Foto por : Cadu Andrade |
A "Hamen" é o tipo de banda que você consegue perceber rapidamente o quanto possui técnica e feeling com seus temas épicos, pois através do lado Symphonic do Metal, demonstram muita maturidade e qualidade de produção, sendo uma das melhores bandas brasileiras no estilo, ainda mais se prestarmos atenção no conteúdo.
A vocalista Monica Possel falou um pouco sobre vários assuntos como o início, influências, além de outras coisas relevantes...
Confira logo abaixo :
1 - Por favor, para iniciarmos, poderia contar um pouco sobre o início da banda?
Oi. O início da banda foi em 2013, quando tive a vontade de voltar a ter banda. Eu tive uma banda de metal na adolescência, mas na época, como não pagava as minhas contas, acabamos parando.
Aí em 2013 voltei com o projeto, com a ideia de já produzir um EP.
Em 2015 lançamos o EP com a primeira formação.
2 - Acho muito legal que as bandas possuam uma mensagem interessante para o seu público e no caso de vocês, vi que existe um conceito muito bem elaborado... Quando estavam formando essas ideias, já tinham alguma noção de abordagem para tal?
Eu sempre gostei de Ficção Científica e sempre quis criar algo nessa linha. No novo disco já sabíamos que o tema ia ser sobre isso, porque além de mim, todos os demais membros da banda gostam muito desse tema.
A ideia do álbum "Unreflected Mirror" é contar uma história, apresentando os personagens.
Já para o próximo álbum, vamos continuar essa história, com alguns personagens principais da história do U.M. no disco onde fala de um “portal” para outros mundos e sugere que esse portal seja o espelho que não reflete, no próximo álbum, queremos apresentar esses outros mundos.
3 - Com ótimos exemplos de boa qualidade, fica complicado citar apenas um registro lançado, então pergunto: Qual a principal evolução que vocês notaram desde o lançamento do EP "Altar" de 2015?
No EP “Altar” nosso som está mais voltado para o gótico, já no álbum “Unreflected Mirror” nosso som teve uma pegada mais para o power metal, que é uma das maiores influências da banda.
No EP estávamos nos conhecendo como banda.
Já no “U.M” a banda entrou numa nova fase, entraram dois novos músicos, como o Matheus e o Gabriel, o Matheus sendo também o nosso produtor.
E nessa nova fase, nos sentimos muito mais entrosados musicalmente, principalmente devido à distância, onde dois músicos moram em Brasilia e os outros dois moram em Santa Catarina, mesmo assim conseguimos ter uma conexão muito forte. Acredito que devido à isso, o estilo tenha mudado também.
4 - Suas influências são notórias ao meu ver, vão de Nightwish à Epica e em grandes nomes do Symphonic Metal com destreza. Mas, também, se influenciam por algumas bandas novas ou mesmo as que não necessariamente são da vertente que transitam?
Com certeza. Nossos músicos são muito versáteis. Além do sinfônico, temos também o power metal como grande referência. Mas curtimos muitos outros sons, como doom metal, progressive metal, heavy metal.
Cada músico possui também um background específico. O Matheus Maia, nosso baixista e também produtor, tem referências de clássico como Vivaldi, Bach, Beethoven, além de Hans Zimmer, John Williams e também de pop como Michael Jackson e Roupa Nova.
O Gabriel Pedroso, baterista, tem referências de Progressivo e Death Metal, tanto melódico, quanto o técnico.
O Cadu Puccini, guitarrista, tem bastante de Power Metal, Country, Instrumental, e seus músicos preferidos são Steve Morse e Michael Romeo.
Já eu é uma grande mistura (risos).
Estudei Canto Erudito em Conservatório de Música, então tenho muita influência de Mozart, Wagner, Villa Lobos, depois disso acabei estudando muito o crossover, aplicação de drives e rasgados na voz, e minhas influências são muito de Masterplan com o Jorn Lande e Symphony X com o Russel Allen, além de Dio e Coverdale.
Já no pop, pra estudo de belting, minhas influências são Whitney Houston, Celine Dion, Mariah Carey e atualmente Jessie J.
5 - Como tem sido o apoio do público nos últimos tempos? Pode dizer que já possuem uma base sólida de fãs?
Somos muito felizes pelos fãs que temos e os novos fãs que vão surgindo. São fãs muito fiéis, nos apoiam sempre para continuar e seguir adiante.
