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quinta-feira, 2 de abril de 2020

Álbuns Comentados R.V. : Rush #1 - Rush


Estamos passando um momento delicado pelo mundo, a pandemia causada pelo agora "famoso" Covid-19 tem causado pânico e mortes em escalas incríveis, podemos dizer que o mês de março foi uma pausa na vida de muitos (e infelizmente para sempre na vida de outros).

Mas, tanto eu que escrevo quanto você leitor/seguidor precisamos fazer algo para que nossas mentes se mantenham ativas e saudáveis, e nada melhor que termos assuntos positivos para compartilharmos, não é mesmo?!
Pensando nisso, resolvi criar este conceito de conversar um pouco sobre discografias, centrar os fãs que assim como eu, gostam de determinados álbuns e nos mantermos atualizados e informados sobre suas características, mas principalmente, as opiniões.

Para iniciar, escolhi o icônico trio canadense Rush que sempre influenciou uma gama gigantesca de músicos mas que em seu início não foi bem aceito pela crítica.
Tudo se inicia em 1968 pelos amigos de escola (e então adolescentes) Geddy Lee e Alex Lifeson com 16 anos, este último aliás, foi quem sugeriu a entrada do baterista John Rutsey, um ano mais velho que ambos, pois eram vizinhos e tinham o mesmo gosto musical.

Começaram tocando em colégios e universidades, na virada da década ambos já eram maiores de idade e então podiam ampliar os locais de apresentação, sendo assim, com o tempo foram formando um público fiel e arranjaram um empresário.
Batalharam por uma gravadora para lançarem seu primeiro disco mas não conseguiram o apoio e o lançaram de forma independente.

A capa original lançada pela Moon Records tinha o logo da banda em vermelho (o que mudou quando foi relançada pela Mercury Records pois haviam alterado para a cor rosa), idealizada por Paul Weldon, queriam mostrar uma explosão por ser o primeiro disco, "o Big Bang" da banda e o artista escolheu apenas duas cores na capa justamente para economizar na impressão visual pois não tinham muito dinheiro disponível.

Obviamente as comparações com o Led Zeppelin eram inevitáveis (essa aliás, sendo considerada a maior banda do mundo naquele momento).
Um fato que reforça ainda mais essa "sonoridade comparativa" é a opinião de Gene Simmons após ter ouvido o debut do Rush e mencionado que eram o Led Zeppelin do Canadá, e inclusive, os convidando para fazerem as aberturas dos shows do Kiss por lá.

Para alguns, a sonoridade marcante do primeiro álbum se designa em duas partes, sua produção que não era das melhores e afetava o gosto de vários, e, canções ótimas mas que precisavam justamente da opção anterior, retoques mais elaborados por assim dizer; uma mixagem dedicada, mas nada que alguém ficasse extremamente chateado ou desorientado pois foi aqui que sua base se estabeleceu inicialmente, mostrando um Geddy Lee cantando alto, com seu baixo marcante, pesado, linhas que se mantinham em evidência, assim como boa apresentação de Alex Lifeson (vide seu solo em "Here Again"), além de Rutsey que apresentava muito mais um lado Keith Moon do que aquele característico técnico do próximo álbum (já com Neil Peart obviamente).

Suas influências tinham também nuances de The Who, Blue Cheer e Cream, dentre muitos outros, demonstrando elementos do Blues-Rock e Hard Rock com destreza, enquanto que nas letras John Rutsey assumia o posto, mesmo que durante as gravações do disco tivessem sido refeitas por Geddy Lee.

Fizeram a distribuição do disco de forma independente e uma cópia chegou as mãos de uma radialista americana chamada Donna Halper de uma rádio na cidade de Cleveland, a faixa que lhe chamou atenção foi "Working Man" e na hora entendeu que aquela música iria falar direto com sua audiência que era formada majoritariamente por trabalhadores da indústria... e ela estava certa, a música estourou nas rádios de Rock americanas.

Em Junho de 1974, Cliff Burnstein (hoje em dia o dono Q PRIME da empresa que agencia o Metallica) á época trabalhava para a Mercury Records e recebeu o álbum através de uma carta com explicações sobre a banda ser independente, e então; durante uma manhã de Junho o ouviu e ficou impressionado, na mesma hora ligou para o presidente da Mercury Records e o convenceu de contratar a banda e no mesmo dia a banda fechou o seu contrato.

Começaram a crescer e ganhar certa notoriedade, mas uma baixa ocorreu, o baterista John Rutsey acabou saindo por conta de problemas pessoais, o mesmo era diabético e não estava aguentando a rotina de shows que só crescia, então resolveram que ele deveria deixar o posto para poderem sair em turnê pelo mundo e gravarem um novo disco com uma grande gravadora.


