O tempo passa tão rápido que algumas coisas parecem nunca ter mudado, ainda mais quando se trata de música, uma ferramenta poderosa que muda aspectos, ajuda em muitos momentos e também marca gerações e sensações.
Quando o Linkin Park lançou o seu debut "Hybrid Theory" me recordo do boom instantâneo que causou, canções fáceis de absorver, o auge daquela geração que vinha construindo um tipo de conceito diferente até então (pelo menos desde a metade dos anos 90).
Talvez nem mesmo a banda esperaria tamanho reconhecimento por um álbum que os próprios fizeram quase que em casa (em especial Mike Shinoda que já entendia muito bem de programas de edição e produção), mas o fato é que este "simples" registro está entre os mais vendidos da história da música ultrapassando 30 milhões de cópias, assim como premiações diversas, sendo ao lado de Avril Lavigne e outros raros nomes como um dos artistas mais rentáveis da década passada.
Em 2003 vimos outro boom como este, o aclamado "Meteora", um álbum pouco diferente de seu antecessor, trazendo um som mais maduro, letras novamente em uma linha pessoal, porém, tendo um apelo mais forte em alguns aspectos, comercial principalmente pois naquela altura os caras já estavam dominando o mercado e a expectativa de um novo álbum era mais do que certa.
Algumas faixas como "Don't Stay", "Hit the Floor", "Figure.09" e "Easier To Run" caíram no gosto de muitos e nem eram singles propriamente ditos, além da excelente "Lying From You" (tendo inclusive uma versão na extinta programação da Game TV, uma espécie de programa dentro da Mix TV que misturava músicas famosas com clipes de games famosos da época, com um trailer do game Onimusha, passando quase que diariamente em 2005).
Sobre os singles, existia até uma certa "briga sadia" entre os fãs para definir qual fazia mais sentido entre os melhores da banda, acho que até hoje não existam unanimidades sobre isso pois o sucesso de cada uma das faixas tocando em rádios deu uma visão ampla e vários sentidos pessoais para cada um.
Tivemos "Somewhere I Belong", "Faint" (em 2003 foi uma das mais tocadas em rádios Br, inclusive nas que estavam com a nova onda de música eletrônica desde o fim de 2002), "Breaking the Habbit", "From the Inside" (tendo vários elogios pelo seu clipe), e claro, a canção que nos últimos anos tem ganhado cada vez mais adeptos e até novos fãs, "Numb", que aliás, na cronologia da banda, seu clipe seria a continuação de "Crawling", mostrando a evolução da garota que aparece atuando (e sim, não são a mesma atriz).
Com a morte de Chester Bennington em 20/07/2017, a banda ficou em um hiato e os fãs respeitaram isso dia após dia, foi um choque para qualquer pessoa que cresceu ouvindo essas canções citadas aqui, falando do Brasil especificamente, não era difícil você encontrar pessoas que gostassem do sucesso dos caras, camisetas vendidas a rodo, os álbuns compartilhados em MP3 (pois é, você que viveu essa época assim como eu, também fazia a troca de arquivos com os amigos através de infravermelho ou Bluetooth hahaha), quem viveu a adolescência entre 2000 e 2007 certamente teve um contato grande com os 2 primeiros álbuns e ainda pirava com os famosos AMV que surgiram na internet e nos confundiam sobre serem vídeos oficiais ou não, uma época do achismo total.
"Meteora 20th Anniversary Edition" está disponível a partir de hoje, 07/04/2023, tem incríveis 89 faixas e uma duração próxima de 4 horas e 50 minutos, um material feito com bastante carinho e atenção para os fãs mais assíduos de suas duas fases iniciais.
Além das faixas já conhecidas, temos também incluso o ótimo "Live In Texas" de 2004, o show que rendeu o DVD mais famoso da banda e por muito tempo, o mais vendido de sua época. Dentre suas faixas bem executadas e elogiadas até hoje pelas suas performances, tem uma versão bem legal de "Pushing Me Away" assinalada como "P5hng Me A*Wy".
Vale uma curiosidade?sabia que Lars Ulrich, baterista do Metallica, participa do show durante uma das faixas?não tocando, mas de um jeito bem informal e engraçado...se ainda não viu, confira!
Temos também outro show conhecido dos fãs das antigas, o "Live Nothingham" de 2003, além de uma infinidade de demos bem variadas e interessantes sobre as concepções de cada faixa entre 2002 e 2003.
"A.06" também está presente e me fez até recordar sobre a época que a ouvi (já faz tanto tempo, nossa haha).
Ufa, acho que agora podemos falar das novas faixas, não?!
"Lost" foi uma faixa encontrada nos HDs antigos da banda, um achado como diria Mike, comoveu uma dezena de fãs da banda no YouTube, aliás, não é difícil encontrar reacts variados de pessoas emocionadas com o vídeo e a letra.
Foi até engraçado e confuso para mim, mentalmente falando, pois ouvir algo inédito até então, cantado por alguém que já não está mais entre nós, da um certo misto de sensações... mas que bom que a música é para sempre!
Musicalmente falando, entendo o porque não esteve presente no álbum original, ela soa moderna demais para 2003 e claro, muito mais com o futuro da banda (pós 2007 eu diria, na fase "Minutes To Midnight") mas caso tivesse sido lançada, seria hoje um clássico da carreira facilmente.
"Fighting Myself" também merece a sua procura!
O álbum sai em formato físico com inúmeras versões, sendo um box apresentado por Mike Shinoda o mais completo.
"Meteora" atingiu a marca de Platina por 7x só nos Estados Unidos, sendo ao todo 27 milhões de cópias pelo mundo e ganhando certificações em vários países.
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