Rock Vibrations Entrevista - Hatefulmurder

Autor da entrevista : Vinny Hetfield
Edição : Vinny Hetfield

Sabe quando você começa a ouvir uma banda que consegue te agradar tanto, mais tanto, que simplesmente aqueles sons acabam por se tornar uma rotina em sua playlist?
Eles são assim para mim, e claro, apostei que estariam entre os melhores do ano (estamos em outubro, fato, mas friso isso desde o início do ano).

Para mim foi uma honra poder ter feito essa entrevista, afinal, sou fã do trabalho deles, e fiquei bem contente com o andamento do seu último álbum, mostrando o quanto nossas bandas são boas!

Com vocês, Hatefulmurder!!!

Hatefulmurder em destaque

1 - Vamos iniciar com a apresentação... falem um pouco sobre a banda e quem a integra...
R: Renan Campos: Salve, galera da Rock Vibrations!Começamos essa banda entre 2008 e 2009, nossa vontade era de fazer um som agressivo, forte e único. Exatamente como a proposta do nome.

De lá pra cá, muita coisa rolou, coisas boas e ruins como acontece em toda banda.
Mas o importante é que nos mantivemos firmes no propósito. Estamos divulgando nosso segundo álbum de estúdio “Red Eyes” (Secret Service Records) e tem sido incrível ver a resposta da galera com o disco.

Hatefulmurder é:
Angélica Burns – Voz
Renan Campos – Guitarra/voz
Felipe Modesto – Baixo/voz
Thomás Martin - Bateria

2 - Devo dar os parabéns pela inclusão da Angélica Burns nos vocais... O que mais agradou com ela na banda e o que ela mais gostou após a entrada?
R: Renan: Sim! Também gostamos muito!
Foi a escolha perfeita de fato! Eu gosto da forma que ela interpreta as músicas, tanto as antigas quanto as novas.

Angélica Burns: O mais legal foi que pude participar ativamente de todas as composições do novo disco e no final das contas acabei descobrindo que os meninos estavam na mesma vibe musical que eu. Então foi muito natural o processo de composição do disco junto com eles.

3 - Red Eyes é consistente e mantém uma pegada forte, vibrante... Ao que atribuem esse nível alcançado?
R: Renan: Obrigado! De fato, o último disco é sempre o preferido mesmo (risos). O que rolou foi que a gente se permitiu trabalhar nas músicas sem muitas regras ou medo de exploramos novos elementos.
O que no final foi muito produtivo!
Aprendemos muito com todo o processo e além de tudo, descobrimos que com isso aumentamos nosso público alvo. Abrimos o som, porém nossa essência está ali!

4 - Os clipes de My Battle e Red Eyes (minha faixa preferida) são bem legais... Como foi essa idéia original de fazerem o segundo em uma praia?
R: Renan: Também gosto muito da Red Eyes!
A idéia do disco sempre foi deixa-lo com uma estética mais “clean” possível, alvo meio fora do padrão ou menos explorado dentro do Metal.
E os clipes, não poderiam ser diferentes.

A letra fala sobre o medo que o ser humano tem do desconhecido através da história de uma civilização utópica. Então, baseando-se na letra, pensamos em usar uma locação mais natural, morando no Rio de Janeiro... a praia é próxima... Escolhemos o dia e fomos (risos).

Arte do álbum Red Eyes
Um dos melhores discos de 2017 sem dúvidas

5 - Como é poder fazer uma tour (com Torture Squad, Reckoning Hour e Warcursed) viajando por todo o Brasil?

R: Renan: Foi uma experiência única, com certeza levaremos tudo que vivemos e aprendemos pro resto das nossas vidas. Vivemos momentos de tensão, momentos de loucura, extrema felicidade, de tudo um pouco, saca? É um misto de coisas acontecendo ao mesmo tempo. Mas acho que passamos por tudo da melhor forma possível.

Sobre estar na estrada, dentro de um ônibus rodando 30 dias com essas bandas, foi algo único!
Provou que a literalmente a união faz a força.
Sempre fomos fãs do Torture Squad, e eles são nossos brothers, já tocamos juntos em outros rolês, então foi muito foda passar esse tempo com os caras, grandes pessoas e amigos que levaremos pro resto da vida! O Warcursed nós não conhecíamos tanto, mas adoramos o som e os caras!
E o Reckoning hour é uma banda daqui do Rio também, tínhamos pouco contato, porém nos tornamos amigos e parceiros de estrada!

