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quinta-feira, 16 de maio de 2019

Rock Vibrations Entrevista : Structural Repairs


Volto a dizer, a Internet nos dá uma grande oportunidade para nos apresentar grandes músicas e também novas bandas que eventualmente irão fazer parte das nossas novas playlists.

Se você gosta de ouvir opiniões que vão para o lado do "O Rock Morreu" ou que "O Metal está nos anos 80", certamente está perdendo grandes acontecimentos, como a realização de eventos no underground e bandas que mantém muita coisa viva, como por exemplo os amigos que estamos abordando aqui.

O "Structural Repairs" apareceu para mim como uma oportunidade de divulgação, e mesmo que eu já tivesse ouvido falar deles, ainda não tinha parado para conferir (por questões de rotina, muitas divulgações), mas, assim que essa opção surgiu, acabou se tornando realmente parte de uma playlist.

Abaixo, o bate papo com os músicos Juan Santiago (vocalista/guitarrista) e Murillo Vallim (baixista) sobre inúmeros assuntos relevantes, tais como influências, lançamento do E.P. e mais novidades... Confira :


1 - As influências da banda são muito bem mescladas em suas canções. Ambos trazem o direcionamento para a produção de novas faixas ou possuem algum tipo de planejamento fixo?
Juan Santiago: Nunca tivemos um plano fixo no que tange o processo de composição. Normalmente o Breno (guitarrista) tem um embrião do que ele tem em mente em uma faixa, baseado em riffs dele ou riffs que eu gravo e mando pra ele – ele me apresenta um esqueleto do que seria a faixa e eu e ele trabalhamos juntos até termos um bruto do trabalho – eu sempre tento deixar o Murillo (baixista) e o Feto (baterista) super à vontade na hora de colocarem o baixo e a bateria.

Toda vez esse o resultado final acaba sendo completamente diferente do que havia sido originalmente imaginado por mim ou pelo Breno, mas que sempre agrada á todos; é um processo extremamente orgânico e acredito que seja este o motivo de não nos encaixarmos em um subgênero do metal tão facilmente.

Ao longo desse processo, fica muito claro onde as influências de cada um aparecem – é normal mostrarmos músicas novas para as pessoas mais próximas á nós e eles decifrarem de quem criou tal riff, ou quem teve a ideia de tal coisa e etc.

Murillo Vallim: Não temos planejamento fixo na produção de novas músicas, usamos as influências que temos e as ideias vão fluindo de forma natural.


2 - O EP “We Choose Violence” é muito bom, tem ótima produção e transita bem do melódico ao extremo. Como tem sido a repercussão na mídia?
Juan Santiago: A aceitação pelo público e pela mídia tem sido muito boa, e ficamos até surpresos com esse feedback.

Já que não seguimos um estilo específico, sempre há um receio de haver rejeição de quem só curte algo mais pesado, ou de quem só curte coisas mais técnicas, coisas mais grooveadas e etc. 

Independente da preferência individual por alguma vertente do metal, a aceitação pela maioria tem sido muito positiva.

Murillo Vallim: O pessoal tem gostado bastante, recebemos ótimos reviews, tanto nacionais quanto internacionais. A galera destaca bem as diferenças entre as faixas e parece que agrada a todo mundo.



3 - Vocês estão em fase final para lançarem novas canções, certo? O que podem nos adiantar sobre? Podemos esperar canções tão eficientes quanto as já lançadas?
Juan Santiago:
Bom, atualmente temos quatro músicas que pretendemos incluir no repertório aos poucos nos próximos shows antes de entrarmos em estúdio.

No tocante às letras, me inspirei em uma citação do livro “Those who remain”, capitulo final da saga “The New World series” do escritor norte americano G. Michael Hopf, sendo assim nosso primeiro trabalho temático.

A parte instrumental está ainda mais variada do que o apresentado anteriormente no EP “We Choose Violence”. As influências de Thrash, Death Metal clássico, Technical Death e Groove Metal são bem mais evidentes.

O nível de dificuldade de execução também está mais elevado – Breno, Murillo e Feto se superaram nesse trabalho – O que é ótimo, pois me motiva a praticar cada vez para conseguir acompanhar o nível técnico desses malucos.


4 - O público tem sido receptivo aos lançamentos? Percebo pela página oficial de vocês que possuem um ótimo contato com todos.
Juan Santiago:
Sim, temos uma base de fãs muito legal e que apoia bastante. É muito legal receber uma mensagem de alguém do Ceará ou algum outro estado onde ainda não estivemos, ou até mesmo de outros países, sempre muito espontâneos e fazendo elogios e críticas construtivas. É muito gratificante!

Murillo Vallim: Sempre respondemos a todos que entram em contato, tanto via Facebook, quanto Instagram, quanto pessoalmente nos shows. Nosso contato com a galera é sempre bem aberto, pelo que pude notar, o público sempre recebe bem os posts e tudo o que lançamos.


5 - Hoje em dia os lyric videos estão em alta e acabam sendo quase que uma apresentação de singles. Gostam da idéia de fazerem algo neste conceito?
Juan Santiago:
Sim, adoramos a idéia, inclusive temos o lyric video da faixa “This is War” que foi lançado em 2018 e disponível no Youtube.


