Rock Vibrations Entrevista : Ignited ~ Rock Vibrations

Foto por : Catia Weber

Em mais uma boa oportunidade junto aos nossos parceiros da Roadie Metal trazemos uma nova entrevista para você leitor.

A banda "Ignited" é natural de Balneário Camboriú (Santa Catarina) e possui um ótimo conjunto de melodias ligadas ao lado moderno do Metal.

Recentemente o seu mais novo álbum, "Steelbound", foi lançado e figura (ao meu ver) entre os melhores lançamentos nacionais até aqui.

Confira abaixo o nosso bate papo com dois integrantes (Maurício - baterista e Dalton - guitarrista e meu amigo pessoal) :

1 - Para iniciamos, por favor, apresente aos nossos leitores um pouco da história da banda...
Maurício – Eu, Dalton e Denis já havíamos tocado juntos em outra banda, do interior do RS, na cidade de Cruz Alta. Essa banda durou até 2009. De lá pra cá, cada um foi tocar a sua vida.

Em meados de 2016, eu e o Dalton retomamos o contato e decidimos fazer uma música, saíram 2. Gostamos dos sons, mais ideias foram surgindo, até que resolvemos tentar montar uma banda novamente.

Eu, então, mostrei as composições pro Denis, que curtiu e chamou o Sama, baixista, que já havia participado de outras bandas com ele. Algum tempo depois, já em 2017, fizemos um ensaio e estava formada a Ignited.

2 - "Steelbound" chegou recentemente e trás até nós ouvintes um ótimo Metal, com produção do renomado "Thiago Bianchi" e um ótimo projeto gráfico...Como foram os dias de produção? demoraram à chegar neste ótimo resultado?
Dalton – Obrigado pelo comentário! Pois então, assim que conhecemos o Thiago, já possuíamos algumas estruturas principais de vários sons e a partir disso passamos a avaliar mais friamente e cautelosamente cada parte de cada som, passando por um filtro com base em nossos objetivos e com o rigor que o Thiago trabalha.

Oficialmente a produção começou em agosto de 2017 e viemos a concluir as gravações em São Paulo no final de agosto de 2019, ressaltando que uma ida específica ao estúdio foi apenas para trabalhar os arranjos de vozes.

Foram dias intensos de muito aprendizado, convívio excelente e determinação para fazer o melhor, as vezes voltando atrás e refazendo coisas pois nem todos os dias são de glória e é necessário estar quente para gravar. Levou um tempinho sim para atingirmos o resultado.

A arte gráfica ficou ótima realmente. Ela foi desenvolvida pelo Gustavo Sazes, que vem realizando vários trabalhos internacionais incríveis, tais como a arte do novo do British Lion.

3 - Já que estamos falando sobre "Steelbound", quais os conceitos que giram em torno deste álbum?
Dalton – Falamos sobre alguns pensamentos e questões existenciais, somando-se a alguns acontecimentos nas nossas vidas.

A faixa título fala sobre a união de todos os grupos conectados ao rock e ao heavy metal como sendo uma grande potência única.

Musicalmente falando, procuramos criar e construir músicas mais diretas e contagiantes, com o intuito de bater cabeça e passar uma boa energia para as pessoas que ouvirem nossos sons.

Em outros momentos, como em Times e Shining Void, fomos para um lado diferente.

4 - Como tem sido o retorno de público e mídia após o lançamento? Estão alcançando os objetivos que imaginavam?
Maurício - O retorno tem sido muito positivo do público e da imprensa. É muito gratificante esse reconhecimento das pessoas que curtem os sons do Steelbound, o vídeo no youtube, comentam, compartilham, porque a gente trabalhou muito para produzir esses materiais, o esforço é gigante, ainda mais quando se trata de uma banda de heavy metal independente no nosso país.

Lançamos o vídeo de Ignition, no youtube, no dia 22/10 e o disco (Steelbound) no dia 1º de novembro em todas as plataformas de streaming.

Isso faz pouco mais de um mês e a quantidade de mensagens de apoio do público e entrevistas para imprensa do mundo todo têm sido muito grande. Estamos muito felizes com o retorno, realmente está sendo surpreendente.

5 - Falando sobre a cena, como veem na região de vocês? não conheço muito sobre onde residem, sou de São Paulo, então poderiam me dizer como está indo no aspecto local?
Dalton – Aqui em Santa Catarina, ocorrem alguns festivais considerados importantes nacionalmente como Otacílio Rock Festival na cidade de Otacílio Costa e River Rock na cidade de Indaial. Também ocorrem eventos na nossa cidade, Balneário Camboriú, como o Natal Metálico que completará 20 anos desde sua primeira edição e também ocorrem demais eventos esporádicos.

Existem bandas muito legais aqui da região que devem ser ouvidas, tais como: Syn TZ, Steel Warrior, Matridicium, Juggernaut, Perpetual Dreams, dentre outras que se dedicam a fazer um som profissional.

Aqui na cidade caberia um festival de maiores proporções e seria muito legal contribuir de alguma forma para que isso acontecesse.

6 - Uma pergunta que sempre faço é sobre como as bandas lidam com o lado das mídias digitais e suas facilidades, e claro, não iria deixar vocês de fora disso...O que acham do Streaming? acreditam que ele possa substituir a mídia física de forma definitiva um dia (para a tristeza dos amantes de encartes como eu) e ser um modo rentável para os músicos?
Maurício - Estamos aprendendo a lidar, todo o dia é um aprendizado (risos).

Mas acreditamos que as mídias digitais chegaram para facilitar o trabalho das bandas, principalmente de divulgação do material, promoção do material, vendas de merchandising, o contato com promotores de eventos e shows, está mais prático o acesso, em geral.

Sobre o streaming, o alcance que a banda/artista consegue com ele é indiscutível, mas o grande problema é você conseguir reter o ouvinte por mais de uma música, ou alguns segundos.

O streaming deixou a música um tanto quanto descartável. A mídia física sempre estará disponível, quando conheci o Denis, por exemplo, ele tinha várias fitas k7, eu e o meu irmão vários cds.

Acho que a mídia física tem um público muito fiel, os amantes dos encartes, como nós, o vinil, também, quem curte, vai atrás e compra.

Agora, a rentabilidade do streaming para as bandas independentes ou que estão surgindo, está longe de ser uma realidade.

7 - Pode parecer cedo, obviamente, mas já pensam em um novo registro futuro? acredito que com esse trabalho atual, tenham em mente não demorar tanto para o próximo, correto?
Dalton – Certamente, desde o tempo da pré-produção foram criados no mínimo o dobro de ideias para termos o primeiro disco com dez faixas.

Logo, possuímos um certo material que será avaliado e em paralelo estamos sempre registrando ideias e temas novos que poderão estar no segundo disco.

Gostaríamos de realizar alguns shows e promover o álbum Steelbound, mas independente disso, um bom cronograma seria termos o segundo disco não mais do que um intervalo de doze a quinze meses partindo daqui.

8 - Finalizamos por aqui.. gostariam de deixar algum recado?
Maurício - Agradecemos demais o espaço, a entrevista e convidamos os leitores a nos acompanharem nas nossas redes sociais.

Dalton – Contamos com o apoio dos fãs de heavy metal para seguirmos promovendo nosso trabalho, para firmar e ampliar o nosso nome no cenário musical.