Como sabemos, o próximo passo foi a entrada de Neil Peart, mas isso é história para o próximo álbum.
No geral, o debut do Rush se mostrou coeso, ainda que tivesse falhas em sua produção, manteve ali o que estavam almejando como músicos e aliás, algumas faixas se manteram muitos anos depois em seus shows como a já citada "Working Man" que se tornou um clássico.


Parte da nossa iniciativa em fazer esse tipo de divulgação sem dúvidas é a de incluir opiniões de terceiros para complementar nosso conteúdo, por isso, abaixo você poderá conferir algumas pessoas que se disponibilizaram para comentar sobre este primeiro álbum como o amigo Leo Skinner conta abaixo alguns detalhes bem legais :

"Acho o primeiro álbum do Rush um trabalho muito honesto e poderoso.
Mesmo sendo um álbum com altos e baixos, com momentos inocentes como Take a Friend e Need Some Love, ou até a clássica In The Mood, ainda assim tem espaço com canções mais sérias como Here Again e a clássica absoluta, Working Man.
Finding My Way é uma ótima faixa de abertura que hipnotiza logo ao dar o play... uma canção que pavimenta o caminho que o Rush caminharia durante os próximos 3 albuns. Hard Rock com peso e virtuose.
O trabalho faz justiça ao nome da banda, foi gravado durante uma única madrugada no Toronto Sound Studios, fato curioso, pois os horários noturnos eram os mais baratos.
Há várias histórias respondendo o fato do album ter sido gravado em 1973 e lançado em 1974, a mais plausível é que o atraso pode ter sido ocasionado pela crise do petróleo e boas partes das prensas de vinis canadenses foram adiadas para aquele ano.

Com o sucesso do álbum nos Estados Unidos, Ray Danniels, o empresário da banda, pagou do próprio bolso 9 mil doláres para Terry Brown remixá-lo para que novas prensagens fossem realizadas, devido a alta demanda no pais.
Tem também a curiosidade de que todas as prensagens feitas após a explosão nos Estados Unidos, contém uma dedicatória a Dona Halper."


Abaixo, confira mais opiniões :

"Primeiro álbum sem a genialidade literária e rítmica do mestre Neil, estava mais cravado no Hard Rock, tanto que muitos pensaram tratar-se de um novo disco do Led Zeppelin na época em que foi lançado. Porém em sua última faixa, a Working Man, os caras já davam a pitada de que um som mais voltado para o prog estava a caminho, o que foi se consolidando com a entrada do Neil, mas aí já é história para o próximo álbum!".
(Marcio Rodrigues)


"Opa!!!! Então, primeiro álbum muito hard rock! Mas guarda algumas faixas fodas. Working Man, Finding My Way e Need Some Love."
(Luiz Alberto)


"Primeiro álbum bastante Hard Rock, nunca gostei muito daquele baterista, até mesmo uns anos atrás ele fez o Álbum Rash, puxando o Hard bem, mas achei bem ruim. Meu primeiro álbum do Rush (NA MINHA OPINIÃO) é o Fly by Night."
(Guto Valencia)


"Achei pesado, vocal mais "gritado" e achei um conceito mais jovem rebelde (risos)."
(Sandro Howlett)


"O primeiro álbum do Rush marcou a estréia da banda. Apesar de ter uma sonoridade similar as bandas já existentes não deixa de ser um bom disco.  Destaco Finding My Way como música preferida deste album."
(Bruno Tardelli)


"O primeiro disco do Rush, auto intitulado, tinha uma pegada mais Hard Rock, estilo Led Zeppelin ainda com Jonh Hutsey na bateria.
A música que abriu as portas do mercado americano para a banda foi Working Man, que agradou muito o público americano de cidades como Detroit e New York.
As rádios começaram a tocar Rush e muitos ouvintes ligaram para repetir a música do Led Zeppelin, e a DJ que se tornou grande fã e amiga da banda tinha que dizer que era uma nova banda canadense, e o restante já sabemos."
(Roger M. Penha)



Lembrando que; esse tipo de matéria visa apenas 
comentar sobre os ricos momentos em que os álbuns eram criados, alguns detalhes obviamente será mencionados mas, nem todos saberemos, então, caso sinta falta de alguma informação, comente para que mais pessoas fiquem informadas, afinal, a idéia é justamente unir fãs para um ótimo bate papo.

Deixo aqui o meu agradecimento ao grupo "Rush Brasil Fãs" do Facebook por essa oportunidade de coletar opiniões, ao amigo Leo Skinner que se disponibilizou rapidamente e também agradeço ao grande brother radialista Jeverson por contribuir com informações relevantes.


Gostou?Quer ter sua opinião divulgada no próximo review da banda?fique atento aos posts do grupo mencionado acima que logo iremos falar sobre "Fly By Night".

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