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sábado, 29 de outubro de 2022

Scars: Violent Tour 2022 (Live In São Paulo) - Review

Como é bom ter disponível mais um registro impactante do nosso Metal nacional, aliás, o primeiro ao vivo de um dos pilares do Thrash Metal Br dos anos 90, o Scars.

Após o apoteótico "Predatory" (2020) ficou claro que a banda estava de volta com todo seu poderio de outrora, esbanjando vitalidade e técnica apurada com ótimos riffs cortantes e vocais extremos de ótima qualidade (á época citei ao Régis como ele estava bem no álbum, para mim a sua melhor performance da carreira).

E o que esperar após isso?um álbum que os representassem com a pegada do público na mesma sintonia/energia da banda... e ele chegou!!!

"Violent Tour 2022 (Live In São Paulo)" é brutal em sua essência, técnico na medida certa (a dupla de guitarras Alex e Ricardo estão de brincadeira, construíram uma sintonia incrível), a cozinha com Mitché e Gobo impecável e claro, apoiados por vocais excelentes do já citado Régis (um dos melhores em sua cena e em plena forma).

A sequência de faixas escolhidas ajudou bastante para o clima envolvido e emanado aqui, afinal, como não se empolgar com "Ancient Power" (e que intro "duka"), seguida de uma das minhas preferidas, "Return to the Killing Ground" (como amante de Thrash, preciso ressaltar o quanto despejam brutalidade nesses riffs, inflamam as sensações e arrepiam, como se a palheta do Angus Young caísse no inferno e você tivesse que ir buscá-la como prêmio, mas antes, teria que passar pelos castigos físicos naturais, e a trilha até lá?os riffs do Scars, claro).

A primeira amostra da "nova fase" surge com "Armageddon", um show a parte com sua energia e refrão bem construído, assim como outra faixa que emana fúria, "Nether Hell" (se não conhece os conceitos dela ou o álbum que a mesma está inserida, faça um favor a si mesmo e tenha em mãos, se possível, essa obra irreparável).

Enfim chegamos em uma faixa emblemática para mim, uma boa amostra de como se fazer Thrash Metal moderno sem perder a essência clássica, que atende por "Violent Show", mas aqui os caras transcendem um pouco essa máxima, o peso que carregam nela ao vivo é de outro nível (a energia que o Régis mantém com o público é outra coisa incrível, o cara manja dos "paranauês metalísticos" hahaha).
(Não deixe de conferir o vídeo que dedicaram a ela).

"Legions (Forgotten by the Gods)" é densa em todos sentidos, apresentam de forma impecável cada nuance e elevam sua áurea com sua performance única enérgica, bem como em "Predatory", uma aula de riffs pra muita gente que está aí na cena e falha miseravelmente tentando buscar tal resultado (aliás, "Predatory", o álbum, tem um nível superior de qualidade que bate de frente com grandes nomes mundiais, ou pensa que os caras estavam de brincadeira com essa volta?!

Outra que sempre apareceu em minhas audições é "Creatures that Come Alive in the Dark" (senhor Alex, é possível dizermos que essa também faz parte de um dos melhores momentos de riffs do nosso Thrash Metal?), mais uma vez ressalto o quanto a energia se mantém no alto, a cozinha não nos dá descanso (se você já chegou aos 30 igual a mim, sabe que "bater cabeça" já não é a mesma coisa, mas por bandas como o Scars, a gente compra um Dorflex no dia seguinte, nao é mesmo?!), e preciso dizer o quanto a adição do Ricardo foi importante para manter essa chama da banda, meu, ele entendeu exatamente a proposta de abordagem, para mim é nítido a entrega do mesmo, fico muito ansioso para ver o que ele será capaz de criar com os caras para os futuros lançamentos.

Infelizmente estamos chegando ao fim, mas "Warfare" nos dá um gostinho de início de show com sua técnica e feeling únicos, emanando energias boas Thrasheiras (quantos anos tem esses caras mesmo?)...

"Hidden Roots of Evil" encerra com maestria, sem descanso para ninguém, sem cadência, sem pausa para água sem gás, sem um gole na Heineken geladinha (mas né, patrocina nós aí hahaha), os caras vão numa tacada só e fazem um belo show.


Espero ver essa formação ao vivo em algum momento, todos estão de parabéns, esses caras merecem todo o reconhecimento que têm, aliás, mundialmente falando.


Tracklist:
1.Intro/Ancient Power
2.Return to the Killing Ground
3.Armageddon
4.Nether Hell
5.Violent Show
6.Legions (Forgotten by the Gods)
7.Predatory
8.Creatures that Come Alive in the Dark
9.Warfare
10.Hidden Roots of Evil

Line-up:
Régis F. (vocal)
Alex Zeraib (guitarra)
Ricardo Lima (guitarra)
Marcelo “Mitché” (baixo)
João Gobo (bateria)

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