NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Suicidal Tendencies - Sacadura 154, Rio de Janeiro/RJ (12/07/2024)

Texto por Tarcísio Chagas

Fotos por Emílio Cesar 

SUICIDAL TENDENCIES MOSTRA PORQUE AINDA SÃO RELEVANTES PARA MAIS DE QUATRO GERAÇÕES DE ROCKEIROS

Graças a Deus, volta e meia o Suicidal Tendencies dá as caras na capital fluminense. É a quinta vez desde a lendária apresentação junto ao Slayer no Imperator em 1994 que eles tocam no Rio De Janeiro e cada vez com uma formação diferente. Dessa vez, a novidade é a presença na bateria do exímio Jay Weinberg (ex-Slipknot) junto aos guitarristas Tim Stewart, que fez a sua estreia, e Dean Pleasants, sem esquecer do baixista Tye Trujillo (filho de você sabe quem) e do inquestionável lider e vocalista Cyco Miko, mais conhecido como Mike Muir, para dar início a tour brasileira apropriadamente chamada de "Nós Somos Família".

Com um bom público, o show deu início com a tradicional frase de Mike: "What The Hell Is Going On?" e o quinteto atacou com a clássica "You Can't Bring Me Down" e daí para frente, o caos passou a reinar não só no meio de muitos previsíveis quarentões/cinquentões, como no meio de grande parte de muitos jovens presentes. Diferente de muitas bandas oriundas dos anos oitenta, a fan base dos americanos parece dar sinais de renovação.


Com aquela mesma movimentação insana, Mike Muir ficava agitando os braços daquele jeito característico de sempre e corria de um lado para outro, mas nada foi tão frenético como o jovem (19 anos) Tye Trujillo. O vigor da idade o fez incansável por mais de uma hora e meia de show, mas de nada adiantaria se ele tocasse mal, mas o rapaz é um assombro. Bem, esse tem pedigree, assim como Jay Weinberg, filho de Max Weinberg, baterista do Bruce Springsteen e E Street Band. Cercado por um polêmico desligamento do Slipknot, Jay mostrou ser seguro e explosivo, segurando as baquetas que outrora foram empunhadas pelos gigantes Jimmy DeGrasso e Dave Lombardo.

Em "Send Me Your Money", Tye teve o prazer e a dificuldade de emular seu "coroa" Robert Trujillo, que para quem não estava nesse planeta nos últimos bons 35 anos, foi baixista do Suicidal Tendencies. Numa pegada funky, Tye solou nesse clássico de 1990 do álbum "Lights...Camera...Revolution" sem deixar absolutamente nada a dever ao seu pai.

Se na noite anterior no Espaço Unimed em São Paulo junto ao Planet Hemp, que comemorou 30 anos de carreira, Mike Muir teve uma performance incrível tocando "War Inside My Head" com os cariocas mais esfumaçados da música brasileira, o mesmo pode ser dito com sua banda oficial. A insanidade nos moshpits chegava a assustar, tamanha violência e não era para ser diferente, provavelmente "War Inside My Head" é a música mais conhecida deles. Momentos seguintes como "Subliminal" e "Possessed To Skate" só mostraram o quanto atemporais essas canções ainda soam. Sem perder uma gota de relevância e força, esses momentos mostraram porque o Suicidal Tendencies conseguiu fundir atualmente gerações tão distantes uma das outras.


Mike trouxe os primeiros convidados ao palco antes de "Nós Somos Família". O pessoal das bandas de abertura, Pavio, Eskrota, D.F.C. junto a caras conhecidas do underground nacional como Antônio "Novato" Marques do site Lado Direito Do Palco e um dos maiores produtores de eventos cariocas, o grande Luciano Paz da Tomarock,  fizeram os backing vocals dessa música e justificando mais uma vez o nome dessa tour. A expressão de felicidade dos convidados mostrou que a generosidade do Suicidal Tendencies em proporcionar momentos de união como esse, faz todo o sentido em meio um momento tão complicado para o Rock. 

Na parte derradeira do show tivemos a seminal "How Will I Laugh Tomorrow", bastante aclamada, para chegarmos no momento esperado por muitos, a execução de "Pledge Your Allegiance" e seu famoso coro "ST", que formam as iniciais da banda. Será que Mike Muir vai chamar membros do público para cantar com o Suicidal Tendencies no palco? Não deu outra, o cara começou a chamar a plateia para subir no palco e muita gente subiu, chegando ao ponto de ser quase impossível enxergar a banda no meio de quase uma centena de pessoas. Um final apoteótico para um show memorável.


Tivemos as bandas de abertura Pavio, Eskrota e D.F.C. e infelizmente chegamos depois do fim do Pavio em tempo de ver a Eskrota e seu hardcore com temáticas feministas e de esquerda e entregaram um show muito interessante com uma postura de palco excelente e ótimas músicas, o mesmo não podemos dizer do veterano D.F.C. que fez um show frio e com a banda parada, com exceção do vocalista Túlio que fez de tudo, mas teve que lidar com o microfone com um som bem baixo. A cena só mudou com a entrada do vocalista da banda de hardcore carioca SwitchBack, Vinny Blanc, para cantar "Molecada 666". Vinny teve uma atuação excelente, conseguindo levantar por um curto tempo o público.

Agradecimentos a Rider 2, Simone Catto e Nathalia Ferreira pela cortesia e credenciamento.

ROCK VIBRATIONS NO FACEBOOK!

VISITAS

MAIS LIDAS DA SEMANA!