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segunda-feira, 15 de maio de 2023

Metal Time Machine #03 - Hammerheart - Bathory: “Os deuses olham para baixo e sorriem para aqueles que enfrentam a morte de frente”

Texto: Mauricio Filho

1998,
Este foi o ano cujo eu fui inserido ao mundo do black metal, através de um amigo, que anteriormente, havia me apresentado também ao Death Metal.

Naquela época, era comum gravar fitas K7 para os outros. Alguém, que tinha um CD de uma banda X, copiava para os demais amigos headbangers, aliás, bons tempos. Seria um
sacrilégio para mim, sequer expor sobre como recebi tal obra prima em minha vida.

Em uma destas ocasiões, este amigo me deu uma fita com o Clássico Hammerheart, da banda Bathory.

Nos primeiros segundos, quando coloquei para tocar "Shores in Flames”, faixa inicial do álbum, fiquei em êxtase com a profundidade da atmosfera criada. Os sons ambientes ao fundo, misturando-se aos belos acordes dedilhados, a belíssima melodia vocal em contraponto aos acordes que vão progredindo de forma sútil, porém magistral, até a entrada da bateria e os riffs distorcidos de guitarra.

A partir deste momento, graças ao Deuses do metal,e ao meu amigo, não parei mais de ouvir Hammerheart. Sempre que me sinto triste, busco motivação e inspiração neste disco.

Bathory é uma lendária banda sueca de black metal, formada em 1983 por Quorthon (pseudônimo de Thomas Börje Forsberg), que foi o principal compositor e músico da banda.

Eles são considerados uma das influências pioneiras do gênero e tiveram um impacto significativo no desenvolvimento do black metal.

O álbum Hammerheart foi lançado em 1990 e é o sexto álbum de estúdio da banda Bathory.
É um marco na discografia da banda, pois marca uma mudança significativa em seu estilo musical. Enquanto os primeiros álbuns do Bathory eram mais cruéis, violentos e associados ao black metal tradicional, Hammerheart introduziu elementos épicos e viking metal em sua música.

Hammerheart é um álbum conceitual baseado na mitologia nórdica e nas sagas vikings. As letras abordam temas épicos, batalhas, mitologia e a tradição guerreira dos vikings.

Musicalmente, o álbum apresenta riffs pesados, melodias épicas e vocais poderosos de Quorthon.

Esse álbum marcou uma nova direção para o Bathory e influenciou muitas bandas subsequentes de viking metal e black metal épico. Foi aclamado pela crítica e é
considerado um clássico do gênero.

A primeira faixa, "Shores in Flames”, possui uma introdução épica e atmosférica que evoca imagens de batalhas Nórdicas. Possui também um ótimo solo de guitarra, com tappings frenéticos. Os vocais melodiosos e os coros são um destaque a parte, isso vale para todo o álbum.

Seguindo para "Valhalla", temos uma faixa cativante e melódica que retrata a glória e o destino dos guerreiros vikings que lutam pela entrada em Valhalla, o salão dos deuses. A Intro dedilhada traz uma atmosfera densa, levando o ouvinte diretamente até a era Viking.

"Baptised in Fire and Ice": Uma música rápida e intensa, com letras que descrevem a paixão e a natureza feroz dos guerreiros vikings. Apresenta belos riffs quebrados intercalados por coros vocais e um refrão incrível, tais elementos fazem desta música, certamente uma das melhores do álbum.

A quarta faixa, "Father to Son" é emocional e reflexiva, com uma melodia melancólica e letras que exploram o legado passado dos pais transmitido aos filhos, os sons ambientes com cachorros latindo, músicas da época, bebês chorando e portas se abrindo, adicionam muito clima a introdução da faixa. O riff é extremamente pesado e denso, bem na linha Black Sabbath.

"Song to Hall Up High": Uma breve e atmosférica música que cria um clima solene e reverente, com vozes dramáticas construídas sobre belos acordes e sons ambientes. A faixa capta muito bem a essência e o espírito Viking.

"Home of Once Brave" é uma poderosa e enérgica faixa que narra as histórias de bravura e heroísmo dos antigos guerreiros vikings, com um riff 100% inspirado no desfecho de "For whom the bell tolls" do Metallica.

O desfecho, fica por conta de "One Rode to Asa" Uma música épica e emocionalmente carregada, que descreve um viajante solitário testemunhando o fim de uma era e a
conversão dos antigos deuses. A Intro produz diversas sensações ao ouvinte, mesclando ambientações e um riff, grandioso, tocado ao violão de aço. A música vai progredindo até a entrada da emocional e profunda linha vocal.

“The Winds Of Mayhem (Outro)” com 22 segundos, traz a sensação final, de missão cumprida, ou melhor, batalha cumprida.
"O rugido do berserker ecoa através das terras, trazendo terror aos inimigos."

"Hammerheart" é um álbum que combina elementos épicos, viking metal e atmosferas poderosas para criar uma experiência musical imersiva e cativante. Cada faixa contribui para o tema geral do álbum, mergulhando na mitologia nórdica e nas histórias dos vikings.

Uma pequena curiosidade sobre o nome Bathory, não tem haver com o tema disco Hammerheart, porém como estamos falando de Bathory e Quorthon, acho interessante a informação, para quem quiser se aprofundar sobre a banda. Resumo de uma pesquisa rápida que fiz sobre o assunto.

O nome "Bathory" foi escolhido por Quorthon como uma homenagem à condessa húngara Elizabeth Báthory. Elizabeth Báthory viveu no século XVI e é conhecida por sua suposta obsessão pela beleza e juventude. Ela foi acusada de cometer uma série de crimes, incluindo tortura e assassinato, e é frequentemente referida como uma das mais notórias assassinas em série. Sua história é envolta de muitas lendas, dentre elas, de que a condessa se banhava com sangue de virgens, a fim de manter sua juventude.

Quorthon decidiu adotar o nome Bathory para a banda por causa do fascínio que tinha pela figura histórica e pela sua conexão com o obscuro e o macabro. Embora a banda Bathory não tenha uma temática lírica diretamente ligada às ações de Elizabeth Báthory, o nome contribuiu para a atmosfera sombria e a imagem obscura da banda.

Quorthon, nome artístico de Thomas Börje Forsberg, faleceu em 3 de junho de 2004, aos 38 anos de idade. A causa oficial de sua morte foi um ataque cardíaco. Após sua morte, muitos fãs e membros da comunidade musical prestaram homenagens a Quorthon, reconhecendo
sua influência significativa no cenário do metal. Sua contribuição para o black metal e para a música extrema em geral deixou um legado duradouro.

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