Renovação é algo constante e para que a cena musical permaneça por anos semeando os novos fãs, precisamos de novas bandas, afinal, infelizmente as clássicas não durarão para sempre.
A Broken & Boned é um exemplo de um som muito legal e que você deve conhecer por sua sonoridade que abrange o lado extremo, junto ao progressivo e também as pitadas thrash.
Abaixo, confira o papo que tivemos com os integrantes : Rômulo - Vocais, Carlos Nava - Guitarra/Vocais, Marcelo "Marshall" - Guitarra e Lucio - Baixo.
1 - A banda é relativamente nova, certo?poderiam nos contar um pouco sobre a trajetória até aqui?
R: Carlos Nava – É, acho que somos jovens...
A Broken & Boned surgiu em meados de 2012. Costumamos dizer que nos esbarramos nas redes sociais e, por termos gostos em comum, acabamos nos reunindo e montando a banda.
R: Carlos Nava – É, acho que somos jovens...
A Broken & Boned surgiu em meados de 2012. Costumamos dizer que nos esbarramos nas redes sociais e, por termos gostos em comum, acabamos nos reunindo e montando a banda.
De inicio, eramos uma banda apenas de covers... Tocávamos thrash metal tradicional, com músicas de bandas como Kreator, Metallica, Sepultura e afins...
Nessa época a banda ainda não tinha muitas pretensões, apenas queríamos tocar na garagem e nos divertirmos um pouco...
Na época, a formação contava com Carlos Cerqueira na bateria, Rodrigo Wolf na guitarra e Lúcio de Paula no vocal.
Então, em determinado momento eles me encontraram e me colocaram na outra guitarra.
Após tentativas frustradas de encontrar um baixista, o Lúcio acabou assumindo a ‘baixaria’ e teve que aprender o instrumento totalmente do zero…
Nosso inicio foi tenso...
Nosso inicio foi tenso...
Os ensaios rolavam na minha casa, na garagem mesmo. Ensaiávamos com uma caixa multiuso qualquer que servia para a maioria dos instrumentos, as vozes eram ligadas em um mini system e a bateria era a única coisa realmente decente que a gente tinha, que era uma Michael bem simples, de tamanho reduzida.
Seguimos num ritmo morno por bastante tempo...
Os covers rolavam, mas não estávamos conseguindo acertar as vozes e sequer cogitávamos em compor alguma coisa... Até que um dia a gente encontrou o Diórgenes Oliveira, que era um amigo pessoal, mas que nunca havia cantado nem parabéns em festa infantil... Mas que nos surpreendeu com a potência e qualidade dos guturais.
Os covers rolavam, mas não estávamos conseguindo acertar as vozes e sequer cogitávamos em compor alguma coisa... Até que um dia a gente encontrou o Diórgenes Oliveira, que era um amigo pessoal, mas que nunca havia cantado nem parabéns em festa infantil... Mas que nos surpreendeu com a potência e qualidade dos guturais.
Após uma reunião, a gente decidiu dar um passo além e tentar levar a banda mais a sério, incluindo covers mais extremos para combinar mais com o potencial vocal do Diórgenes, além de tentar mandar um som um pouco mais diferente do que se tocava em Marabá, na época.
Lúcio de Paula – Marabá é uma cidade do interior onde nunca houveram de fato bandas de metal extremo. O máximo de peso que existia até então eram covers de Black Sabbath, Metallica ou Megadeth... Então achamos interessante meter a cara em algo diferente.
Nava – Após a entrada do Diógenes, começamos a tocar covers de bandas como Lamb of God, Children of Bodom, continuamos a tocar coisas do Sepultura e afins... Até que tive a ideia do primeiro riff de ‘Transcending Faith’, que seria nossa primeira música autoral.
Lúcio – E a essa altura, o Rodrigo já havia deixado a banda por questões de trabalho, e o Carlos Cerqueira convidou um amigo que tocava em uma banda de grunge, chamado Val André.
Nava – A entrada do Val foi um marco criativo pra banda, pois foi a partir dai que começamos de fato a compor. Logo finalizamos ‘Transcending Faith’, coisa de dois ensaios... E já demos partida em ‘Rebirth’.
O Val tinha um nível técnico e criativo muito bom e, por ser de uma escola mais melódica, tinha uma pegada e características diferentes das minhas, o que resultou em uma personalidade interessante para essas primeiras músicas.
Os anos se passaram, o ritmo de composição seguia bastante intenso, até que o Val se desligou da banda, também por motivos profissionais.
