Encontrar novos músicos na cena é uma tarefa muito bacana e gratificante pois nos faz mais exacerbados com conteúdos diversos e nos tira da lista de sempre com as mesmas 150 bandas em looping.
Lucas Ray nos contou alguns detalhes de sua carreira e certamente merece a sua atenção...
Com pouco tempo de estrada já se mostra muito hábil e talentoso, sendo uma das recentes apostas dos nossos parceiros da "Roadie Metal".
Confira nosso bate papo abaixo :
1 - Descobri seu trabalho através do meu brother Gleison (Roadie Metal) e fiquei realmente satisfeito com o que ouvi em suas canções... Me conte por favor sobre seu início e como se dedicou tanto para chegar neste ótimo momento?
Muito obrigado pela atenção e pelas palavras!
Me envolvi com música por volta dos 13 anos, minha irmã mais nova tinha aulas de violão com um professor mas pelo que eu consigo me lembrar ela gostou do violão mas não gostou das aulas.
Com o violão em casa sobrando eu comecei a aprender sozinho, seja de ouvido, seja no caderno de música da minha irmã e com alguns amigos do colégio e do bairro, lá no Maranhão.
Quando a internet surgiu, eu pegava umas tablaturas e cifras mas na maioria das vezes estes vinham com alguns erros ou bem estranhos, o que me forçavam a trabalhar o ouvido ou até rearranjar a música.
Com o passar dos anos foi muito sozinho meu aprendizado, não tive professor nem fiz curso. Quando cursei Engenharia na USP meu tempo com música e instrumento foi mínimo, só de vez em quando mas a paixão sempre ficou.
Só fui ter aulas de canto e guitarra (voltado a improvisação e jazz) depois de “velho”, e aí tive que correr atrás do prejuízo de passar esse tempão sem educação formal.
Hoje em dia tenho estudado bastante Bach (A arte da Fuga), repertório Orquestral e improvisação.
Partitura, instrumentos de transposição e criar melodias na hora me fazem me sentir um iniciante novamente (risos).
Me envolvi com música por volta dos 13 anos, minha irmã mais nova tinha aulas de violão com um professor mas pelo que eu consigo me lembrar ela gostou do violão mas não gostou das aulas.
Com o violão em casa sobrando eu comecei a aprender sozinho, seja de ouvido, seja no caderno de música da minha irmã e com alguns amigos do colégio e do bairro, lá no Maranhão.
Quando a internet surgiu, eu pegava umas tablaturas e cifras mas na maioria das vezes estes vinham com alguns erros ou bem estranhos, o que me forçavam a trabalhar o ouvido ou até rearranjar a música.
Com o passar dos anos foi muito sozinho meu aprendizado, não tive professor nem fiz curso. Quando cursei Engenharia na USP meu tempo com música e instrumento foi mínimo, só de vez em quando mas a paixão sempre ficou.
Só fui ter aulas de canto e guitarra (voltado a improvisação e jazz) depois de “velho”, e aí tive que correr atrás do prejuízo de passar esse tempão sem educação formal.
Hoje em dia tenho estudado bastante Bach (A arte da Fuga), repertório Orquestral e improvisação.
Partitura, instrumentos de transposição e criar melodias na hora me fazem me sentir um iniciante novamente (risos).
2 - "SPHINX" tem ótimos elementos e timbres muito bem mixados... também sou guitarrista e sei o quanto de dedicação é colocado quando se quer apresentar um trabalho de alto nível como o seu... O que pode me dizer sobre a produção e concepção deste ótimo registro?
A ideia do SPHINX foi feita até rápido, com o demo feito inteiramente no meu home studio em agosto de 2018. Em setembro e outubro me enterrei no Estúdio DSN com o Produtor Hélinho Castelhano para materializar as demos em estado “bruto” digamos assim.
Entrar em estúdio, mexer com timbre, isso tudo foi muito novo para mim então tem coisa que hoje já faria um pouco diferente, mas aprendi muito com esse mundo vasto e complexo de produção musical
Entrar em estúdio, mexer com timbre, isso tudo foi muito novo para mim então tem coisa que hoje já faria um pouco diferente, mas aprendi muito com esse mundo vasto e complexo de produção musical
3 - Li recentemente uma citação sua sobre a canção "Reveries" e que ela estava em sua mente há muito tempo... acho curioso como algumas melodias acabam se tornando parte de nossa mente, e muitas as vezes aparecem sem nenhum tipo de pretensão, não é mesmo? Você tem algum tipo de "fórmula" para suas criações ou esse exemplo que você citou não é único?Aliás, os elementos ligados à sua região foram uma ótima idéia em minha visão...
