NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Rock Vibrations Entrevista : Vox Ígnea


Uma das bandas que mais me chamaram atenção nos últimos meses, e, para minha felicidade, é do Brasil!
Os vi no mês de Maio deste ano durante um evento em São Paulo, e, fiquei bastante satisfeito com a performance... Além claro do som ser bem fiel ao estúdio.



A banda é formada por :

"André Martins na bateria, Evandro Araújo no baixo, Raquel Lopes no vocal e Rodrigo Santos na guitarra".



Confira abaixo o papo com a Vox Ígnea :

1 - Para começar, seria legal falarem um pouco sobre o início, como por exemplo a escolha do nome, line-up...
R: Rodrigo: Eu sempre quis ter uma banda de Hard Rock com uma menina no vocal.

Acho que no brasil esse estilo nunca foi bem explorado e eu sempre achei que há espaço para uma banda nesse formato. Mas não havia encontrado a formação perfeita pra isso, até surgir a Vox.

Bom, eu tinha uma banda de covers e quando nossa vocalista original deixou a banda, nós precisamos achar outra cantora, foi assim que eu conheci a Raquel. A banda de covers acabou não dando certo e a gente partiu para as composições autorais.

O André e o Evandro também tinham uma banda juntos, que também tocava covers e que também não tinha dado certo, como eu já os conhecia resolvi chamá-los para o projeto.

A escolha do nome é sempre algo difícil no começo. Para escolher o nosso, nós resolvemos pensar nas características que diferenciavam a banda, no nosso caso o tipo de som e o vocal feminino.

Nós consideramos que o tipo de música que fazemos é quente, remete a fogo e calor.
Daí surgiu “Vox Ignea”, que é uma expressão em latim que significa “voz do fogo”, que serve para mostrar tanto o calor da música quanto o diferencial da voz.


2 - O E.P. "Em Chamas" apresenta alguns temas interessantes, produção ótima... poderiam nos contar um pouco da concepção disso tudo?
R: Rodrigo: A concepção do EP tem a ver com o conceito que a banda pretende passar.

As músicas, apesar de terem uma certa diversidade entre si, estão orbitando em volta do mesmo tipo de som, Hard Rock com influência de Rock Clássico, mas que soa moderno.

Liricamente falando, as letras abordam questões de relacionamento e de sentimentos sob uma perspectiva feminina. O processo de composição normalmente começa comigo, que faço os riffs de guitarra e dou uma estrutura básica para a música, depois a Raquel cria a melodia e começa a letra, aí entram o André e o Evandro que lapidam a idéia inicial até a música criar a sua forma definitiva.

A produção foi feita pensando nesse conceito de Hard Rock com influências clássicas e ao mesmo tempo moderno. Eu dividi a produção do EP com o Rogério Wecko, do estúdio Dual Noise, o resultado nos agradou bastante e o “Em Chamas” realmente funciona como um ótimo cartão de visitas para apresentar o trabalho da Vox.


3 - No fim de agosto o lançamento do vídeo da canção "Erupção" fechou o ciclo do E.P., certo?
Pretendem lançar algo inédito ainda em 2018?
De repente um novo álbum em 2019?
R: Evandro: Sim, lançamos o EP em junho do ano passado e, desde então, vínhamos trabalhando nele, lançamos o WEB clipe de “Infernal”, o lyric vídeo da “Bêbada de Rum”, mas sempre planejamos o lançamento do clipe de “Erupção” para fechar esse ciclo.

Essa música tem a cara da banda e para nós foi realmente fechar essa fase com chave de ouro.

Quanto aos futuros lançamentos, já temos um single gravado que sai esse ano, e o próximo passo é partir para gravar um álbum.
Então aguarde novidades que tem muita coisa boa vindo aí.


4 - Pude acompanhar um show de vocês em Maio deste ano e gostei muito da energia que possuem... a questão de terem boa presença de palco ajuda na hora de compor, já pensando na canção executada nos shows?
R: Raquel: Na verdade comigo acontece o contrário.
A canção me ajuda com a execução no palco.
Nos ensaios eu já fico imaginando cada passo ou caras e bocas, e a intensidade que eu quero passar isso para o público. Quando, enfim no show, eu canto como se não houvesse amanhã, como se fosse o último show de nossas vidas.

Eu li ou ouvi alguém de alguma banda grande dizer isso, tenho péssima memória pra essas coisas (risos) e desde então eu tento usufruir dessa adrenalina, por isso a nossa boa presença de palco.


5 - Vocês possuem uma ou mais canções que mais se identificam no E.P.?Se sim, nos conte o porque...
R: Raquel: Acho que sou suspeita pra falar (risos).