Lucio – A essa altura, já havíamos construído um bom nome na região, éramos convidados para diversos eventos, como ‘Grito Rock’, ‘Rock in Rio Tocantins’, entre outros importantes festivais da região.
Nava – Após a saída do Val, fizemos um pequeno anúncio e as audições nos levaram ao Marcelo ‘Marshall’. O Marcelo era um daqueles amigos de amigos que a gente tem por ai... Tocava com o nosso parceiro da FSM, Geraldo Capilé, em um projeto chamado 70/80, que tocava covers de hard rock tradicional.
Naquele momento ele teve certa dificuldade, por ser uma pegada bem diferente do usual, mas bancamos a entrada dele e não demorou muito pra ele se sintonizar conosco.
Lúcio – Logo quando o Marcelo entrou a gente compôs ‘Puz of a Sick World’, que foi a primeira música em que ele contribuiu com os riffs principais... É uma música com uma pegada mais cadenciada e diferente das demais e era exatamente isso que a gente mais gostava nele. Deu certo e estamos até hoje com ele.
Nava – A entrada do Rômulo Portela nas vozes só ocorreria por volta de 2015, durante o processo de gravação.
O Diórgenes não vinha tão sintonizado conosco, então optamos por outro vocalista ainda antes do lançamento do CD, e foi aí que convidamos o Rômulo, que já nos conhecia de ensaios, shows e até de cantar algumas coisas conosco.
Já o André, foi a última mudança na nossa formação... Substituiu o ‘Presuntinho’ (Carlos Cerqueira) após o mesmo deixar seu cargo vago por não conseguir nos acompanhar nos shows de divulgação do CD por conta do trampo.
E assim chegamos na formação que estamos hoje.
E assim chegamos na formação que estamos hoje.
2 - "Hypocrisy Hymns" me agradou bastante... em termos de produção e composição, demoraram a chegar neste ótimo resultado?
R: Nava – Cara, o processo criativo de fato não foi tão demorado... Éramos jovens, empolgados e fominhas (risos). A gente fez as coisas bem rápido, mas demoramos bastante para começar a gravar.
R: Nava – Cara, o processo criativo de fato não foi tão demorado... Éramos jovens, empolgados e fominhas (risos). A gente fez as coisas bem rápido, mas demoramos bastante para começar a gravar.
Acho que o processo de composição deve ter levado no máximo 2 anos... Isso porque não tínhamos planos de gravar ainda, tampouco havia metas ou datas. Acho que se tivéssemos planejado isso desde o início, seria bem mais rápido.
Rômulo – A demora maior foi em estúdio...
A gente gravou o instrumental todo em 2015, mas as vozes só foram gravadas um ano depois.
A gente gravou o instrumental todo em 2015, mas as vozes só foram gravadas um ano depois.
E então veio o mix, o que foi a parte mais demorada do processo inteiro... Passando quase 2 anos entre gravação do material para lançamento, de fato.
3 - Posso dizer que fizeram ótimas faixas, além de terem uma progressão benéfica ao ouvir... tem alguma específica que é a preferida da banda?ou de repente a que tenha dado o "pontapé inicial" para todo o resto?
R: Rômulo – A minha é ‘Vengeance’. Me sinto conectado com a banda e público quando a tocamos.
R: Rômulo – A minha é ‘Vengeance’. Me sinto conectado com a banda e público quando a tocamos.
Nava – A minha é ‘Rage’. Foi a primeira música em que eu compus a letra sozinho e é a que tem uma pegada mais progressiva... Acho que é a música que tem mais da minha personalidade musical.
Lúcio – As minhas são ‘Rage’ e também ‘A Fable’.
Gosto da musicalidade e técnica de ‘Rage’ e também da objetividade de ‘A Fable’, que põe dedo na cara e diz a que veio. (risos)
Marcelo “Marshall” – ‘Rage’ e ‘False Divinity’.
A ‘Rage’ pela musicalidade e letra, ‘False Divinity’ pelos riffs.
A ‘Rage’ pela musicalidade e letra, ‘False Divinity’ pelos riffs.
4 - Como tem sido a receptividade de público e mídia?
R: Nava – Cara, a gente tem recebido ótimas avaliações e críticas... Isso tem nos surpreendido bastante, mas também enchido de orgulho.
Somos a primeira banda da nossa região a lançar um disco de metal extremo e ver que tem gente grande e veículos grandes, como a Roadie Crew nos notando é altamente recompensador.
R: Nava – Cara, a gente tem recebido ótimas avaliações e críticas... Isso tem nos surpreendido bastante, mas também enchido de orgulho.
Somos a primeira banda da nossa região a lançar um disco de metal extremo e ver que tem gente grande e veículos grandes, como a Roadie Crew nos notando é altamente recompensador.
