A banda Haunter meio que faz parte da história da Rock Vibrations pois quando estávamos começando há quase 7 anos, foram uma das primeiras a nos dar oportunidade para um bate-papo e também divulgar a sua música, e desde então todos evoluíram bastante.
Hoje trago em nossas páginas uma nova entrevista com eles, desta vez com o Du Marques (vocalista) e o Dan Almeida (guitarrista), e nossa pauta gira em torno do novo álbum que muito breve estará no ar...
(e claro, também resenhado por nós, quando possível).
Confira logo abaixo alguns detalhes deste lançamento:
1. Já faz um tempo que conversamos pela última vez sobre as novidades da banda, não é mesmo?! Fiquei bem feliz quando soube que estão se alinhando para muito breve terem um novo álbum disponibilizado, então, podemos dizer que o processo de criação já está finalizado?lembro que tudo foi feito com um certo tempo longo...
Du Marques: Sim! O processo de produção e gravação de nosso álbum anterior, o Silent Earth foi muito longo!
Foram 4 anos até o lançamento em 2021! Nesse meio tempo as ideias não pararam de surgir, começando pelo conceito e depois as composições. As músicas que estão sendo produzidas hoje foram compostas em 2018-2019!
As ideias estavam bem estruturadas, mas muita coisa mudou durante o processo de produção!
Falta apenas uma música para ser gravada, então podemos dizer que estamos na reta final deste processo, que se iniciou há mais de 2 anos!
Dan Almeida: Já estamos na reta final do nosso novo álbum "Tales of Seven Seas", entramos agora na fase de Mix e Master e em breve teremos novidades para toda galera. Estamos muito ansiosos \m/
2. Neste novo álbum teremos muitas diferenças em relação ao anterior?acreditam trabalhar agora com um sucessor que mostra uma evolução em muitos quesitos, até pelo tempo de criação?
Du Marques: O Silent Earth foi um álbum aonde havia sempre um lance de virtuosismo, principalmente nas linhas de bateria e solos de guitarra! Porém, músicas velozes e altamente técnicas como "Carry Our Cross" e "Venus" são muito complicadas de se reproduzir ao vivo!
Pensando nisso, buscamos uma sonoridade menos complexa, menos pedais duplos na velocidade da luz, menos guitarras a lá Malmsteen e muito mais feeling, sentimento, pegada!
As músicas estão muito mais orgânicas!
A evolução na minha opinião foi muito neste sentido: Menos virtuosismo e mais feeling.
Dan Almeida: Nesse novo álbum temos como o conceito contos dos Sete Mares, navegando por águas misteriosas, trazendo crônicas e aquela pitada de história em forma de conteúdo em casa uma de nossas novas músicas.
Sobre a sonoridade trazemos a marca já registrada da Haunter entre peso e melodia e contamos também com aquela referência clássica nostalgica dos anos 80.
3. Sobre a produção, é possível fazer tanta coisa hoje em dia que nós que resenhamos sempre temos uma certa expectativa e atenção para os detalhes mínimos extraídos. Neste quesito, vocês buscaram uma maneira específica para as novas faixas?chegaram a descartar alguma faixa ou idéia para o produto final?
Du Marques: Não houve nenhuma música descartada! Sobre as idéias sim, mas algumas composições foram deixadas para a parte 2... Em compensação algumas músicas foram completamente modificadas da ideia inicial! Principalmente pela filosofia de trabalho do produtor, que sempre optou por simplificar ao máximo as idéias tradicionalmente complexas do Power Metal!
Não espere teclados, pianos, corais e violinos neste trabalho, basicamente utilizamos guitarra, baixo, bateria e voz!
Dan Almeida: Como comentado acima tínhamos o tema "Conto dos Sete Mares", as composições fluíram normalmente enquanto buscamos riffs e melodias que trouxessem essa sonoridade.
Agora sobre descartar músicas encaro que usaremos essas faixas em outro novo trabalho da banda ao qual o assunto da composição for o abordado, sabe, sempre temos uma carta na manga e é muito bom e gratificante contar com as composičoes e idéias de todos na Haunter.
4. Ao meu ver as linhas de guitarras são um dos principais pontos de referência na Haunter... existe uma fórmula para tal ou tudo é gerado através de uma linha orgânica? inclusive, as referências usadas são as mesmas de antes para riffs, por exemplo?
Dan Almeida: Entrei na banda no final de 2020, já no final do processo do nosso último álbum, o "Sillent Earth", bem naquela correria sabe, aprender e reproduzir as faixas do novo disco em que a banda ja vinha tocando.
A banda já tinha o conceito e o tema do novo álbum, começamos a destrinchar composições e arquivos em Guitar Pro.
Desde sempre pude colocar minhas idéias e influências em riffs e solo porém, não fujindo muito da composição original e então "Tales" realmente é o meu primeiro trabalho colocando de fato a mão na massa desde ajudar na composição e gravação com a banda.
Nesse novo trabalho a banda mantem a linha Peso/Melodia e também aposta em novos efeitos que somam uma ambiência as melodias e solos.
Pude contar além da experiência de nosso produtor com uma ilustre direção nas harmonas do guitarrista Cristian Custella, guitarrista com mais de 20 anos de experiência em gravações em estúdio e também estrada guitarristica.
Fica aqui o meu agradecimento aos dois.
5. Sobre as artes do álbum, podemos esperar muitos conceitos presentes nas músicas?pretendem revelar algumas coisas em breve?
