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sábado, 23 de março de 2019

Radical Karma lança EP de estreia, Entre o Fim e o Começo

Nota :

Registro, com produção de Philippe Fargnolli [CPM22, Reffer, ex-Dead Fish], traz quatro faixas com fortes influencias do rock alternativo da década de 1990

Radical Karma tem em sua formação membros com larga experiência sobretudo no cenário punk rock/hardcore, mas que nele se aprofundam em outro universo, ainda que as raízes estejam fincadas, inevitavelmente, no underground. Após o lançamento de dois singles, com excelente repercussão, o quarteto enfim lança o EP “Entre O Fim E O Começo”. Ouça as quatro faixas aqui: https://ONErpm.lnk.to/RadicalKarma.

Gabriel Zander [voz], Fausto Oi [baixo], Mateus Brandão [guitarra] e Fernando Martins [bateria] se encontraram entre janeiro e dezembro de 2018 e sorrateiramente para ensaios no Estúdio Porto, e sem fazer alarde gravaram um EP com quatro faixas.

A produção é assinada por Philippe Fargnolli [CPM22, Reffer, ex-Dead Fish] e todo o processo foi feito no Estúdio Costella, na capital paulista onde o grupo reside.

Assim como o recorte de um diário, o EP “Entre O Fim E O Começo”, lançado pela Flecha Discos, é repleto de sentimentos que são exteriorizados por meio de causas e efeitos, embalados com um toque melancólico natural e uma melodia espontânea.

A abertura com “Ainda Bem Que Decidiu Ficar”, tem clima pungente, a tensão da letra [e narrativa intensa e envolvente] é refletida na solidez da base e dos riffs.

As canções parecem extensões de experiências vividas e que de alguma forma se conectam e formam um momento de superação - de extremos, do [quase] decesso à celebração a vida.

“Ambar Báltico” é terapêutica, ela aquece e acalma. A princípio emana angústia, desejo por proteção, mas que ao poucos se transforma em um grito de libertação, do anseio à exteriorização: “e doa a quem doer, não deixe de viver; e doa a quem doer seja sempre você”. Já existem planos para a produção de um clipe que ficará a cargo dos irmãos Luca e Davide Bori, da banda soteropolitana Vivendo do Ócio.

O rock alternativo, aquele à margem entre o indie e o mainstream de nomes como Smashing Pumpkins, Pixies e Seaweed, paira entre as referências. Não há uma cartilha a ser seguida, mas alguns dos ensinamentos marcam presença nas entrelinhas.

Assertivas defendidas pela escritora americana Carol J. Adams, autora de “A Política Sexual da Carne” - onde ela denuncia a cultura dominante viril-carnista e toda a opressão arraigada - reverberam em “Referente Ausente”. Na contramão da seriedade do tema, leveza e calmaria na harmonia, um ode pacifista-ativista tal qual a simplicidade de valores do indiano Mahatma Gandhi.

Toda a identidade visual do RK ficou nas mãos da designer e ilustradora Camila Rosa, de Joinville [SC]. Ela vem despontando com sua arte de resistência, onde não poupa cores e mensagens de empoderamento feminino.

Sonoramente a banda traz energia acumulada ao longo de décadas de estrada e o desejo de produzir material de qualidade, “Sinto Muito Que Não Sinta Nada” reflete isso e encerra o EP com a rispidez de quem se encontra em estado de aflição diante da apatia de outrem.

Da bagagem anterior, o Radical Karma carrega a vivência do it yourself e a vontade de tocar em todos os cantos possíveis, de clubes pequenos a grandes festivais espalhados pelo Brasil. O material, que futuramente se juntará a um outro EP e formará um disco cheio, já está disponível nas plataformas digitais. Este é só o começo!

Foto: Divulgação

 

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