Rômulo – É legal também ver que após o nosso disco, outras bandas da nossa região também surgiram.
Bandas como FSM (Feios Sujos e Malvados), From the Inside, Cérebro de Galinha ou ainda a Psycho Walls, de Tucuruí... Toda essa galera se motivou a investir e gravar material de boa qualidade também e isso nos deixa muito felizes.
Bandas como FSM (Feios Sujos e Malvados), From the Inside, Cérebro de Galinha ou ainda a Psycho Walls, de Tucuruí... Toda essa galera se motivou a investir e gravar material de boa qualidade também e isso nos deixa muito felizes.
Nava – Acho que a parada aqui sempre foi pela cena metal. A gente sente orgulho de ver nossa região rendendo tantos bons frutos... Inclusive, ouçam as bandas citadas.
Garanto que não vão se arrepender. (risos)
Garanto que não vão se arrepender. (risos)
Lúcio – O público tem nos abraçado.
Sabemos das dificuldades do underground... Sobretudo em época de crise financeira e política, que vivemos hoje.
Sabemos das dificuldades do underground... Sobretudo em época de crise financeira e política, que vivemos hoje.
Esses problemas afetam diretamente à quantidade de pessoas nos eventos, além de rachar muito o público, em casos extremos, mas acredito que apesar disso tudo, ainda temos sido muito bem recebidos pelo público.
Temos muito orgulho dos nossos apoiadores e somos mais fãs deles do que eles da gente. (risos)
5 - Na visão da banda, o que devem fazer para atraírem mais público nos shows?
R: Nava – Cara, a gente é muito focado.
Nossa resposta pra tudo sempre foi trabalho...
R: Nava – Cara, a gente é muito focado.
Nossa resposta pra tudo sempre foi trabalho...
Acreditamos que não adianta culpar ninguém, temos que caprichar nos trabalhos lançados e nos eventos organizados.
Se for bom, o público vai consequentemente.
Essa sempre foi nossa visão sobre isso.
Essa sempre foi nossa visão sobre isso.
Lúcio – Vemos muita gente fazer posts pedindo apoio do público, ou muitas vezes reclamando de eles não irem. Entendemos, mas acreditamos que o caminho não é esse. A gente procura fazer sempre a nossa parte, evitamos ao máximo depender dos outros...
Tanto que organizamos boa parte dos nossos próprios eventos. Arrecadamos fundos por conta própria e tiramos grana do próprio bolso pra fazer a onda acontecer...
E pouco a pouco isso vem nos rendendo frutos.
O nosso disco, o apoio de fãs, reconhecimento da mídia... Tudo isso é resultado de trabalho de formiguinha.
Tem que ter muito amor e sangue no olho, se quiser fazer metal de verdade no brasil. (risos)
6 - Pensam investir em vídeos para singles futuros?
R: Rômulo – Com certeza. A gente já tem planos para isso num futuro próximo.
R: Rômulo – Com certeza. A gente já tem planos para isso num futuro próximo.
Como o Lúcio disse, a gente não depende de ninguém. Somos uma banda totalmente independente...
E já estamos arrecadando grana para lançarmos não só vídeos, como também camisetas, novos merchandisings e até mesmo um novo disco, que já esta quase todo feito.
Quando se trabalha com as próprias forças, as coisas podem demorar um pouco mais... Eu digo isso porque é diferente das bandas grandes ou de sucesso.
Eles têm apoio financeiro e lançam material a qualquer momento...
Aqui é ‘nós por nós ’ e por conta disso às vezes podemos demorar um pouco mais para lançar material.
Porém, com certeza vai rolar vídeos.
Nava – Na verdade já temos alguns vídeos em nosso canal.
Lúcio – Isso, temos uma série de videos chamada Playtr00ughs, que aborda os trampos de guitarra de perto.
Marcelo – A gente toca todas as músicas do disco com enfoque especial na guitarra, que é pra galera que gosta de guitarra poder ver mais de perto o nosso trampo e até mesmo aprender alguns riffs.
Nava – Mas sim, temos planos para videoclipes e eles não devem demorar muito mais para se concretizarem. (risos)
7 - Vocês tocaram com algumas bandas seminais do metal extremo... tem alguma delas que foi um momento especial para ambos?
R: Rômulo – O Nervecell. (risos)
R: Rômulo – O Nervecell. (risos)
Lucio – Foi a primeira vez que tocamos com uma banda de metal extremo de nível tão alto! Ficamos abismados com aquilo e aprendemos bastante nesse show. Vamos levar ele pra sempre na memória.
