Antes de começar a falar sobre o mais novo álbum do trio que revolucionou em algumas vertentes a partir do meio dos anos 90, preciso citar um fato que aconteceu há alguns anos, mais precisamente em 2010.
Para a geração que cresceu em meio ao fim do Grunge e início do New Metal (meu caso), era fácil se perder com tantos rótulos e bandas que surgiam à todo instante, e claro, algumas delas se destacavam por fazerem alguma coisa diferente ou por ditarem alguma tendência, e é justamente o caso que irei abordar : o Linkin Park.
Como todos sabem, "Hybrid Theory" (2000) vendeu mais de 30 milhões de cópias (mesmo sendo um álbum renegado por Mike Shinoda), em seguida, "Meteora" (2003) conseguiu manter o sucesso e trouxe uma abordagem que ditou regras para aquela geração de bandas.
Com um intervalo maior de tempo, "Minutes To Midnight" (2007) chegou e espantou alguns desavisados pois a banda havia amadurecido drasticamente, mudado conceitos que antes eram um molde para o seu som, e assim surgiram com canções mais acessíveis... e eis que 2010 reservou "A Thousand Suns", um álbum que definitivamente á época deixou incrédulos os mais fanáticos, tendo melodias estranhas" (para o que eram conhecidos), além de não agradar em muitos anos depois por vários fãs (rendendo críticas pesadas inclusive no Brasil, com rádios não entendendo o que se passava).
Porque todo esse prólogo?simples, "Father of All..." (com a grafia "Motherfuckers" rasurada por um unicórnio vomitando arco íris) chegou há pouco tempo e está mantendo a mesma fama que o disco citado do Linkin Park fez em 2010, com vários fãs se revoltando com sua sonoridade, sua proposta acessível, por vezes pop/eletrônica, cheio de sintetizadores e vocais com muitos efeitos.
Essa repercussão já havia acontecido se pensarmos bem, afinal, após "Dookie" (1994), "Insomniac" (1995) e "Nimrod" (1997), a banda estagnou em compor canções rápidas com poucos minutos, então, "Warning" chegou bastante cadenciado, repleto de composições acessíveis e muitas delas com violões em destaque (lembra-se de "Minority", a auto-intitulada e "Macy's Day Parade"?).
"American Idiot" foi lançado em 2004 e assim como vemos atualmente, criou uma revolta em muitos que viram aquele Green Day punk, enérgico, caótico, dando lugar à melodias radiofônicas, singles que venderam muito bem e tiveram clipes em exaustão.
O tempo passou e seu som continuou ganhando novos adeptos, porém, agora a mudança foi muito maior, suas faixas rápidas deram lugar ao tipo de som alternativo/pop de bandas como "Queens of the Stone Age", "Arcade Fire", "Muse" e tantas outras nessa linha (aquele tipo de som que vemos anualmente em festivais como o Lollapalooza).
Mas afinal, isso é ruim?jamais; pelo contrário, temos canções bastante fáceis de se assimilar, radiofônicas em um nível perfeito para singles, e mesmo que muitos ainda tenham receio por esse tipo de fórmula moderna, vale lembrar que muitos da mesma geração deles também seguiram este caminho (vide o "Blink-182 em 2019 com o álbum "Nine" cheio de elementos pop/eletrônico).
"Oh Yeah!" figura nas rádios nos últimos tempos e certamente você deve ter ouvido, mesmo que não tenha reconhecido a banda.
São 10 faixas divididas em apenas 26 minutos, climas que remetem aos anos 50/60/70 em meio á muitas coisas modernas... você poderá dar uma chance, é uma mistura diferente, de repente poderão ditar uma nova sonoridade assim como fizeram há 16 anos com "American Idiot" (aliás, repare na arte escolhida e pegue a referência).
Ouça via Spotify aqui