Dando segmento a parceria com a Sangue Frio Produções, trazemos até você leitor mais uma entrevista envolvendo uma ótima banda...
Desta vez, com o músico Pedro Valença da Pandemmy.
Confira logo abaixo :
1 - Nestes 11 anos de carreira, podemos dizer que o som da banda está moldado como almejavam ou ainda pretendem inovar? Devo dizer que estão ótimos atualmente.
Pedro Valença: Obrigado! É bom saber que nosso trabalho está agradando. Na minha percepção conseguimos moldar nossa identidade musical.
Porém, continuaremos avançando nas composições com elementos jamais utilizados em nossa discografia. A certeza que posso dar é que não vamos nos repetir.
2 - "Subversive Need" é um álbum excelente e possui muitas características bem produzidas.
O que pode nos dizer sobre este ótimo registro?
Pedro Valença: Agradeço novamente pelos elogios.
O diferencial deste terceiro album de estúdio é que procuramos sempre evoluir na produção técnica e nas composições.
Foi a melhor e mais caprichada pré-produção que realizamos. Isso foi determinante para a escolha e definição dos arranjos.
Esse método vai se renovar para o próximo album. Outro detalhe é que em todos os álbuns do Pandemmy organizamos a ordem das músicas de uma forma heterogênia para que o ouvinte não se canse durante a audição.
Tentamos fazer com que as faixas soem distintas uma das outras sem perder a nossa identidade.
3 - Quais são as faixas que vocês mais se identificam neste recente trabalho?
Pedro Valença: Nós curtimos muito executar as músicas Xenophobia, Webchaos e Neohate. Nos identificamos com todas as faixas, pois elas abordam temas que são do nosso interesse.
E a parte instrumental também nos deixou satisfeitos.
4 - Manter uma banda de forma ininterrupta é algo para realmente celebrar, não é mesmo? Como vocês enxergam esse estado tão positivo? Sei que os problemas ocorrem, mas no geral, vocês conseguiram se manter por muitos anos.
Pedro Valença: Manter uma atividade artística é desafiador num todo pois trata-se de lidar com o abstrato. Muitas vezes as percepções são particulares e isso pode causar divergências interpessoais.
O fator comportamental também é significativo.
O diálogo interno é crucial para manter as coisas em ordem, e todos os membros devem flexibilizar opiniões, vontades e decisões. Isso fica bem claro em nosso mini documentário Just Reflections, After Rebellions…, lançado no ano passado e disponível no YouTube.
Eu fundei o Pandemmy faz onze anos e não posso omitir que houveram momentos de desânimo e vontade de desistir. Mas hoje conto com Marcelo (Santa Fé – baixista) que está na banda há sete anos e Guilherme (Silva – vocalista e guitarrista) há seis anos.
Acredito que já nos conhecemos e divergimos o bastante e não rompemos nossos laços e nem o trabalho que temos realizado.
O Vitor (Alves – baterista) chegou no ano passado, mas já foi o suficiente para sentirmos que o estilo dele encaixou bem com nossa proposta musical.
5 - Uma das coisas mais legais das bandas brasileiras é o modo como conseguem impor peso e técnica em seu som, principalmente no lado extremo do Metal.
Quais são as principais influências de vocês e mais, quais bandas do cenário que poderiam recomendar, que de alguma forma ajudam os demais...
Pedro Valença: apesar de cliché, sempre reforçamos: todos os membros tem suas influências musicas próprias, dentro e fora do Heavy Metal.
Posso afirmar as bandas que gostamos em comum: Carcass, Kreator, Megadeth, Sepultura, Hypocrisy, Krisiun. Algumas bandas nacionais como Andralls, Torture Squad e Claustrofobia influenciaram diretamente quando estávamos moldando nossa sonoridade. Não temos ressalvas em afirmar que nosso estilo é o Death Thrash Metal. Nossa abordagem lírica é diferente de 90% dessas bandas que nos inspiraram no início de nossa trajetória.
Posso recomendar algumas bandas da cena nordestina: Crashkill, Inner Demons Rise, Torment The Skies, Elizabethan Walpurga, Flamenhell, United For Distortion, Aphorism, Vermiis.
6 - Como tem sido o apoio do público nestes últimos tempos? Estão gostando do feedback após o último álbum, por exemplo?
Pedro Valença: O feedback com o álbum Subversive Need tem nos agradado bastante. Muitas opiniões externas apontam este novo registro de estúdio como nosso melhor trabalho.
O desafio agora é tentar divulgá-lo da melhor forma até que a crise do covid-19 seja superada totalmente, o que deve se estender até o próximo ano.
7 - Acho interessante o posicionamento sobre muitos fatos que uma banda tem, então, quais são as principais mensagens que suas canções passam para os seguidores?
Pedro Valença: Cada disco tem sua abordagem lírica. Procuramos refletir nossa época, como ensinou Nina Simone. Em algum momento faremos um trabalho mais abstrato, até para nos desafiarmos como letristas.
Em Subversive Need tratamos de temas atuais como as fakenews, a escalada de grupos neofascistas, racismo, xenofobia, prisões políticas, polarização na internet. Não temos receio de nos posicionarmos.
Sabemos que parte do publico vai se afastar, mas tem uma outra parte que vai nos apreciar também por isto. Nossa mensagem pode variar de acordo com a temática.
Algumas tem caráter mais reflexivas, outras são mais objetivas, exprimindo nossas opiniões. Somos contra o conservadorismo acéfalo que faz com que pessoas defendam cegamente o establishment e o status quo.
O heavy metal nasceu subversivo.
Não há motivos para contrapor essa característica tão importante desta contracultura.
8 - Recentemente vimos uma crescente do LP nos EUA (superando a venda de CDS), porém, sabemos que as mídias digitais tem um papel extremamente importante no mercado atual. Vocês lidam bem com as formas que estamos divulgando a música?gostam de adquirir materiais físicos?
Pedro Valença: Todos nós somos parte do publico que compõe o Heavy metal e por isso gostamos de consumir o merchandise das bandas que admiramos. Também reconhecemos a importância das mídias digitais, assim como sabemos que o metalhead curte o material físico dos grupos.
Esperamos disponibilizar, ainda em 2020, o CD de Subversive Need.
9 - Antes de finalizarmos, gostaria de saber se vocês possuem muitos planos para os próximos meses, afinal, estamos com tantos problemas atualmente, não é mesmo?!
Pedro Valença: Iremos divulgar o álbum Subversive Need da forma que for mais apropriada diante dessa crise sanitária de escala global.
Todos estamos ansiosos para voltar aos palcos, mas nos vemos obrigados a agir com pragmatismo para evitar riscos desnecessários.
10 - Obrigado pela entrevista, gostaria de deixar um recado final?
Pedro Valença: Queria agradecer pelo espaço aqui na Rock Vibrations.
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Nossa discografia está disponível nas plataformas de streaming, então, quem curtir nossa música pode nos ajudar curtindo/seguindo nossos perfis nas redes sociais (YouTube, Instagram e Facebook).
Continuem se precavendo contra o corona virus – que não tem nada de gripezinha como disse um certo tolo.
Quem puder fique em casa, usem máscaras e lavem bem as mãos.
Confira nosso review para "Subversive Need" aqui
Links :
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