6 - Na visão da banda, "Mind the Gap" amadureceu bem? Ainda pode ser usado como influência para ambos? Sei que inovar faz parte e o amadurecimento sonoro é inevitável, mas, o quanto ele representa até hoje?
Juan Santiago:
Isso é algo muito pessoal. O “Mind the gap” foi lançado seis anos atrás, eu e o Murillo nem sonhávamos em fazer parte da Structural nessa época. Pra mim são duas bandas distintas, e essa diferença é notória quando comparamos o MTG com o WCV.

Até mesmo as influências do Breno que transbordam no MTG estão datadas – hoje eu percebo algo muito mais técnico e visceral nas linhas de guitarra que ele põe na mesa quando vamos compor.

O MTG tem uma importância enorme na história da banda, e ainda tocamos algumas das faixas daquele disco em nossos shows, mas não o vejo influenciando os trabalhos futuros de forma direta.

Murillo Vallim: Foi a raiz da banda, eu e o Juan não estávamos na banda então não ajudamos nas composições, acho que isso é bem notável entre ele e o “We Choose Violence”, mas acredito que ainda é a raiz da banda. Eu mesmo escuto as músicas dele e toco sem problemas algumas nos shows, continua sendo um “ponto de partida” pra nós.



7 - Algumas bandas acabam se perdendo quando trocam alguém do seu line-up original, mas, vocês conseguiram se manter e hoje estão se consolidando como uma das melhores bandas no gênero. Como foi todo esse processo de desenvolvimento para terem uma continuação?
Juan Santiago:
Todos nós já tivemos várias bandas, e a meu ver, a química entre os integrantes é essencial para que as coisas deem certo.

Acredito que a Structural funciona bem hoje porque acima da química como músicos, a nossa relação além da banda é muito boa. Nós pensamos de forma muito parecida, temos um senso de humor muito parecido, gostamos das mesmas coisas, temos a mesma visão de mundo, e de forma bem geral, até mesmo os mesmos objetivos pessoais e para a banda, e isso faz com que as pequenas diferenças de opinião e atritos que ocorrem em qualquer relacionamento sejam insignificantes.

A vontade de tocar com estes caras em específico é maior do que a vontade de simplesmente tocar, como era com algumas das outras bandas que tive.

Murillo Vallim: Acredito que a minha chegada e a do Juan deu um gás novo pra banda. Como temos um leque grande de influências de Thrash e Death, acabou indo de acordo com o que o Breno (guitarrista) e o Feto (baterista) já estavam escutando e tendo uma influência maior.

Além de banda, somos amigos, vamos a shows de outras bandas juntos, churrascos, isso ajuda também eu acredito, na hora da composição e da formação da banda, um acaba conhecendo muito do outro.

8 - Tenho feito essa pergunta sempre que posso entrevistar: Como vocês administram o fato do streaming dominar o mercado atual e as mídias físicas ficarem cada vez menores em suas vendas? Existe uma “fórmula” para que o fã possa contribuir no “merch” da banda?
Juan Santiago:
Eu sinceramente vejo isso como algo benéfico. Não sou tão velho, mas quando comecei a me interessar por música, ainda havia uma dificuldade muito grande em se conseguir ter acesso a material de alguma banda ou até mesmo de conhecer coisas novas.

Já passei muito tempo juntando dinheiro, pra depois passar ainda mais tempo escolhendo com muito cuidado um CD em uma loja ou sebo porque só daria pra comprar um mesmo. Obviamente a facilidade que o streaming trás para o público acaba tirando uma fonte de renda das bandas, mas abre muitas portas e oportunidades.
Especialmente em um país como o Brasil onde tudo é muito caro, é muito legal poder ver que enquanto eu tinha 16 anos e tinha que economizar bastante pra conseguir R$50,00 pra comprar um CD importado do Norther (banda finlandesa que me influenciou bastante), com ¼ desse valor hoje, um jovem da mesma idade tem acesso não somente à discografia deles inteira, mas também outras bandas Finlandesas ou de qualquer canto do mundo.

Aliás, muitos nem precisam tirar um centavo do bolso para conseguir isso.
Quando uma pessoa gosta muito de uma banda, ela vai querer apoiá-la comprando merch, indo aos shows, ou pagando pelas músicas em streaming.
Uma banda tem que ser como uma empresa e visar uma forma de conseguir viver de seu trabalho, mas acredito que as bandas de Metal em sua maioria tenham como principal objetivo disseminar seu trabalho e passar sua mensagem adiante, e o retorno financeiro (quando dificilmente vem) é apenas uma consequência disso.

Murillo Vallim: Acredito que camisetas e adesivos são o melhor caminho para a contribuição dos fãs. Não tínhamos feito mídia física até um tempo atrás, justamente por conta do streaming, mas acabamos fazendo para algumas ações específicas, mas o forte mesmo continua sendo camisetas.

E a galera comparecer nos shows, isso já é mais do que o suficiente.


9 - Finalizando, gostariam de deixar algum recado?
Juan Santiago:
Gostaria de agradecer imensamente pela oportunidade que a Rock Vibrations está nos dando e às pessoas que nos seguem e acompanham nosso trabalho.

Fiquem ligados nos próximos shows, pois estaremos apresentando as músicas do novo trabalho ao vivo gradativamente. Nos encontramos nos rolês da vida. Forte abraço!





Deixo aqui o meu grande agradecimento ao brother Maximiliano que entrou em contato por email através da "New Times Comunicação" para fazermos divulgações e mantermos uma parceria, e claro, me apresentou a banda, e sendo assim, também a pessoa que viabilizou essa entrevista.
Também deixo o espaço para futuras divulgações do "Structural Repairs" em nosso meio de comunicação.

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