As I Lay Dying : Shaped By Fire - Review

E lá se foram 7 anos desde que vimos o último lançamento em estúdio da banda, e obviamente, não estou aqui para falar sobre os ocorridos neste período de pausa como o lado pessoal de Tim Lambesis, afinal, cabe a mim apenas analisar este álbum, isto é, a sua contribuição na cena musical.

Aliás, por conta dos singles liberados, tivemos uma grande percepção sobre o que esperar e certamente o fã de Metalcore está feliz com este retorno triunfal.
Seu line-up foi renovado e com isso algumas melodias foram naturalmente adicionadas, inclusive, a ótima e incrível aquisição do baixista Josh Gilbert (que tem chamado atenção pelos seus backing vocals consistentes e por vezes acessíveis) foi fundamental.

A rápida intro "Burn To Emerge" é basicamente uma preparação para "Blinded" (como vemos em seu vídeo), uma canção com riffs que lembram o "velho" legado, mas que soa atual e cheia de elementos interessantes como o refrão muito bem feito, além dos fraseados de Tim que estão mais potentes do que nunca.

"Shaped By Fire" é possivelmente a canção que tenho mais escutado desde que foi lançada, seus riffs empolgantes, bumbos vibrantes e cheios de feeling (com "breakdowns" que envolvem facilmente o ouvinte), além do backing vocal uníssono em seu refrão, fazem dela uma das faixas mais consistentes do Metalcore nos últimos anos.

"Undertow" tem um dos andamentos mais legais de todo o álbum, novamente tenho que elogiar seus ótimos riffs e "breakdowns", e o que dizer do refrão?bem, você sabe, "jogo ganho"...

"Torn Between" segue a linha cadenciada da faixa anterior, porém, tem personalidade própria, uma forma melódica agradável e refrão acessível (eu já disse que Josh é um grande destaque?)...

"Gatekeeper" tem um dos momentos mais pesados se compararmos com as anteriores, os riffs seguem acentuados em ótima escala com os bumbos, tendo as famosas "paradas" para todo headbanger perder o pescoço, além do solo virtuoso (que demonstra o quanto o lado técnico se mantém intacto).

"The Wreckage" segue a linha pesada, extrema e técnica, se mantém cadenciada até o refrão e se torna acessível com os backings melódicos...
O trabalho melódico nas 6 cordas é outro destaque nessa faixa, culminando em um clima melancólico, uma pequena "queda" com vocais soturnos, e novamente voltamos ao refrão (e vários momentos extremos em seu fim).

"My Own Grave" é uma das canções liberadas em 2018, também ganhou um vídeo e faz parte dos destaques do álbum, é o tipo de faixa que prepara o fã para uma sequência incrível de riffs e blast-beats.
Os vocais aqui são trabalhados em uma perfeita sintonia e o refrão está facilmente no top 3 da carreira dos músicos.

"Take What's Left" me fez lembrar os momentos de adolescência quando comecei a ouvir a banda, suas melodias parecem um resgate aos momentos anteriores, mas sua personalidade é totalmente diferente, o que é importante pois estão trazendo uma nova mensagem após tantos anos... e isso é nítido quando em poucos segundos a audição se torna agradável (outro refrão que ficará em sua mente).

"Redefined" foi um dos singles liberados há algum tempo e para mim está no top 3 do álbum, seu andamento pesado, os "breakdowns" insanos (que inclusive, me fizeram lembrar de uma canção da banda alemã "Caliban" chamada "I Am Ghost" do álbum "Ghost Empire" 2014), vocais realmente expressivos... tudo é feito com ótima destreza (e agrada também por suas melodias).

"Only After We've Fallen" trás o lado intenso de volta (não que antes não houvesse, mas aqui as melodias são mais dosadas), sendo um possível novo single por sua cadência e forma acessível (parece repetitivo mas todo o álbum soa alternativo e radiofônico).

"The Toll It Takes" fecha muito bem este início de um novo legado, densa, riffs tocados com a mais pura técnica, tem momentos interessantes com suas nuances alternando entre um lado soturno e outro agressivo (além claro do refrão que soa como um single).

Devo dizer que este poderá ser o melhor lançamento do ano de 2019 (tenho visto a mídia especializada comentar sobre, e após essa audição, também estou crendo).
O álbum é completo, tem elementos rítmicos incríveis, melodias bem trabalhadas, breakdowns, blast-beats, vocais fortes e acessíveis (sendo uma ótima mescla entre Tim e Josh), além do trabalho de guitarras que está impecável (seria injusto com o passado dizer que este pode ser o melhor álbum lançado por eles?)...

Se você for do "time cético" ou por algum outro motivo não ouve a banda, estará perdendo a oportunidade de ver o quanto a evolução sonora de um grupo é feita, estará perdendo um álbum que será referência para muitos no futuro do Metalcore e, perderá a chance de conferir um dos Top 3 de 2019.

Dar uma Nota 10 ainda é pouco!

Line-up :
Tim Lambesis - Vocals
Josh Gilbert - Bass Guitar & Backing Vocals
Nick Hipa - Guitar
Phil Sgrosso - Guitar
Jordan Mancino - Drums

Tracklist :
01. Burn To Emerge
02. Blinded
03. Shaped By Fire
04. Undertow
05. Torn Between
06. Gatekeeper
07. The Wreckage
08. My Own Grave
09. Take What's Left
10. Redefined
11. Only After We've Fallen
12. The Toll It Takes

Facebook :
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