Com relação ao público, tivemos de tudo: shows lotados (em plena segunda feira) shows vazios em uma sexta-feira, vimos de tudo. Mas até os shows vazios a energia dos presentes era tão forte, que parecia estar lotado, saca? E os shows cheios eram mais absurdos ainda! No final de tudo, nos tornamos uma grande família (bandas e equipe) amigos e parceiros.

6 - Quais as bandas que vocês ouvem rotineiramente?
R: Renan: Ishh, pergunta complexa, difícil citar um ou dois nomes. Ouvimos de tudo. Pra você ter uma idéia, na estrada costumamos ouvir tudo, dentro e fora do Metal. Acho que toda música de qualidade e com veracidade nos faz bem. Mas lembro que nos últimos shows que fizemos agora em Outubro por duas cidades em MG, ouvimos muito Gojira, Red Fang, Daft Punk, Offspring, Blink 182, Mastodon, The Haunted... É uma miscelânea de fato!

Com a adição de Angélica Burns,
o grupo ganhou uma "veia" mais brutal no seu som

7 - Já ouvi em alguns lugares as comparações entre vocês e o Arch Enemy... O que pensam sobre essas coisas?(para mim, ambas estão com registros impecáveis em 2017)

R: Renan: Obrigado pelo elogio ao Red Eyes!
Eu devo ficar feliz com esse tipo de coisa, não é? (risos). Afinal, o Arch Enemy é uma puta banda, com um trabalho incrível e que a gente curte bastante!Mas acho que esse tipo de comparação acontece devido ao vocal da Angélica. É bem comum as pessoas utilizarem exemplos (muitas vezes estéticos) de outras bandas pra categorizar e classificar a música (principalmente no mundo do Metal). Exemplo: ”Ela é mulher e canta gutural, logo lembra Arch Enemy”. Talvez até tenha algo que lembre, mesmo eu não enxergando de forma tão clara assim essa comparação. Mas não condeno quem vê essa semelhança. A música que fazemos é uma mistura de tudo que curtimos. E curtimos de tudo um pouco. Mas no geral... Acho que somos mais “modernos” que eles (risos).

8 - Como é descrever um show do Hatefulmurder e o contato de vocês com os fãs?
R: Renan: Eu vejo e sinto muita energia da galera quando a gente sobe no palco. É realmente o momento de liberar os demônios internos e se divertir com a nossa música. Nosso intuito é sempre esse, fazer as pessoas curtirem! Se nossa música despertar aquela sensação de liberdade, vontade de correr, pular e liberar energia... então nossa missão está concluída.

Nós somos totalmente gratos as pessoas que nos acompanham, saca? Sem eles, nada disso, eu repito... NADA seria possível. Pra mim chega a ser emocionante ver a molecada cantando nossas letras. Devemos tudo a essa galera!

9 - Shows e turnês sempre são imprevisíveis...
Tem alguma história engraçada/inusitada pra dividir conosco?
R: Renan: Ishh...(risos). Passamos 30 dias na estrada, eu arrisco a dizer que todos os trinta dias tivemos histórias engraçadas e inusitadas pra contar (risos)... Teve um dia que nosso ônibus quebrou, perdemos um show em Brasília, depois de horas parados seguimos para Goiânia. Porém o ônibus precisava de um ajuste. Só lembro que acordamos e estávamos numa oficina da Volvo, e não sabíamos nada além disso.
Depois descobrimos que eles possuem uma estrutura incrível de hospedagem para os clientes, melhor que muito hotel! (risos).

Sem dúvidas uma das melhores bandas do cenário atual

10 - Para finalizarmos...o espaço é de vocês, gostariam de deixar algum recado para seus fãs e nossos leitores?

R: Renan: Muito obrigado ao Rock Vibrations pelo espaço e parabéns pelo trabalho!
Aos nossos amigos e pessoas que nos acompanham, nosso muito obrigado e nos vemos por aí!

Gostaria de agradecer a grande oportunidade dada pela banda, e podem sempre contar conosco para futuras colaborações... Valeu Hatefulmurder...

Valeu galera, até a próxima!