Mas posso dizer que tenho 3 músicas nesse EP que praticamente representam minha identidade.

Erupção: eu quis comparar uma explosão de sentimentos reprimidos, raiva principalmente, com uma erupção. Porque quando tudo isso vinha à tona, eu explodia de muitas formas violentas com as pessoas e até comigo mesma, por isso, eu quis dar esse título para a música.
Além disso, também fala sobre a vontade ser melhor que todos os julgamentos alheios, provando isso com o nosso som.

Bêbada de Rum: por ser verídico.
Foi um momento em que a minha ficha caiu quando eu estava bêbada, sobre um relacionamento amoroso que não estava indo nada bem.
Terminei a letra e o relacionamento.

E Imersa: que fala de fato sobre uma experiência de quase afogamento, mesclando com a sensação de me sentir afogada com tanto sentimento reprimido. Principalmente com o sentimento de abandono e culpa. Tive que, sozinha, aprender a nadar e não me afogar em tanta coisa e da própria água, inclusive.


6 - Quais são as influências maiores para a sonoridade que possuem?consigo perceber bastante coisa ligada ao Hard Rock, mas também vejo coisas modernas encontradas em grupos como The Pretty Reckless e Halestorm...
R: Raquel: Bem, eu gosto muito de Hard Rock.

Def Leppard foi uma das bandas que mais me influenciaram nessa loucura de correr atrás e montar uma banda de Rock, principalmente por causa do filme Hysteria.

E já que eu escuto muito The Pretty Reckless, Halestorm e também Slash com Myles Kennedy, acabam me influenciando muito na hora da composição da melodia e a forma de cantar.


Evandro: Eu ouço muita coisa, porém minhas principais influências são bandas dos anos 60 e 70, sou muito fã de Led Zeppelin, Beatles, Deep Purple, The Who, Etc.
E bandas novas que tentam renovar esse estilo, como Rival Sons e Greta Van Fleet.
Tem muito dessas bandas nas linhas de baixo que eu crio, no EP e nas músicas novas.


André: Lars Ulrich e Mike Portnoy são, sem dúvida alguma, as minhas duas maiores influências na bateria. Cresci ouvindo esses caras e querendo ser igual a eles.
Mas claro que, no decorrer da minha vida, muitas outras influências foram sendo acrescentadas no meu jeito de tocar e compor.
Cada banda nova que a gente descobre é um crescimento e um aprendizado.


Rodrigo: Eu acho que funciono como o aglutinador das influências dos outros 3...(risos)...
Gosto de Hard Rock, mais “farofa” tipo Mr. Big, gosto de bandas clássicas, tipo Led e Sabbath e gosto de Metal tipo Slayer.


7 - Cantar no nosso idioma trás um leque maior para explorarem, certo?pretendem fazer algo em inglês algum dia ou o português é oficial na banda?
R: Rodrigo: Apesar das letras serem escritas pela Raquel, acho que falo em nome da banda ao dizer que não temos planos de fazer algo em inglês, pelo menos não algo autoral.

Talvez a gravação de um cover de alguma de nossas influências seja em inglês, mas a língua oficial das nossas composições autorais é o português (risos). 

Cantar no nosso idioma traz uma barreira a menos de comunicação para a banda, o Rock não é o estilo de música mais popular no Brasil já há algum tempo e as oportunidades que temos para nos conectarmos com o público precisam ser bem exploradas.

Nesse sentido, incluir a barreira do idioma estrangeiro como mais um obstáculo para chegar ao público não é algo que nós queremos fazer.
Para muitas bandas de som mais pesado a língua inglesa serve até como uma questão de estética do som, mas a Vox tem um estilo mais acessível de música, em que o português combina muito bem.

Aliás, a Raquel tem grande mérito em conseguir encaixar as palavras em melodias marcantes para as nossas músicas, então o português continuará sendo a língua oficial da banda.


8 - Como vocês vêem as oportunidades para conseguirem tocar hoje em dia?sabemos que nosso país não apóia tanto quanto deveria os excelentes músicos no estilo...
Possuem sempre motivação para terem novos fãs?
R: André: Nossa motivação é sempre voltada a entregar o melhor show de rock possível pro público.

Nesse pouco tempo de banda nós já tocamos em todos os cantos dessa cidade, sempre tentando levar a essência e a atitude do rock and roll pras pessoas.
Mas tocar Rock no Brasil é pra poucos.
É preciso muita vontade e amor pelo que faz, porque não existe mesmo muito incentivo pra continuar.

