Quando conheci a Haunter há alguns anos, logo me surpreendi por ser uma banda próxima da região que resido, além de poder perceber sua qualidade notória.
Com o tempo fiz amizade com o mentor da banda, Du Marques (vocalista) e assim fui acompanhando sua jornada para a gravação/concepção deste álbum, o intitulado "Silent Earth".
Sob a produção de Thiago Bianchi (Estúdio Fusão), a banda traz a tona canções pesadas, com certas doses melodicas, interessante em todo o conceito com várias nuances conhecidas do estilo, transitando entre bandas já clássicas como Stratovarius, a até coisas novas feitas por bandas também aclamadas por muitos.
A intro "Haeresis" da um clima natural e instigante para o início deste ótimo registro, sendo uma boa prévia para a faixa "Carry Our Cross", uma das melhores com seu punch, chamando atenção rapidamente (seu refrão é um dos melhores aqui), seguida da pesada "Real Nightmare" (outra que acerta muito bem no refrão e mantém um peso a mais nas linhas de baixo).
Um ponto a ser destacado até aqui é sobre o instrumental que se mantém coeso, técnico por várias vezes, não destoa ou soa enjoativo, ele se mantém na mesma linhagem de grandes álbuns que ouço desde que comecei a curtir o estilo há muitos anos (posso dizer por exemplo que essa faixa está em repeat em minha playlist).
"Remains in My Mind" já inicia com um riff muito legal, viciante por suas melodias cativantes, vocais que mantém bem a proposta e claro, se faz naturalmente viciante para quem gosta do lado melodico do Metal (e olha, preste atenção nos solos dessas faixas, tem muita coisa boa).
Realmente, uma boa produção faz a diferença para uma banda emergir entre várias e aqui vejo uma ótima dinâmica nisso, não tem exageros entre os riffs ou cadência, não existe uma tentativa de forçar o ouvinte a gostar dessa ou aquela faixa, acredito que várias delas possuem uma "áurea natural" para os variados gostos.
Voltando as faixas temos "Blind Sheep" que é uma das mais cadenciadas, também mantém um feeling muito bom e apresenta os ótimos vocais do Du com mais destreza em tons altos (além dos riffs que durante o solo se fazem mais densos).
"Venus" retorna o clima do início do álbum, aqueles synths conhecidos de bandas como o Stratovarius (já citado anteriormente) e claro, de outras tão grandes quanto que existem aqui no Brasil como a Noturnall do próprio Bianchi que produziu o disco, suas linhas melodicas são também outro diferencial dentro do peso de algumas faixas que ouvimos até aqui, nas não se preocupe, aqui também você encontra riffs na medida certa (e não perca o solo, hein?!).
A faixa auto-intitulada é daquelas que você apenas curte por gostar do estilo, sabe?soa natural em suas variadas nuances, aliás, toda banda do estilo precisa ter em algum momento uma canção que transita para um lado "semi balada" como é visto aqui... e é feito da melhor forma.
Fechando o álbum, "Final War" cumpre muito bem o papel com seu peso, dinâmica muito boa, riffs que envolvem o ouvinte e claro, novamente ponto positivo para os vocais consistentes.
Cara, eu sei o quanto esse álbum é importante para a banda, acompanhei tudo (até mesmo antes de iniciarem as primeiras idéias sobre tal), e ver que tudo isso após um bom tempo foi lançado, traz um sentimento muito bom, de alívio e de compensação por ser um registro de respeito.
Parabéns a banda pelo trabalho, empenho em cada melodia, riff, idéias, alcançaram o objetivo!
Ficha técnica:
Line-up:
Du Marques - Voz (Principal e Backing)
Lucas Malegne - Bateria/Guitarra/Baixo
Robson Java - Baixo
Dan Almeida - Guitarra
Gustavo Silva - Guitarra
Participações:
Kleber Lopes - Guitarra
Sergio Gargantini - Guitarra
Alex Christopher - Bateria
Fernando Apollo - Teclados e Sinths
Produção/Mixagem/Masterização: Thiago Bianchi
Produção de Voz: Leo Mancine
Album gravado no Estúdio Fusão VM&T - Cotia
Leeds gravados no Estúdio Monolito - Mogi das Cruzes
Video gravado no Estúdio Toca do Gatto - Suzano
"Final War" Video Here
Links: