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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Laboratori: Dívidas, Tretas, Muita Perseverança e Pouco Dom - Review

Sabe quando você precisa ouvir mensagens verdadeiras, de quem sabe o que fala na real, apresentando um som acessível, sem medo de críticas ou opressão?este é o Laboratori, um dos maiores representantes do nosso Underground nacional.

Já era pra eu ter feito essa análise em 2022 pois andei ouvindo várias de suas faixas repetidamente em minha playlist pessoal, porém, a falta de tempo e problemas do cotidiano acabaram por atrasar isto, mas cá estou para despejar as ideias enquanto ouvinte deles.

Cara, não sei quantas vezes ouvi elogios direcionados a cada um da banda, aliás, todas as vezes que pude acompanhar os shows dos caras, a opinião positiva era massiva e a todo instante... E isto é para poucos!

Ainda me lembro (e sempre cito este fato) da primeira vez que pude ver a banda ao vivo, era uma parada única e visceral, quase que um momento incomum daquele ano (provavelmente 2019), e foi naquele mesmo dia que conheci o Jean (baterista da banda e que já nos cedeu gentilmente uma entrevista), e claro, não pude deixar de comentar o que mais falavam naquele dia: "cara, a mão direita desse maluco é extrema, todo mundo pisca quando ele faz a virada de ataque hahahaha"...  e era de fato!

Seu mais recente álbum entrega novamente as melhores ideias em composições diretas, sem frescura nem mimimi, passando o trator em quem está dormindo com ideologias errôneas... Simplesmente intitulado de "Dívidas, Tretas, Muita Perseverança e Pouco Dom".

Ao todo são 10 faixas transitando entre o Hardcore, o Metal Moderno, o Nu Metal clássico e muito do Punk/Metalcore dos últimos anos que flerta também com o Metal americano (sem contar as referências de Rap muito bem-vindas), aliás, a gama de influências que encontramos aqui é muito mais vasta do que apenas esses gêneros que citei, você verá muito do que nosso cenário nacional já criou (só a nata, diga-se) sendo uma viagem de bom gosto e temas que refletem a verdade nua e crua da sociedade, bem como a rotina diária de quem luta pelo melhor desde sempre.

Sua produção eficiente mostra cada detalhe minucioso, isto é, o cuidado em cada uma de suas músicas para não soarem enjoativas ou demasiadamente chatas, muito pelo contrário, aqui você tem energia de sobra, mensagens reais, tocabilidade no 100%, feeling pra dar e vender, elementos estes que só encontramos em bandas que conseguem impor respeito e veracidade em sua música.

Não consigo indicar apenas uma faixa deste álbum, posso dizer que "Bonde dos Falador", "Sangue de Luta" e "Você Vale o Que Tem" (part. Mi Vieira) são as que mais figuram entre minhas escolhas... coloco também "Black Mamba (São Poucos Pra Chamar de Irmão)" com sua mensagem mais que atual... mas faça um favor a si mesmo e conheça por completo tudo o que produziram neste registro, são 32 minutos e 52 segundos de uma ótima vibe.


No geral?se você ficar incomodado com o que ouvir destes caras, infelizmente tenho que lhe dizer pra repensar um pouco os seus conceitos, temos aqui um produto bruto e lapidado com a mais pura verdade das ruas, do dia a dia, de quem faz acontecer e não dá bobeira pro acaso, de quem luta por um todo e não pelo egoísmo que insistência jogar guela abaixo... 

É pedrada, tiro e bomba da melhor qualidade!


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