As casas não pagam cachê, muitas vezes não oferecem o mínimo de infraestrutura pra que a gente consiga entregar uma boa apresentação pro público e não são raras as situações de desrespeito com a arte e com o artista.
Além disso, é muito difícil tirar as pessoas de casa hoje em dia.

O público de rock anda muito acomodado e saudosista, com preguiça de buscar coisas novas pra ouvir.
Mesmo assim a gente segue movidos pelo sonho de viver de música, viver do nosso suor e da nossa arte.
E o feedback positivo que a gente tem recebido do público e da mídia, mesmo que em um alcance ainda pequeno, é o nosso combustível pra continuar tocando e criando.


9 - Para mim, um dos maiores destaques do grupo fica por conta dos vocais cheios de personalidade...
Além de suas performances serem ótimas no palco Raquel, você também escreve a maioria das canções, certo?de onde vêm as inspirações?
R: Raquel: Sim, as letras ficam por minha conta e boa parte das minhas inspirações são detalhes, momentos e situações pessoais. Mas também posso falar sobre pontos de vista, indignação política, mas esse é um lado meu que ainda está em crescimento.


10 - Raquel, como lidar com tantos machistas em uma cena como a do Rock?infelizmente essa realidade ainda existe, mas, vemos que vários grupos tem surgido nos últimos anos contendo uma ou mais meninas...
Como se manter firme e mostrar o seu papel de importância?E mais, qual o conselho que você daria para alguma mulher que deseja entrar na música e saber enfrentar isso?
R: Raquel: Não é fácil ser uma garota no meio do rock.

O público masculino mesmo, ainda tem uma cabeça muito fechada pra isso, cheios de estereótipos.
É um público muito difícil de lidar, porque eles são críticos demais. Se você não rasga a voz pra cantar, eles vão reclamar e te comparar com outras cantoras ou, “ponto positivo” eles vão comentar “Essa toca que nem homem”. Patético.

Se você usa roupas demais, vão querer lhe induzir a mostrar mais partes do corpo e se você se mostra demais, vão dizer “que gostosinha” ou “é só mais uma vagabunda querendo aparecer”.

Quando eles não estão criticando a sua música, eles criticam a sua aparência.
Extremamente machistas, mesmo sabendo que tem surgido muitas bandas talentosas com garotas no comando. O que me deixa muito satisfeita sabe, porque estamos aqui pra competir e combater esse machismo e não pra ficar ouvindo asneiras.

Por isso, pra uma garota se manter firme na cena do Rock, ela precisa acreditar muito no que está fazendo, acreditar em si mesma. Tocar rock não é estar numa busca doentia por fama, se você só busca por isso já está fazendo muito errado, porque cedo ou tarde você vai se entregar aos estereótipos, certo?

Tem que tocar porque você tem paixão por isso. Tesão, saca? Ter uma banda de Rock é se realizar, fazer tudo o que você imaginava fazer em um palco e fazer isso por você e por você mesma, por mais ninguém.
Mantenha os valores que você acredita, que a banda consegue decolar.

E seja você mesma pode ser um conselho muito clichê, mas é o mais importante sim. Jamais procure querer agradar essa maré de machinhos do Rock, porque você sabe que será perda de tempo.
Saiba que você está fazendo alguma coisa pela música, pelo Rock, seja qual for o estilo, e não em casa coçando o saco criticando os outros.

Ter pulso firme, perseverança, são essenciais para não se deixar abalar por qualquer energia negativa e opinião que não te acrescenta em nada, então, seja você mesma, acredite em si mesma e faça o que te agrada. Sempre.


11 - Para finalizarmos, querem deixar algum recado?
R: Rodrigo: Nós gostaríamos de agradecer muito a entrevista.

As perguntas foram muito interessantes de serem respondidas.

Gostaríamos de agradecer ao Rock Vibrations pelo espaço!

Além disso, nós gostaríamos de convidar a todos para assistirem ao clipe de Erupção que está no canal da Vox Ignea no YouTube, o clipe foi feito com muito carinho e o trabalho está realmente com uma qualidade muito grande!


Confira o vídeo :



Para quem quiser saber mais sobre a banda, é só acessar nosso site: www.voxignea.com.br, que lá tem tudo sobre a Vox, nossos links, redes, plataformas de streaming para quem quiser ouvir o “Em Chamas” está tudo organizadinho no site.

Ao nosso público, também gostaria de deixar um grande “Obrigado!” e aguardem, porque em breve tem música nova chegando.


Gostaria de agradecer a banda pela oportunidade cedida e, deixar aqui o espaço para quando precisarem de divulgações futuras!

Até a próxima, galera!

ROCK VIBRATIONS NO FACEBOOK!

VISITAS

MAIS LIDAS DA SEMANA!