Poder conhecer bandas do nosso cenário musical sempre é um prazer, e todos nós sabemos o quanto o nordeste do Brasil é rico em bandas com Metal poderoso, forte e sempre consistente.
Abaixo, você pode conferir a entrevista que fizemos com uma dessas bandas que tem as características necessárias para o "headbanger" exigente, o Natural Hate.
1 - Passado alguns anos, como vêem o legado da banda até aqui?
R: Então, quando a banda surgiu e lançamos o primeiro disco, nós não conhecíamos nada sobre como funcionava o cenário metal da Bahia, muito menos no Brasil, até por que somos de uma cidade pequena e na época éramos a primeira banda de Metal da cidade.
Somente com o tempo que fomos promovendo eventos como o "Caetité Metal Open Air", conseguindo fazer intercâmbios em outras cidades e conhecendo outras bandas que fomos aparecendo no cenário.
Isso nos ajudou bastante enquanto pessoas, enquanto músicos e enquanto banda, seja compondo, criando uma identidade de palco, postura e ideias, de maneira que nesses 8 anos a banda tem se tornado uma referência relativamente expressiva na Bahia e aos poucos em outros estados por onde passamos ou na internet pelo que temos feito.
2 - "Welcome to Underground" tem ótima dinâmica e produção, entrega o que o fã da cena extrema gosta... demoraram a chegar no "produto final"?
R: “Welcome to Underground” carrega uma essência da banda muito parecida com o primeiro álbum “Delivery Service of Chaos”, porém temos nesse novo full uma produção mais madura, trazendo novos elementos que passam pelo Death e Grind, dentro de um trabalho conceitual sobre as lutas e vivencias do cotidiano do sertão da Bahia nos dias de hoje.
O trabalho carrega ideia de dualismo, conflito do homem do interior que convive com o fato de se adaptar a modernidade e tentar manter viva as suas tradições, tendo como pano de fundo problemas como a seca, preconceito, dura vida de trabalho.
O disco conta com a participação de um grupo tradicional de música regional conhecido como "terno de reis", formado essencialmente por mulheres liderados por Dana Vandi, uma senhora de 70 anos de idade que adorou participar da faixa “My Origin” com seu grupo, além do músico Anderson Cunha da banda Sertanília, que tocou viola caipira na música “Sangue, Suor e Poeira”.
Executar o projeto demorou um pouco pois a banda sofreu mudanças de formação e compor toda a ideia foi necessário estudo.
3 - Ainda falando sobre o álbum, será a primeira vez que irão tocar juntos nessa formação do disco, certo? Como está a expectativa da tour internacional?
R: Então, como eu havia dito, a banda sofreu mudanças de formação durante a produção do álbum, de forma que o baterista e baixista atual não foram os mesmos que gravaram, de forma que estamos juntos desde 2017 e fizemos vários shows de lá pra cá, porém é a primeira vez que essa formação sai junta em tour.
E sobre a tour internacional latino americana estamos muito empolgados e ansiosos, principalmente pra saber a reação e recepção do público lá fora, pois, já fizemos tour Norte e Nordeste do Brasil passando por 9 estados mas é a primeira vez que vamos sair do país.
Vão ser 11 shows entre Colômbia e Equador, então é tudo muito novo pra gente.
4 - Quais as mensagens principais que a banda pretende passar à cada lançamento? existe um direcionamento ou preferem usar o momento para cada ação nas canções?
R: No primeiro disco a gente falou muito de até meio clichês dentro do Thrash metal, como problemas sociais tipo violência, alienação, corrupção, tudo de uma maneira mais geral da discussão, coisas que são do cotidiano e realidade de qualquer comunidade no Brasil.
Mas no “Welcome to Underground” houve uma preocupação de olhar mais pra o que acontece ao nosso redor, num âmbito regional, o que estimulou até mesmo a composição de músicas em português e trazer os elementos da cultura local o disco.
5 - Pensam em investir na produção de mais vídeos?
R: Sim, acabamos de lançar o clipe de “Welcome to Underground” em parceria com o Coletivo Curta de Quinta para impulsionar a tour, inclusive a tour será toda filmada pelo cinegrafista Wesley Aguiar e esse conteúdo provavelmente deve gerar algum vídeo clipe ou minidocumentário.
R: Sim, acabamos de lançar o clipe de “Welcome to Underground” em parceria com o Coletivo Curta de Quinta para impulsionar a tour, inclusive a tour será toda filmada pelo cinegrafista Wesley Aguiar e esse conteúdo provavelmente deve gerar algum vídeo clipe ou minidocumentário.
Nós já havíamos lançado lyric vídeos das músicas "Badocada" e "I See" que foi nosso primeiro single e pretendemos sempre produzir esse tipo de conteúdo daqui pra frente.
Vídeos são um tipo de conteúdo que o público sempre pede e é muito legal de produzir.
6 - Sabemos que o cenário mudou e o público também... como manter um show com atrativos para receberem a galera e ainda conseguirem garantir o "merch" vendido?
R: A forma como o público consome a música nos dias de hoje, mesmo sendo algo de qualidade, é muito mais difícil criar um apego a itens como CD por exemplo.
Porém nas tours é o momento em que esse material mais tem saída, mais do que nas prateleiras de uma boa loja, pois é a oportunidade da pessoa que viu o show e gostou da banda ter algo, criar um tipo de ligação, mesmo que ela acabe ouvindo as músicas em plataformas digitais.
Então é necessário ter uma banda bem ensaiada, coesa e com uma ótima performance de palco.
Se você consegue envolver o público, com certeza isso reflete na venda do seu merch, CDs, camisas etc.
7 - Finalizando, querem deixar algum recado?
R: Gostaria de agradecer a você xará pelo convite e oportunidade de estar falando sobre os trabalhos da Natural Hate, além de parabeniza-lo pela dedicação com o cenário.
Gostaria também de convidar a todos para conhecer o som da Natural Hate que está disponível em todas as plataformas digitais, além de nos acompanhar aí nas redes sociais.
Sejam todos bem vindos.
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Quero deixar o meu agradecimento pela oportunidade e o espaço para futuras divulgações.