Recentemente trocamos um papo com o Chaosfear sobre alguns assuntos acerca do novo álbum, a nova fase, além de algumas curiosidades.
Agora, através da parceria com o brother Johnny Z (JZ Press Assessoria) trazemos até você leitor mais um bate papo bacana, porém, falando um pouco mais do álbum recém lançado, o ótimo "Be the Light in Dark Days".
Confira abaixo as perguntas respondidas por Marco Nunes e Fábio Moysés.
1 - Há cerca de 1 mês vocês lançaram o novo registro de estúdio, o excelente "Be the Light in Dark Days".
Fale-nos um pouco sobre a produção... gostei bastante das bases e efeitos que inseriram, bem como os tons vocais que não soam tão rasgados ou forçados, estão na medida com o instrumental.
Olá, Vinny, obrigado pela oportunidade de conversarmos um pouco sobre o BTLIDD
Esse disco foi feito inteiramente de forma digital, em pleno isolamento social. Todos nós temos meios de gravar remotamente, e foi através das trocas de arquivos que criamos e concebemos o cd.
Tínhamos em mente que a produção deveria ir além do que normalmente fazemos, até porque eu e o Fábio Moysés que somos membros mais recentes trouxemos um pouco de nossas influências para esse disco.
Realmente o Fernando se superou em termos vocais, colocando mais camadas em nossas composições, e o fato das letras terem muito teor pessoal tornou a sua interpretação ainda mais emotiva.
2 - As canções possuem uma conexão ou são distintas?
São independentes
Pela arte de capa ser muito bonita, creio que dará ao ouvinte um conceito inicial, certo? Mas o que vocês podem dizer sobre as mensagens que estão inseridas no álbum?
A capa, feita pelo artista gráfico Jean Santiago, traz o conceito da canção BTLIDD, principalmente.
Todos passamos por épocas em que entramos nas nossas escuridões pessoais e precisamos encontrar o caminho em direção à luz. Isso acontece com todo mundo.
A arte da capa é um pouco nessa direção de que você, em certos momentos, precisa contar consigo mesmo.
3 - Gostei também da escolha do tracklist, vocês souberam mesclar o lado denso e também o cadenciado, o chamado "respiro" né, para não deixar o ouvinte cansado ou enjoado... E mesmo que existam faixas arrastadas/cadenciadas, é possível encontrar muito peso também (mostrando que não somente a velocidade é fundamental mas também a melodia).
Sim, tentamos trazer este equilíbrio durante o álbum.
Tem músicas rápidas e cadenciadas, e são diferentes entre si.
Assim como disse nos papos anteriores, vejo uma grande influência do Metal sueco nessa fase atual da banda, e mesmo que sejam classificados como um Thrash de pitadas Death, em algum momento tiveram medo ou receio de arriscarem esse som mais "moderno"?ou tudo se encaminhou com esse foco?
Na verdade, nada no disco foi intencional.
Ele nasceu da colaboração de todos os músicos.
4 - "From No Past" para mim foi uma grata surpresa com ritmos que mudam constantemente, sua intro inclusive causa um clima de tensão. A forma como ela foi composta (para mim) demonstra o atual momento da banda, digamos que é uma canção para o novo ouvinte saber o que a banda está disposta a entregar com o seu Metal enérgico.
Não sei se vocês pensam dessa forma, até porque não existe um controle para isso, mas várias faixas tem um apelo radiofônico (por mais que algumas delas estejam grandes). Foi pensado esse lado comercial?
Não foi. Mas entendo o que você está dizendo.
O Chaosfear mudou. Se analisarmos a discografia da banda, veremos fases diferentes também.
Os discos da primeira formação são secos, thrash rápido, destruição. Depois, a banda, com o Billy na bateria, foi para um outro tipo de metal, ainda agressivo e rápido, mas eram outras cabeças.
Agora, com a formação atual, 2 músicos diferentes, ainda mais influências entrando. O resultado é essa variedade que você ouve no disco. E eu acho muito saudável toda essa dimensão musical do Chaosfear.
A personalidade da banda é ser livre.
5 - Outra faixa que também me deixou muito satisfeito foi "The Hand That Wreckes the World", o refrão é um dos melhores da banda... O trabalho de baixo e bateria aqui é sublime, além dos riffs "marchando" junto aos breakdowns.
Essa é uma que eu gosto muito também (muitos risos).
6 - Desde que fiz o review sobre os singles lançados antes deste registro atual, venho frisando sobre a forma melódica que a banda tem gerado, porém, também vejo que vocês não perderam a essência dos outros registros, e isso é visto por exemplo em faixas como a auto-intitulada, "Mindshut" e a já conhecida "The Alliance".
Fazendo uma rápida comparação com o passado, podemos dizer que neste registro atual vocês estão se distanciando do Death Metal e indo para uma coisa mais acessível?não que isso deixe diferente as coisas pois como citei, o peso e o feeling estão intactos, mas hoje é nítido como os vocais limpos estão mais evidentes.
Como disse antes, há novas influências, mas nada foi pensado para um direcionamento específico.
As músicas aconteceram desta forma.
7 - Quais os próximos passos da banda?
Estamos caminhando para algumas novas definições da pandemia e provavelmente as coisas se acertem para os próximos meses...
Teremos grandes novidades em breve.
E estamos começando a produção da nossa participação no tributo brasileiro ao Slayer.
Estamos muito honrados com este projeto.
Inclusive, vocês estão precisando de distribuição do material físico, certo?
Sim, estamos à procura de distribuição física do BTLIDD.
8 - Obrigado novamente pela oportunidade e atenção.
O espaço é de vocês...
Queremos agradecer à imprensa underground brasileira. O papel que vocês fazem em levar informação aos leitores é muito importante.
E em especial, ao Rock Vibrations, pelo espaço e pelo apoio constante.
Ouçam bandas brasileiras. Apoiem o metal nacional.
Um abraço a todos os leitores do Rock Vibrations.
Link :
https://www.facebook.com/chaosfear/
Confira a outra entrevista que fizemos com a banda aqui
Confira nosso review de "Be the Light in Dark Days" aqui