Recentemente tivemos a oportunidade de entrevistar o músico Humberto Zambrin da banda AttracthA e você pode conferir logo abaixo.
Dentre os assuntos, abordamos a forma de compor, o momento atual, bem como a expectativa de novidades como um novo álbum para breve.
1. A banda possui experiência e destreza para compor canções que agradam nos temas e também em instrumentais técnicos/coesos, vimos isso aliás em seus mais recentes lançamentos. Quando estão neste processo de composição, tentam manter um cuidado para que tudo soe dentro de sua proposta de gênero? Por exemplo, muitos elementos de sua música também fazem referências ao Hard moderno que por sua vez, bebe do Heavy.
HZ: Bom, eu não nos vejo pensando em propostas e em gêneros no momento da composição. Nós somos muito livres nesse sentido. Se há algo que norteia nosso processo de criação, eu diria que é algo mais relacionado à musicalidade de cada canção do que qualquer outra coisa.
Nós sempre fomos mais musicais no sentido de tocar para a música, sem virtuosismos ou avalanches de notas e sim, mais preocupados com as melodias e harmonias. Nosso objetivo, já no estágio zero de criação é de ter músicas que as pessoas possam cantar, assobiar, curtir...aquela coisa do Rock dos anos 70 e 80...boas melodias que fazem conexão direta com os sentimentos das pessoas. Não é sobre estilos, é sobre a musicalidade!
No álbum novo, vocês ouvirão até Blast Beats na bateria...e mesmo assim cantarão as músicas como se fossem do Bon Jovi.
2. Desde sua formação, muita coisa dentro da indústria num todo acabou sofrendo mudanças drásticas, porém, a essência de sua música ainda permanece e evoluiu gradativamente.
Com o advento das plataformas tudo ficou mais acessível, mas, vocês enxergam hoje uma concorrência muito mais acirrada para suas novas canções? Ou no final das contas, o que vale é a qualidade e a melhor entrega de cada um?
HZ: Se a sua pergunta está no sentido de alcançar mais exposição, a resposta é bem simples: a qualidade e a melhor entrega, em níveis gerais de aceitação dos headbangers, não é um diferencial. Você mergulhar nas composições e fazer o seu melhor, não significa que essa qualidade vá refletir em exposição. Os números e análises mostram bem isso. Os padrões atuais são de consumo imediato, o famoso “Tempo do TikTok”. Se você está ali, fritando na guitarra, como se fosse o Paganini do Séc XXI, necessitando de um tempo pra poder contar toda sua obra, você já está morto.
Atualmente, para sobreviver, os artistas têm que se basear nisso: onde está, no mundo, o seu mercado? Ou seja, onde tem gente pra consumir sua música? Se você não sabe isso, está perdendo tempo e dinheiro.
Agora em relação à concorrência, eu vivo expondo isso nas minhas redes sociais: quem ganha a corrida, nem sempre é o melhor físico/forma ou estado, mas sim aquele que traça o melhor plano de divulgação. Balanceia os investimentos e busca resultado. Isso sim é um diferencial.
3. Na época do lançamento de "No Fear to Face What's Buried Inside You" a repercussão causou bastante impacto, principalmente pela produção impecável.
Passados esses últimos anos, o que conseguiram colher de bons frutos com o álbum? Tinham noção da qualidade imposta já na época que estavam construindo aquelas canções?
HZ: Olha, sobre a qualidade, sim! No processo de pre-produção do No Fear, tivemos um banho de informações sobre composição com o Edu Falaschi que mudou nossa forma de ver a música, e isso com certeza jogou, no nosso ponto de vista, a barra de qualidade musical lá pra cima. A partir daí entramos num jogo super saudável de autossuperação que culminou num novo álbum, na minha opinião, muito superior ao “No Fear...”
Com relação aos fruto colhidos, são muuuuitos. Mas passados alguns anos, posso te dizer que a grande maioria veio das conquistas, do stresse e da paciência com algumas pessoas nesse mercado. Não é nada diferente de trabalhar numa grande empresa e ter subordinados e níveis acima do seu...você tem que ter jogo de cintura pra se manter. No nosso caso, como não vivemos só da música da banda, ainda podermos nos dar ao luxo de negociar melhor as coisas, pois não há necessidade de criar conflito com isso.
4. "The Chase" é um ótimo single e demonstra que vocês estão buscando ainda mais qualidade, além de uma linha acessível interessante. Para o próximo álbum, quais os principais pontos que vocês levam em consideração?
HZ: Hummm, como falei antes, pra mim, é a musicalidade em primeiro lugar...melodias construídas para fazer a música se conectar e sensibilizar as pessoas. Isso pra mim é tudo! Obviamente há uma evolução musical natural de cada um da banda e também a produção do Adriano Daga que trouxe alguns novos elementos para a nossa música.
Será um apanhado de coisas que gostamos e que somos capazes de entregar. Estou ansioso com isso e espero muito que as pessoas curtam!
5. Pensam em investir para estes novos lançamentos alguns materiais visuais e merch?
HZ: Com certeza! O álbum em si já será algo .... bom, depois eu conto! Mas vamos trabalhar o merch na medida que faça sentido o investimento. Veremos!
Para se ter uma variedade de merch que seja sustentável, uma banda precisa do mesmo que um clube de futebol precisa: torcedores fiéis e sazonalmente outras pessoas para consumirem o que é lançado. Diferentemente de uma banda de Mainstream (como Kiss, Iron Maiden, Metallica e etc), uma banda pequena como a nossa não tem um impulso de vendas muito grande e isso toma muito tempo.
Nós estaremos mais focados na música nesse novo álbum então o merch só será completo e complexo se tivermos alguém de fora para cuidar disso.
6. Obrigado pela oportunidade, o espaço final é de vocês!
HZ: Muito obrigado por nos dar algum espaço aqui! Foi uma aventura que deu muito certo! Obrigado demais a todos vocês que nos acompanham onde quer que seja!
E fiquem atentos. Logo mais tudo estará aberto por ai! Aproveitem o que fizemos para vocês!
Foto por: Edu Firmo
Entrevista por: Vinny Almeida
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