luppi do Whitesnake (outro!) para dividir os vocais principais em alguns shows antes de chegarem ao Brasil, mas o show tem que continuar e a ótima "Take Cover" veio em seguida e Eric deu conta do recado sozinho.

A dobradinha "Daddy, Brother, Lover, Little Boy" e "Alive And Kickin'" abriram caminho para a minha favorita do Mr Big, estou falando do "Hit que nunca foi" "Green-Tinted Sixties Mind". É sempre libertador poder cantar essa música, sim, há mais de trinta anos que decorei a letra (Rs), mas aí me deu um estalo e percebi que eles estavam tocando seu segundo trabalho "Lean Into It" (1991) na sequência! Bem, vamos esperar as próximas músicas para ver se o álbum seria tocado na íntegra...

Sim, as próximas três músicas confirmaram a minha suspeita e chegaram na maravilhosa balada "Just Take My Heart" com backing vocals luxuosos de Paul Gilbert, Billy Sheehan e Nick D'Virgilio. Será que eu preciso falar da qualidade desses três nos seus instrumentos? Acho que não e como cantam esses senhores!

Falando em backing vocals, "Road To Ruin" e sua introdução a quatro vozes foi lindamente executada e serviu de aperitivo para a sessão karaokê que veio em seguida. "To Be With You" soou linda e emocionante como na época que foi lançada e invadiu as rádios do mundo inteiro em um dos últimos suspiros do Hard Rock nas paradas de sucesso. Ainda tivemos outro momento para cantarmos juntos (menos eu) com a chatíssima "Wild World", cover do Cat Stevens, mas ainda bem que tivemos "Colorado Bulldog" para lembrarmos que estávamos em um show de rock pesado.

"Shy Boy" do Talas foi o primeiro dos quatro (!!!!) covers tocados na fase terminal do show. Ainda tivemos "30 Days In The Hole" (Humble Pie) presente, assim como "Good Lovin'" (The Olympics) com Billy no vocal, Paul na bateria, Nick na guitarra e Eric atacando no baixo em um momento de muita descontração para em seguida dar lugar a tradicional versão de "Baba O'Rilley" do The Who que foi a saideira da noite. Foram quase duas horas de um bom show e serviram para testemunharmos os últimos momentos nos palcos do Mr Big, já que eles anunciaram a aposentadoria.


Nosso agradecimento à Nathalia Ferreira, Filipe Barcelos, Pedro Soriano e a Rider 2 pela cortesia e credenciamento.

Fotos por Patrícia Sigiliano gentilmente cedidas pelo site Igor Miranda.

TEXTO POR TARCÍSIO CHAGAS

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