Nunca me esqueço quando um dos nossos fãs fez uma tatuagem da banda no braço. Naquele momento, me emocionei muito e falei para mim mesma “preciso continuar por causa disso”, maior demonstração de carinho que podemos imaginar.
É incrível como eles curtem a gente e nos apoiam, nas redes sociais e principalmente nos shows.
Somos muito gratos por todos os nossos fãs *-*
6 - Assim como alguns amigos que tenho, vocês também estão presentes na coletânea XVI da Imperative Music.
O quão satisfatório está sendo essa conquista?
Ah é sensacional. Imagina, para nós, uma banda que recém começou, estar junto numa coletânea com grandes nomes como Hangar e Vision of Atlantis? Nossa! É incrível mesmo.
Além de outras bandas fantásticas e parceiras como Symmetrya que também é de Joinville/SC.
Para nós é muito gratificante participar dessa coletânea, bandas do mundo todo num único DVD. Estamos muito felizes.
7 - Achei muito bom o lyric vídeo para "My True Freedom", aliás, o conceito neste formato está cada vez mais acessível e benéfico.
Pretendem investir nisso sempre?
Gostamos muito também de produzir o lyric video da “My True Freedom”.
A produção foi do estúdio Signia, a empresa de design do Cadu Puccini, nosso guitarrista.
Queremos investir sim, mas confesso que esse tipo de produção é bastante cara e demorada, devido ao fato de a arte ser produzida em animação 3D.
Talvez os nossos próximos lyrics sejam mais “simples” no quesito produção, mas ainda é uma ideia, visto que a gente não consegue largar muito a mão quando o assunto é qualidade de nossas produções… (risos).
8 - Me desculpe abordar uma questão assim mas acho importante a opinião já que possuem uma mulher de extremo talento na banda. Infelizmente vemos exemplos ruins de pessoas que preferem julgar ao reconhecer o quão importante é o papel da mulher no Rock/Metal, que aliás, ajudam outras a superarem seus medos e as incentivam para terem banda ou ficarem tranquilas com o que desejam criar/atuar. Qual a sua impressão Monica, para o tema? Caso também queira dividir algum caso que ocorreu, sinta-se a vontade.
Olha, eu posso dizer que é muito difícil mesmo. Tem que ter muita coragem e não só isso, tem que sempre comprovar o seu talento.
No começo quando quis montar a banda foi tranquilo, as pessoas me aceitaram e também me incentivaram, porém agora no decorrer, é que fica mais complicado. O estilo sinfônico já tem um pré-conceito e ainda mais se é uma mulher cantando.
É realmente difícil passar essa barreira e deixar o CD tocando sem o filtro do “ah é uma mulher cantando, então é ruim” (risos)
9 - Sou um consumidor de streaming, mas também coleciono discos e mídias físicas em geral. Acredita que ainda exista espaço para ambos ou as mídias digitais serão mesmo o futuro e o lado físico apenas para entusiastas?
O estilo metal ainda tem muitos “entusiastas” que querem o CD físico para ter em mãos, folhear as páginas, ver a arte, o autógrafo.
Mas acredito que é uma geração, as mais novas, entendo que o streaming já resolve pra elas. Até porque hoje com o Streaming você pode ouvir as suas músicas preferidas, criar uma playlist com elas e não necessariamente ouvir o álbum todo.
Por isso que muitos estilos hoje lançam bastante singles. Mas acredito que pro Metal vai um tempo ainda pra chegar nisso.
10 - Finalizando, gostariam de deixar algum recado ou mensagem final?
Muito obrigada a Rock Vibrations pelo convite, adoramos a entrevista. É muito legal ver que os jornalistas vão a fundo na nossa história e criam perguntas maravilhosas como estas.
Espero ter atingido à altura do público de vocês.
Muito obrigada mesmo.
E para quem quiser conhecer mais da banda, siga-nos nas redes sociais @hamenofficial estamos no Facebook, Instagram e YouTube.
E ah! Se você é de Joinville e região, compareça no nosso show de lançamento, que será dia 14 de julho no Porão da Liga às 20h.
Espero todos vocês por lá! Sucesso a todos! Obrigada!
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Quero deixar o meu agradecimento pela oportunidade, além do espaço para futuras divulgações.
Também agradeço a parceria com a Julia Ourique que teve o empenho de fazer dar certo a entrevista, sempre me atendendo muito bem.
Também agradeço a parceria com a Julia Ourique que teve o empenho de fazer dar certo a entrevista, sempre me atendendo muito bem.