From Zero – O renascimento do Linkin Park em uma nova era.
O retorno do Linkin Park não é mais segredo. Em 2024, a banda ressurgiu com uma nova formação, trazendo Emily Armstrong nos vocais e Colin Brittain na bateria. O grande marco dessa nova fase foi o show realizado no dia 15 de novembro, no Allianz Parque, em São Paulo. Além de marcar o retorno ao Brasil após sete anos, a data coincidiu com o lançamento de "From Zero", primeiro álbum com os novos integrantes.
O disco começa com a faixa-título, uma introdução de 22 segundos que mistura uma especie de coro e, ao final, um breve diálogo que dá o tom de renascimento a banda '' Do zero'' traduzindo para o português.
Na sequência, "Emptiness Machine" chega com os vocais característicos de Mike Shinoda, que abrem espaço para o vocal poderoso de Emily. Sua voz rouca e cheia de drive traz uma nova energia ao Linkin Park, diferenciando-se de vocalistas como Amy Lee, do Evanescence. A combinação remete a trabalhos mais recentes da banda, como "One More Light" e "Living Things", mas com um toque renovado. Lembrando que essa faixa foi o primeiro single lançado pela banda.
"Cut The Bridge", a terceira faixa, destaca a bateria de Colin Brittain, que comanda a música com intensidade. É uma declaração clara de sua importância nessa nova fase da banda, com um instrumental em que sua presença brilha do início ao fim.
O DJ Joe Hahn ganha destaque em "Heavy is the Crown", um dos singles do álbum. A faixa se inicia com um teclado marcante, e seu refrão pegajoso é daqueles que grudam na cabeça por horas.
"Over Each Other" começa com Emily dominando os vocais. Apesar de sua curta duração, a faixa remete a algo do estilo do Paramore, mas mantém a essência única da banda. É mais uma prova de como o álbum transita entre passado e presente, sempre prestando homenagem a Chester Bennington.
"Casuality" mergulha o ouvinte em um clima misterioso, com um gutural impactante e um instrumental pesado que evoca a era de "Meteora". É, sem dúvida, a faixa mais agressiva do disco, destacando a influência desse clássico na nova formação.
Após a pancadaria sonora, "Overflow" surge como um momento de calma e reflexão, com uma pegada mais lenta e introspectiva. É a pausa necessária antes de mais explosões.
"Two Faced" abre com um riff de guitarra poderoso e os drives de Emily, que transportam os fãs diretamente para os tempos de "Hybrid Theory".
As faixas "Stained" e "IGYEIH" trazem peso e agressividade, lembrando algo do Slipknot. São músicas perfeitas para trilha sonora de treinos intensos ou momentos de pura energia.
Por fim, o álbum fecha com "Good Things Go", uma balada que ecoa o clima emocional de "Minutes to Midnight".
O lançamento de "From Zero" dividiu opiniões. Muitos fãs aprovaram a nova fase da banda, emocionados com o retorno, enquanto outros criticaram as mudanças, especialmente a adição de Emily. Alguns chegaram a comparar o novo som com o Paramore, mas o Linkin Park mostra que está focado em continuar seu legado e homenagear Chester Bennington de forma digna.
Mesmo à distância, assistindo à transmissão ao vivo do show pelo Multishow, foi emocionante ver pessoas de todas as idades cantando músicas novas e antigas. A banda respeitou o tempo de luto de sete anos e, ao retornar, entregou um presente aos fãs que ainda carregam Chester no coração.
Mais do que uma tentativa de reviver o passado, "From Zero" é uma declaração de que o Linkin Park continua evoluindo, pronto para escrever um novo capítulo em sua história. Que venham mais shows, discos e tours – o legado de Chester Bennington, agora ampliado, permanece vivo em cada acorde e em cada adulto que naquela época dos anos 2000 era um adolescente que cresceu ouvindo essas músicas.