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terça-feira, 20 de novembro de 2018

Rock Vibrations Entrevista : Broken & Boned


Renovação é algo constante e para que a cena musical permaneça por anos semeando os novos fãs, precisamos de novas bandas, afinal, infelizmente as clássicas não durarão para sempre.

A Broken & Boned é um exemplo de um som muito legal e que você deve conhecer por sua sonoridade que abrange o lado extremo, junto ao progressivo e também as pitadas thrash.

Abaixo, confira o papo que tivemos com os integrantes : Rômulo - Vocais, Carlos Nava - Guitarra/Vocais, Marcelo "Marshall" - Guitarra e Lucio - Baixo.


1 - A banda é relativamente nova, certo?poderiam nos contar um pouco sobre a trajetória até aqui?
R: Carlos Nava – É, acho que somos jovens...
A Broken & Boned surgiu em meados de 2012. Costumamos dizer que nos esbarramos nas redes sociais e, por termos gostos em comum, acabamos nos reunindo e montando a banda.

De inicio, eramos uma banda apenas de covers... Tocávamos thrash metal tradicional, com músicas de bandas como Kreator, Metallica, Sepultura e afins...
Nessa época a banda ainda não tinha muitas pretensões, apenas queríamos tocar na garagem e nos divertirmos um pouco...
Na época, a formação contava com Carlos Cerqueira na bateria, Rodrigo Wolf na guitarra e Lúcio de Paula no vocal. 

Então, em determinado momento eles me encontraram e me colocaram na outra guitarra.
Após tentativas frustradas de encontrar um baixista, o Lúcio acabou assumindo a ‘baixaria’ e teve que aprender o instrumento totalmente do zero…
Nosso inicio foi tenso...

Os ensaios rolavam na minha casa, na garagem mesmo. Ensaiávamos com uma caixa multiuso qualquer que servia para a maioria dos instrumentos, as vozes eram ligadas em um mini system e a bateria era a única coisa realmente decente que a gente tinha, que era uma Michael bem simples, de tamanho reduzida.

Seguimos num ritmo morno por bastante tempo...
Os covers rolavam, mas não estávamos conseguindo acertar as vozes e sequer cogitávamos em compor alguma coisa... Até que um dia a gente encontrou o Diórgenes Oliveira, que era um amigo pessoal, mas que nunca havia cantado nem parabéns em festa infantil... Mas que nos surpreendeu com a potência e qualidade dos guturais.

Após uma reunião, a gente decidiu dar um passo além e tentar levar a banda mais a sério, incluindo covers mais extremos para combinar mais com o potencial vocal do Diórgenes, além de tentar mandar um som um pouco mais diferente do que se tocava em Marabá, na época.


Lúcio de Paula – Marabá é uma cidade do interior onde nunca houveram de fato bandas de metal extremo. O máximo de peso que existia até então eram covers de Black Sabbath, Metallica ou Megadeth... Então achamos interessante meter a cara em algo diferente.


Nava – Após a entrada do Diógenes, começamos a tocar covers de bandas como Lamb of God, Children of Bodom, continuamos a tocar coisas do Sepultura e afins... Até que tive a ideia do primeiro riff de ‘Transcending Faith’, que seria nossa primeira música autoral.


Lúcio – E a essa altura, o Rodrigo já havia deixado a banda por questões de trabalho, e o Carlos Cerqueira convidou um amigo que tocava em uma banda de grunge, chamado Val André.


Nava – A entrada do Val foi um marco criativo pra banda, pois foi a partir dai que começamos de fato a compor. Logo finalizamos ‘Transcending Faith’, coisa de dois ensaios... E já demos partida em ‘Rebirth’.

O Val tinha um nível técnico e criativo muito bom e, por ser de uma escola mais melódica, tinha uma pegada e características diferentes das minhas, o que resultou em uma personalidade interessante para essas primeiras músicas.

Os anos se passaram, o ritmo de composição seguia bastante intenso, até que o Val se desligou da banda, também por motivos profissionais.


Lucio – A essa altura, já havíamos construído um bom nome na região, éramos convidados para diversos eventos, como ‘Grito Rock’, ‘Rock in Rio Tocantins’, entre outros importantes festivais da região.


Nava – Após a saída do Val, fizemos um pequeno anúncio e as audições nos levaram ao Marcelo ‘Marshall’. O Marcelo era um daqueles amigos de amigos que a gente tem por ai... Tocava com o nosso parceiro da FSM, Geraldo Capilé, em um projeto chamado 70/80, que tocava covers de hard rock tradicional.

Naquele momento ele teve certa dificuldade, por ser uma pegada bem diferente do usual, mas bancamos a entrada dele e não demorou muito pra ele se sintonizar conosco.


Lúcio – Logo quando o Marcelo entrou a gente compôs ‘Puz of a Sick World’, que foi a primeira música em que ele contribuiu com os riffs principais... É uma música com uma pegada mais cadenciada e diferente das demais e era exatamente isso que a gente mais gostava nele. Deu certo e estamos até hoje com ele.