Por muito tempo esse processo de concepção musical era um enigma para mim, de tirar meu sono mesmo. Como eu tinha várias melodias na cabeça mas não conseguia traduzir ao mundo real? Depois de muitos testes e erro e certo, eu descobri um jeito que funciona bem para mim (mas não é o único jeito não tá?).
Eu começo cantarolando a melodia, e se ela for marcante para mim, escrevo numa partitura ou gravo um áudio. Se eu julgar interessante o suficiente para transformar essa melodia em música, eu escolho um tom para ela e começo a harmonizar a melodia e definir uma estrutura para música, depois arranjos, letra etc. As vezes é brincando com acordes também.
Acho que o essencial é ficar caçando novos sons, seja a fonte dela.
Eu começo cantarolando a melodia, e se ela for marcante para mim, escrevo numa partitura ou gravo um áudio. Se eu julgar interessante o suficiente para transformar essa melodia em música, eu escolho um tom para ela e começo a harmonizar a melodia e definir uma estrutura para música, depois arranjos, letra etc. As vezes é brincando com acordes também.
Acho que o essencial é ficar caçando novos sons, seja a fonte dela.
4 - "Counting Colors" tem uma veia interessante (e uma arte de capa bem legal)... ela se mantém em nossa mente com poucos segundos de audição (provavelmente você tenha feito isso de propósito na linha principal haha) e aliada a sua técnica, que me faz lembrar bandas como Dream Theater que conseguem encaixar tempos específicos, me faz ver que soa mais acessível.
Existe uma preocupação em soar radiofônico ou você acredita que suas canções possuem uma dinâmica aberta? Por exemplo, você não tem pretensão em criar um single mas ele acaba surgindo?
Então, se eu tivesse muita preocupação em soar radiofônico, talvez deveria escolher outro estilo (risos). O que você deve ter notado é a melodia principal, que sim eu gasto muito tempo em cima dela para ser algo que o ouvinte realmente abrace.
Gosto de melodias que se consiga cantarolar, porque no final do dia é o que fica. Por mais que as minhas músicas, e o progressivo de maneira geral, tem muita firula sempre acredito que a melodia é o que amarra uma música.
Gosto de melodias que se consiga cantarolar, porque no final do dia é o que fica. Por mais que as minhas músicas, e o progressivo de maneira geral, tem muita firula sempre acredito que a melodia é o que amarra uma música.
A respeito de singles, acho que o caminho no ínicio é de singles mesmo, hoje em dia as pessoas não escutam álbum do início ao fim, infelizmente.
Mas tenho planos de fazer um álbum inteiro assim que conseguir algumas metas na minha carreira.
5 - O nome "EXP" junto ao seu nome foi para deixar um aspecto de banda/projeto ou foi opção por não querer levar apenas uma nomenclatura simples?Por exemplo, conhecemos guitarristas como Satriani (que possui o G3) e o Michael Schenker (que teve o MSG) e de certa forma, davam espaço não só para seu talento mas também inseriam músicos como uma banda em si; não apenas como um "projeto solo"...
O nome do projeto é um negócio engraçado porque eu realmente passei muito tempo pensando num nome top da qual me sentiria confortável vestir a camisa mas também que o nome artístico seja parecido com meu nome verdadeiro.
De cara queria que a sigla tivesse três letras (LRE), como se fosse um tributo ao ELP (Emerson, Lake and Palmer) e o Liquid Tension Experiment (LTE).
Um outro aspecto do trabalho é colocar o ouvinte numa experiência... e todo projeto musical a meu ver é um experimento, daí o EXP.
Idealmente poderia ser Experience ou Experiment, mas tem o Jimi Hendrix Experience (ele usou apenas para o primeiro álbum e depois largou o nome, se não me engano) e Experiment ou Project dá uma cara de “coisa a ser terminada, ainda na parte de projeto” aí não gostei muito e deixei EXP que pode ser muita coisa.
Não pude deixar apenas Lucas Ray porque já era registrado. Quem sabe eu consiga comprar um dia.
De cara queria que a sigla tivesse três letras (LRE), como se fosse um tributo ao ELP (Emerson, Lake and Palmer) e o Liquid Tension Experiment (LTE).
Um outro aspecto do trabalho é colocar o ouvinte numa experiência... e todo projeto musical a meu ver é um experimento, daí o EXP.
Idealmente poderia ser Experience ou Experiment, mas tem o Jimi Hendrix Experience (ele usou apenas para o primeiro álbum e depois largou o nome, se não me engano) e Experiment ou Project dá uma cara de “coisa a ser terminada, ainda na parte de projeto” aí não gostei muito e deixei EXP que pode ser muita coisa.