Foi no ‘Calabouço Metal Fest’, que contou também com NervoChaos, Into Darkness e Visceral Slaughter...
Foi um puta de um show e todas as bandas destruíram.
Mas realmente o Nervecell foi o que mais nos impressionou. (risos)
Nava – Teve também o ‘Legacy Fest’, onde tocamos com os amigos da A Red Nightmare.
É uma banda de death metal de Belém que construímos uma ótima relação.
É uma banda de death metal de Belém que construímos uma ótima relação.
Foi um momento especial pra gente, também.
8 - Creio que tenha sido complicado lidar com a saída de seu antigo vocalista em meio à crescente da banda... como chegaram a substituição e mantiveram a calma no momento?
R: Lúcio – É, foi um momento chave...
Na época, estávamos tensos com a gravação.
Foi bastante investimento e tinha muita coisa do futuro da banda em jogo.
R: Lúcio – É, foi um momento chave...
Na época, estávamos tensos com a gravação.
Foi bastante investimento e tinha muita coisa do futuro da banda em jogo.
Nava – Sim, havia muito dinheiro investido e a gente vinha muito nervoso... O Diórgenes na época estava numa vibe um pouco diferente da gente... Digo, não estávamos sintonizados. Então ainda dentro do estúdio, decidimos optar por outro vocalista.
Lucio – A gente achou que seria melhor chamar antes de gravar, porque quem entrasse já chegaria motivado e com a real noção da importância do trabalho pra gente. Foi ai que a gente chamou o Rômulo...
Rômulo – Na época eu tinha acabado de ser demitido do meu trabalho no interior do Maranhão. Estava voltando à marabá quando o Nava me procurou.
O ‘timin’ foi perfeito... Acho que era pra ser.
E eu já era fã do trabalho, pra mim foi um prazer e eu nem pensei duas vezes. (risos)
O ‘timin’ foi perfeito... Acho que era pra ser.
E eu já era fã do trabalho, pra mim foi um prazer e eu nem pensei duas vezes. (risos)
Nava – Houve um pequeno atrito na época, o Diórgenes não aceitou muito bem a nossa decisão... O que é normal, já que ninguém gosta de ser substituído, mas hoje nos damos muito bem, somos amigos pessoais e inclusive ele subiu em palco recentemente conosco, em um show de Parauapebas/PA.
A exemplo do Presuntinho, nosso ex-baterista que está sempre entre a gente, a Broken continua muito unida mesmo com os ex-membros.
9 - O que podemos esperar para os próximos meses?
R: Nava – Cara, a gente já tem um segundo disco.
R: Nava – Cara, a gente já tem um segundo disco.
Digamos que está 90% completo.
A entrada do André na bateria nos deu um puta gás, principalmente por ele ter um estúdio e se propor a compor conosco logo de cara.
Ele é um cara de visão, um grande empreendedor, então a gente tem muitos planos.
Lúcio – Estamos juntando grana para entrar em estúdio por volta de maio do ano que vem, para gravarmos o segundo disco, fora isso, temos planos de vídeos e de novos quadros no nosso canal.
Rômulo – Basta nos seguir no facebook, instagram ou youtube...
A gente ta sempre postando os planos por lá.
A gente ta sempre postando os planos por lá.
10 - Finalizando, gostariam de deixar algum recado?
R: Nava – Bangers, nos somos a Broken & Boned.
Se chegamos onde chegamos, foi por conta do seu apoio. Pedimos para que continuem nos apoiando, indo aos shows, comprando merchan, mostrando nosso som pros amigos e divulgando ao máximo o nosso underground...
R: Nava – Bangers, nos somos a Broken & Boned.
Se chegamos onde chegamos, foi por conta do seu apoio. Pedimos para que continuem nos apoiando, indo aos shows, comprando merchan, mostrando nosso som pros amigos e divulgando ao máximo o nosso underground...
O underground brasileiro somos todos nós.
Nunca deixem de apoiar as bandas autorais de sua cidade e mantenham sempre o orgulho do metal nacional, pois aqui tem muita banda tão competente quanto as de fora!
Nunca deixem de apoiar as bandas autorais de sua cidade e mantenham sempre o orgulho do metal nacional, pois aqui tem muita banda tão competente quanto as de fora!
Muito obrigado pela oportunidade de falar um pouco mais do nosso trampo e nos vemos nos moshs por ai!
Gostaria de agradecer pela oportunidade cedida, deixar o espaço para futuras colaborações e, também agradecer ao nosso amigo Leonardo (https://www.facebook.com/braunamusicpress/) por todo o cuidado para ser possível a entrevista.