Enfim a espera chega ao fim, o mais novo álbum dos thrashers alemães do Kreator é lançado hoje, 10/6/2022, e já lhe adianto que tudo está um pouco "diferente", mas ainda com o toque clássico da banda.
Com o título "Hate Über Alles", a banda chega em seu 15° álbum de estúdio e visa diversificar ainda mais o seu som, nada tão exagerado como no fim dos anos 90, não se assuste, aqui temos o puro e genuíno Metal europeu de excelente qualidade, técnica apurada e feeling de sobra, mas claramente com um apelo atual exacerbado (o que para mim não tem nenhum problema).
A sua temática é exatamente o que vemos hoje em dia, letras que refletem no ódio e a paranóia que se infiltram em nossa atual sociedade pelo mundo, aliás, a banda sempre esteve envolvida com tais temas por outrora, o que combina perfeitamente com sua proposta sonora.
O título nada mais é que uma referência aos punks do Dead Kennedys com o famoso single "California Über Alles" (sua primeira faixa famosa e que fazia alusão a primeira estrofe do hino alemão com "Deutschland, Deutschland über alles"), mas claro, aqui toma outra proporção como citado acima, revelando em letras ácidas e positivas em críticas o lado cruel de uma divisão social rodeada de ódio e manifestantes de um achismo social cada vez mais fora de permissões e muito mais de julgamentos alheiros.
Sua produção novamente é incrível e sublime, acredito que tudo aqui esteja mais cru que seus últimos dois álbuns (lembrando em alguns aspectos os icônicos "Violent Revolution" de 2001 e "Enemy of God" de 2005), mas claramente sua veia atual adquira nos últimos anos também evidenciada.
Suas 11 faixas estão muito bem construídas e de formas diferentes (lembra que citei sobre estar diversificado?!) e isto é possível perceber antes mesmo de chegar no meio do álbum, afinal, a vasta experiência de Mille Petrozza lhe rende cada vez mais idéias únicas que os fãs sedentos por material novo ficam a espera, alguns climas sombrios e outros mais enérgicos entram em sua mente facilmente (como por exemplo na faixa de encerramento, "Dying Planet", cadenciada e carregada de feeling).
"Strongest Of The Strong" com a participação especial de Patrik Baboumian nos backing vocals (detentor do título "O homem mais forte da Alemanha" e renomado defensor do veganismo) é um exemplo de cadência e peso absolutos sem deixar o lado acessível, as melodias de seu solo estão incríveis e bem construídas (não perca os duelos de guitarras gêmeas que percorrem aqui e ali, algo que definitivamente gostei que implementaram).
Outra canção que facilmente cai no gosto da galera é a auto-intitulada "Hate Über Alles", agressiva ao extremo e rápida na medida que conhecemos da carreira da banda, já "Become Immortal" traz tempos musicais interessantes que não víamos nos últimos registros (talvez a faixa mais Heavy até aqui).
Um dos destaques fica por conta de "Midnight Sun" com a participação de Sofia Portanet (talentosa cantora alemã e amiga de Petrozza), aliás, essa é a primeira vez que a banda tem um feat. com uma voz feminina e realmente capricharam na proposta, além de um vídeo excelente.
Voltando para o lado melodico com passagens viscerais vemos "Conquer and Destroy" se destacar pela sua intro linda e de ótimas lembranças de outrora, até sucumbir a velocidade famosa de seus riffs e novamente um refrão bem construído.
A bela arte ficou a cargo de Eliran Kantor, que já trabalhou com bandas como Testament, Thy Art Is Murder e Helloween.
Outro ponto legal é a estreia de Frédéric Leclerq (ex-Dragonforce, Sinsaenum) no baixo, juntando-se a Petrozza, o guitarrista Sami Yli-Sirniö e o baterista Jürgen "Ventor" Reil.
Se você está pensando em um álbum sumamente Thrash provavelmente irá se surpreender com tais canções que possuem por vezes um apelo comercial, mas nada que você possa achar "estranho", aqui temos uma amostra de um bom caminho escolhido pelos integrantes, não soam forçados, não tentam "criar a próxima roda", tudo foi bem pensado e o resultado final é ótimo, esteja apto a pensar que os caras percorreram uma estrada grande e tudo até aqui tem sido prazeroso de se fazer, e que mal seria poder diversificar?nenhum, ainda mais com essa qualidade.
Unindo produção, conceitos e melodias, se enquadram no top 5 do ano facilmente!
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Tracklist
1. Sergio Corbucci Is Dead
2. Hate Über Alles
3. Killer Of Jesus
4. Crush The Tyrants
5. Strongest Of The Strong
6. Become Immortal
7. Conquer And Destroy
8. Midnight Sun
9. Demonic Future
10. Pride Comes Before The Fall
11. Dying Planet
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