Não pude deixar apenas Lucas Ray porque já era registrado. Quem sabe eu consiga comprar um dia.
6 - Como está sendo a repercussão atual do seu trabalho após esse tempo produzindo e tocando?
Uma coisa que não sabia antes de embarcar de verdade no meio musical era sobre divulgação e rede sociais e isso tudo está sendo uma montanha de conhecimento e aprendizado para mim, pois tudo é muito novo para mim. Não sabia o que era uma playlist nem o que era redes sociais.
Divulgação é um problemão para todos os tamanhos de artista, e não seria diferente para artista pequeno. Mas tenho tido ótimas respostas das pessoas que consigo mostrar meu trabalho e ainda consegui vender discos digitais em pleno 2019, fato que com streaming não tinha ideia que iria acontecer isso!
7 - O que podemos esperar para 2020?
Tenho um single novo no forno para 2020. O single é um cover do Zeca Baleiro numa versão bem diferente.
É uma das minhas canções favoritas e a versão ficou muito massa. Além disso, estou planejando dois EPs para 2020.
Um extremamente metal, usando e abusando da guitarra de 7 cordas e um outro EP que gostaria de explorar sons mais acessíveis e estilos diferentes do metal.
Além disso estou organizando uma mini turnê para o primeiro semestre, se tudo der certo!
Divulgação é um problemão para todos os tamanhos de artista, e não seria diferente para artista pequeno. Mas tenho tido ótimas respostas das pessoas que consigo mostrar meu trabalho e ainda consegui vender discos digitais em pleno 2019, fato que com streaming não tinha ideia que iria acontecer isso!
7 - O que podemos esperar para 2020?
Tenho um single novo no forno para 2020. O single é um cover do Zeca Baleiro numa versão bem diferente.
É uma das minhas canções favoritas e a versão ficou muito massa. Além disso, estou planejando dois EPs para 2020.
Um extremamente metal, usando e abusando da guitarra de 7 cordas e um outro EP que gostaria de explorar sons mais acessíveis e estilos diferentes do metal.
Além disso estou organizando uma mini turnê para o primeiro semestre, se tudo der certo!
8 - Tenho feito essa pergunta para vários músicos e sempre vejo opiniões diversas... O que você pensa sobre as mídias digitais e a facilidade que ela entrega seu material para o mundo? De um lado vemos suas canções sendo ouvidas em países que não teria acesso facilmente; por outro lado, vemos o material físico sendo esquecido e muitas as vezes nem lançado por bandas atuais que preferem deixar seu legado digitalmente...Você se preocupa em querer lançar algo fisicamente? Acho aliás que isso cabe também ao "merch".
Acho que por um lado as mídias digitais acabaram com a barreira de entrada dos músicos para lançarem seu trabalho autoral e diminui muito o custo com toda a cadeia produtiva (não precisa mais pagar a prensa do CD, caminhão, loja de música, etc) e nem depende de negociação com gravadora, label etc.
Por outro lado, cria outros 3 grandes problemas: Inundação de músicas despreparadas para o público, dificuldade com divulgação, e falta de preparação do artista como uma entidade completa.
Antigamente a gravadora e sua estrutura fomentava o artista e ajudava ele evoluir além de fazer o marketing (tudo bem com preço altíssimo e sempre interferindo nas decisões finais) mas isso existia.
Hoje em dia o artista tem que: compor, tocar, produzir, divulgar, administrar, fechar shows, organizar merch, etc. Complicado.
Por outro lado, cria outros 3 grandes problemas: Inundação de músicas despreparadas para o público, dificuldade com divulgação, e falta de preparação do artista como uma entidade completa.
Antigamente a gravadora e sua estrutura fomentava o artista e ajudava ele evoluir além de fazer o marketing (tudo bem com preço altíssimo e sempre interferindo nas decisões finais) mas isso existia.
Hoje em dia o artista tem que: compor, tocar, produzir, divulgar, administrar, fechar shows, organizar merch, etc. Complicado.
Me perdoa pela tangente mas voltando a sua pergunta, adoraria lançar algo físico. Foi por isso que investi um bom tempo em elaborar a arte geral de SPHINX.
Merch com certeza, esse é um passo para 2020
9 - Finalizamos por aqui... Você gostaria de deixar alguma mensagem final?
Primeiramente gostaria de agradecer o Rock Vibrations pela oportunidade e pelas perguntas interessantíssimas, gosto de elaborar sobre esses temas com certeza.
Siga o Rock Vibrations e Lucas Ray Exp nas redes sociais para saber todas as futuras novidades e curtir uma sonzeira pesada!
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