Du Marques: Temos planos para mídia física desta vez, mas infelizmente os investimentos neste aspecto também são bem altos, então não pretendemos fazer um trabalho tão grandioso nesse aspecto! Pois sabemos que hoje em dia a mídia física nada mais é do que um cartão de visitas ou item de colecionador!
6. Outro ponto forte da Haunter está nos vocais que demonstram sempre uma ótima performance.
Houveram muitas diferenças nisso?por exemplo, os estudos nós sabemos que não param e certamente "novas cartas" acabam surgindo e aplicadas, certo?
Du Marques: Obrigado! Eu acredito que além do estudo, uma das coisas mais importantes para um cantor é conhecer sua própria voz! Saber dos seus limites, dos seus pontos fortes e fracos!
Hoje em dia me sinto muito mais experiente e isso ajuda a explorar as melhores regiões e técnicas a serem utilizadas em cada música! Experimentei também técnicas e timbres novos.
O produtor sempre buscou uma sonoridade mais moderna e para isso eu precisava cantar de uma maneira diferente!
É sempre bom sair de sua zona de conforto, mas temos que ter cuidado para não perdermos nossa identidade vocal e a identidade da banda!
O Metallica quis se modernizar e mudar demais sua musicalidade no "St. Anger" e a gente sabe bem no que deu... Então em um determinado momento eu senti que estava cantando de uma forma desconfortável, então bati o pé e optei por cantar da forma que eu me sinto mais confortável! Além disso por estarmos trabalhando com um produtor menos renomado e em um estúdio bem mais modesto, a pressão na hora de gravar era bem menor do que no álbum anterior!
Com isso, pude soltar a voz com muito mais confiança!
7. Vocês acreditam que dentro do nicho do Metal é possível soar acessível e ao mesmo tempo manterem as características já famosas da banda? Recentemente vi um bate-papo sobre moldes de gêneros do Rock estarem cada vez mais adaptados para plataformas como Tiktok ou rádios que desejam algo mais pop, mas, até que ponto vale "realocar" sua música em um padrão?será que ser "original" não é mais o caminho?
Du Marques: Olha, eu acho que todo mundo precisa se adaptar aos novos tempos, existem novas ferramentas de trabalho e divulgação, novas formas de ouvir e fazer música e principalmente aos novos públicos em potencial!
O Rock é um gênero que envelheceu mal, pois surgiu com um grito de liberdade, revolta contra o sistema e comportamentos "conservadores" (vide Twisted Sisters) e hoje é baseado em senhores ranzinzas com a mente fechada, presos a um velho modelo de música de 30, 40 anos atrás!
Acredito que em parte a essência do Rock dos anos 70 e 80 pode ser mantida sim! Temos a Greta Van Fleet aí para provar isso e a Haunter também mostra as suas influências clássicas em muitas músicas... Porém não podemos nos fechar ao novo, evoluir e nos adaptarmos!
Na realidade, se o Rock não se adaptar aos novos tempos ele estará fadado a extinção!
Talvez o caminho seja manter o equilíbrio: Um pezinho nas influências clássicas do Rock e outro no futuro, no Rock e Metal mais moderno e contemporâneo...
8. O merch da banda também será renovado?e mais, se houver interesse de alguém por registrar fisicamente uma distribuição do álbum, será bem-vindo o planejamento?
Du Marques: Sem dúvidas! Sabemos que o merchandising é mega importante para as bandas! Pretendemos lançar novos itens focados no "Tales of the Seven Seas" sim... Estamos abertos a futuras parcerias para distribuição de mídia física também.
9. Antes de terminarmos, gostaria de saber se haverá algum investimento inicial para mostrar um novo single através de algum vídeo, até porque o apelo visual tem sido muito usado nos últimos anos.
Du Marques: Sim... Já está disponível o vídeo oficial de "Beware the Dragon", primeiro single lançado e também o single, "Before the Storm"... Pretendemos lançar pelo menos mais um vídeo clipe!
O álbum sairá na íntegra no YouTube, Spotify e etc, com toda certeza.
10. Muito obrigado pela oportunidade, gostariam de deixar um recado final?
Du Marques: Acredito que hoje o meu conselho para as bandas e artistas autorais (originais) é o seguinte:
Tenham a mente aberta para novas experiências, mas não deixem de lado a sua essência! Sua música precisa agradar ao mercado, aos críticos musicais e tudo mais, mas em primeiro lugar, precisa agradar a você e aos músicos da banda, os autores da obra!
Façam suas correrias contando com parceiros que estejam dispostos a fazer sacrifícios, investimentos na sua arte! Junte-se com quem tenha metas parecidas com as suas, espere pouco ou nada de terceiros, desconfie de promessas mirabolosas, faça acontecer com seus próprios recursos e esforços! E apesar das dificuldades, não desistam!
O sucesso é relativo, mas consiste muitas vezes em persistir e acreditar no seu trabalho, mesmo que demore, um dia você chega lá!
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Dan Almeida: Gostaria de agradecer a você Vinny e a todos da equipe e peço para que aguardem e nos acompanhem em nossas redes sociais @bandaHaunter e Youtube: Banda Haunter e em breve iremos vivenciar a Nova fase, nova Era "Tales of Seven Seas" com a banda Haunter.
Confira o single "Beware the Dragon via Spotify aqui
Via YouTube:
"Before the Storm" aqui!
"Beware the Dragon" aqui!
Confira nossas impressões sobre o álbum "Silent Earth", resenhado á época de seu lançamento em 2021.
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