Nava – A entrada do Rômulo Portela nas vozes só ocorreria por volta de 2015, durante o processo de gravação.
O Diórgenes não vinha tão sintonizado conosco, então optamos por outro vocalista ainda antes do lançamento do CD, e foi aí que convidamos o Rômulo, que já nos conhecia de ensaios, shows e até de cantar algumas coisas conosco.

Já o André, foi a última mudança na nossa formação... Substituiu o ‘Presuntinho’ (Carlos Cerqueira) após o mesmo deixar seu cargo vago por não conseguir nos acompanhar nos shows de divulgação do CD por conta do trampo.
E assim chegamos na formação que estamos hoje.


2 - "Hypocrisy Hymns" me agradou bastante... em termos de produção e composição, demoraram a chegar neste ótimo resultado?
R: Nava – Cara, o processo criativo de fato não foi tão demorado... Éramos jovens, empolgados e fominhas (risos). A gente fez as coisas bem rápido, mas demoramos bastante para começar a gravar.

Acho que o processo de composição deve ter levado no máximo 2 anos... Isso porque não tínhamos planos de gravar ainda, tampouco havia metas ou datas. Acho que se tivéssemos planejado isso desde o início, seria bem mais rápido.


Rômulo – A demora maior foi em estúdio...
A gente gravou o instrumental todo em 2015, mas as vozes só foram gravadas um ano depois.
E então veio o mix, o que foi a parte mais demorada do processo inteiro... Passando quase 2 anos entre gravação do material para lançamento, de fato.


3 - Posso dizer que fizeram ótimas faixas, além de terem uma progressão benéfica ao ouvir... tem alguma específica que é a preferida da banda?ou de repente a que tenha dado o "pontapé inicial" para todo o resto?
R: Rômulo – A minha é ‘Vengeance’. Me sinto conectado com a banda e público quando a tocamos.
Nava – A minha é ‘Rage’. Foi a primeira música em que eu compus a letra sozinho e é a que tem uma pegada mais progressiva... Acho que é a música que tem mais da minha personalidade musical.


Lúcio –  As minhas são ‘Rage’ e também ‘A Fable’.
Gosto da musicalidade e técnica de ‘Rage’ e também da objetividade de ‘A Fable’, que põe dedo na cara e diz a que veio. (risos)


Marcelo “Marshall” – ‘Rage’ e ‘False Divinity’.
A ‘Rage’ pela musicalidade e letra, ‘False Divinity’ pelos riffs.


4 - Como tem sido a receptividade de público e mídia?
R: Nava – Cara, a gente tem recebido ótimas avaliações e críticas... Isso tem nos surpreendido bastante, mas também enchido de orgulho.
Somos a primeira banda da nossa região a lançar um disco de metal extremo e ver que tem gente grande e veículos grandes, como a Roadie Crew nos notando é altamente recompensador.


Rômulo – É legal também ver que após o nosso disco, outras bandas da nossa região também surgiram.
Bandas como FSM (Feios Sujos e Malvados), From the Inside, Cérebro de Galinha ou ainda a Psycho Walls, de Tucuruí... Toda essa galera se motivou a investir e gravar material de boa qualidade também e isso nos deixa muito felizes.


Nava – Acho que a parada aqui sempre foi pela cena metal. A gente sente orgulho de ver nossa região rendendo tantos bons frutos... Inclusive, ouçam as bandas citadas.
Garanto que não vão se arrepender. (risos)


Lúcio – O público tem nos abraçado.
Sabemos das dificuldades do underground... Sobretudo em época de crise financeira e política, que vivemos hoje.

Esses problemas afetam diretamente à quantidade de pessoas nos eventos, além de rachar muito o público, em casos extremos, mas acredito que apesar disso tudo, ainda temos sido muito bem recebidos pelo público.

Temos muito orgulho dos nossos apoiadores e somos mais fãs deles do que eles da gente. (risos)




5 - Na visão da banda, o que devem fazer para atraírem mais público nos shows?
R: Nava – Cara, a gente é muito focado.
Nossa resposta pra tudo sempre foi trabalho...
Acreditamos que não adianta culpar ninguém, temos que caprichar nos trabalhos lançados e nos eventos organizados.
Se for bom, o público vai consequentemente.
Essa sempre foi nossa visão sobre isso.


Lúcio – Vemos muita gente fazer posts pedindo apoio do público, ou muitas vezes reclamando de eles não irem. Entendemos, mas acreditamos que o caminho não é esse. A gente procura fazer sempre a nossa parte, evitamos ao máximo depender dos outros...

Tanto que organizamos boa parte dos nossos próprios eventos. Arrecadamos fundos por conta própria e tiramos grana do próprio bolso pra fazer a onda acontecer...
E pouco a pouco isso vem nos rendendo frutos.

O nosso disco, o apoio de fãs, reconhecimento da mídia... Tudo isso é resultado de trabalho de formiguinha.
Tem que ter muito amor e sangue no olho, se quiser fazer metal de verdade no brasil. (risos)


6 - Pensam investir em vídeos para singles futuros?
R: Rômulo – Com certeza. A gente já tem planos para isso num futuro próximo.
Como o Lúcio disse, a gente não depende de ninguém. Somos uma banda totalmente independente...

E já estamos arrecadando grana para lançarmos não só vídeos, como também camisetas, novos merchandisings e até mesmo um novo disco, que já esta quase todo feito.

Quando se trabalha com as próprias forças, as coisas podem demorar um pouco mais... Eu digo isso porque é diferente das bandas grandes ou de sucesso.
Eles têm apoio financeiro e lançam material a qualquer momento...

Aqui é ‘nós por nós ’ e por conta disso às vezes podemos demorar um pouco mais para lançar material.
Porém, com certeza vai rolar vídeos.


Nava – Na verdade já temos alguns vídeos em nosso canal.


Lúcio – Isso, temos uma série de videos chamada Playtr00ughs, que aborda os trampos de guitarra de perto.


Marcelo – A gente toca todas as músicas do disco com enfoque especial na guitarra, que é pra galera que gosta de guitarra poder ver mais de perto o nosso trampo e até mesmo aprender alguns riffs.


Nava – Mas sim, temos planos para videoclipes e eles não devem demorar muito mais para se concretizarem. (risos)


7 - Vocês tocaram com algumas bandas seminais do metal extremo... tem alguma delas que foi um momento especial para ambos?
R: Rômulo – O Nervecell. (risos)


Lucio – Foi a primeira vez que tocamos com uma banda de metal extremo de nível tão alto! Ficamos abismados com aquilo e aprendemos bastante nesse show. Vamos levar ele pra sempre na memória.
Foi no ‘Calabouço Metal Fest’, que contou também com NervoChaos, Into Darkness e Visceral Slaughter...
Foi um puta de um show e todas as bandas destruíram.

Mas realmente o Nervecell foi o que mais nos impressionou. (risos)


Nava – Teve também o ‘Legacy Fest’, onde tocamos com os amigos da A Red Nightmare.
É uma banda de death metal de Belém que construímos uma ótima relação.

Foi um momento especial pra gente, também.


8 - Creio que tenha sido complicado lidar com a saída de seu antigo vocalista em meio à crescente da banda... como chegaram a substituição e mantiveram a calma no momento?
R: Lúcio – É, foi um momento chave...
Na época, estávamos tensos com a gravação.
Foi bastante investimento e tinha muita coisa do futuro da banda em jogo.


Nava – Sim, havia muito dinheiro investido e a gente vinha muito nervoso... O Diórgenes na época estava numa vibe um pouco diferente da gente... Digo, não estávamos sintonizados. Então ainda dentro do estúdio, decidimos optar por outro vocalista.


Lucio – A gente achou que seria melhor chamar antes de gravar, porque quem entrasse já chegaria motivado e com a real noção da importância do trabalho pra gente. Foi ai que a gente chamou o Rômulo...


Rômulo – Na época eu tinha acabado de ser demitido do meu trabalho no interior do Maranhão. Estava voltando à marabá quando o Nava me procurou.
O ‘timin’ foi perfeito... Acho que era pra ser.
E eu já era fã do trabalho, pra mim foi um prazer e eu nem pensei duas vezes. (risos)


Nava – Houve um pequeno atrito na época, o Diórgenes não aceitou muito bem a nossa decisão... O que é normal, já que ninguém gosta de ser substituído, mas hoje nos damos muito bem, somos amigos pessoais e inclusive ele subiu em palco recentemente conosco, em um show de Parauapebas/PA.

A exemplo do Presuntinho, nosso ex-baterista que está sempre entre a gente, a Broken continua muito unida mesmo com os ex-membros.


9 - O que podemos esperar para os próximos meses?
R: Nava – Cara, a gente já tem um segundo disco.
Digamos que está 90% completo.

A entrada do André na bateria nos deu um puta gás, principalmente por ele ter um estúdio e se propor a compor conosco logo de cara.

Ele é um cara de visão, um grande empreendedor, então a gente tem muitos planos.


Lúcio – Estamos juntando grana para entrar em estúdio por volta de maio do ano que vem, para gravarmos o segundo disco, fora isso, temos planos de vídeos e de novos quadros no nosso canal.


Rômulo – Basta nos seguir no facebook, instagram ou youtube...
A gente ta sempre postando os planos por lá.


10 - Finalizando, gostariam de deixar algum recado?
R: Nava – Bangers, nos somos a Broken & Boned.
Se chegamos onde chegamos, foi por conta do seu apoio. Pedimos para que continuem nos apoiando, indo aos shows, comprando merchan, mostrando nosso som pros amigos e divulgando ao máximo o nosso underground...

O underground brasileiro somos todos nós.
Nunca deixem de apoiar as bandas autorais de sua cidade e mantenham sempre o orgulho do metal nacional, pois aqui tem muita banda tão competente quanto as de fora!

Muito obrigado pela oportunidade de falar um pouco mais do nosso trampo e nos vemos nos moshs por ai!





Gostaria de agradecer pela oportunidade cedida, deixar o espaço para futuras colaborações e, também agradecer ao nosso amigo Leonardo (https://www.facebook.com/braunamusicpress/) por todo o cuidado para ser possível a entrevista.

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