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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Rock Vibrations Entrevista : Drowned

Foto : Diane Paschoal

Em uma ótima oportunidade cedida pelos nossos parceiros da Metal Media, trazemos uma entrevista bem bacana com o guitarrista/vocais limpos Marcos Amorim da banda Drowned.

Confira abaixo nosso papo :

1 - Como informação sempre é bem vinda, por favor, informem aos nossos leitores um pouco sobre a trajetória da banda?
R: O Drowned é uma banda que foi idealizada em 1994.
Em 1998 a banda ganhou uma formação fixa, mais sólida e com ela gravou a primeira demo, lançada em 1999.

Houve uma excelente repercussão no Brasil e fora, resultando num contrato com a Cogumelo Records. 

Lançamos o primeiro disco pelo selo em 2001, Bonegrinder. De lá pra cá, já chegamos ao 7° disco de estúdio, fizemos tours pelo Brasil e também na Europa.
E não desistimos do Metal no Brasil.


2 - "7th " se mostra coeso, técnico, e viciante... como foi a produção deste ótimo disco?demoraram até chegar no resultado final?
R: 7th foi um disco demorado para se produzir.
Tivemos alguns contratempos de agendas individuais, demoramos uns 2 anos ou mais pra engrenar e começar a fazer música.

Gravamos o disco também um pouco diferente, não fizemos sessões intermináveis num estúdio.
Cada um registrou suas partes em suas casas, exceto a bateria (que foi registrada nos derradeiros dias do DR Studio em Nova Lima/MG).

Cada um fez no seu tempo, trocamos muitos arquivos pela internet, muitas ideias indo e vindo, ao todo começamos em agosto de 2017 e só terminamos de incluir coisas lá para dezembro. Possivelmente foi o disco mais trabalhoso no total, porque fizemos praticamente tudo o que estava ao alcance para que saísse como precisávamos.


3 - Aproveitando que abordamos "7th", como tem sido a resposta de mídia e público?
R: Em geral, boa pra muito boa. O Drowned não costuma lançar discos iguais. Mesmo que venhamos a transitar no estilo central (thrash/death metal), sempre temos visões diferentes a cada lançamento, não somos uma banda fechada, radicalizada e sentada no próprio rabo.

E essa ousadia, digamos assim, tem o preço de não absorção imediata dos sons. A resposta inicial é boa, mas pela nossa experiência, tende a melhorar com o tempo, quando a música amadurece entre os ouvintes.


4 - E para a banda?ficaram 100% satisfeitos quando viram o sétimo álbum sendo colocado nas prateleiras?
R: Sim, é o primeiro disco que a produção nos agradou, não houve qualquer “senão” nesse disco. Não quer dizer que seja impossível superar, mas quer dizer que as ideias musicais foram bem traduzidas e quem ouve pode facilmente identificar as mensagens musicais etc. 


5 - Vocês estão preparando um novo lançamento para muito breve, certo?poderiam falar sobre?
R: Estamos com algumas coisas sendo preparadas em paralelo. Estamos trabalhando em versões cover, em breve vamos disponibilizar para as pessoas ouvirem. 
Possivelmente será um lançamento somente on-line (não haverá disco físico).

Também já começamos a trabalhar no próximo disco, não queremos um hiato tão expressivo entre o 7th e o seguinte. 

Também estamos cogitando a hipótese de uma recapitulação da carreira, regravando músicas que ficaram marcantes nos discos anteriores.
Tudo isso em paralelo, uma coisa não atrapalha a outra.


6 - O Death Metal que vocês praticam tem muita melodia, não só o lado mais cru (digamos, não só o "sujo")... do que vocês gostam fora da cena extrema para terem essa influência melódica?
R: Veja, eu compro CD e vinil até hoje. Na minha coleção, você vai encontrar de Dire Straits a Nile, de Kiss a Immortal, de Pink Floyd a Vader, de Kamikaze a Sarcófago, apenas pra citar minhas lembranças imediatas.

Eu escuto de tudo dentro do rock pesado e rock bom em geral. Minhas bases musicais é acima de tudo rock bem feito, inspirado.
Não vai fazer diferença alguma se é um Helloween Keepers ou se é um Cannibal Corpse, eu vejo arte em tudo isso, acho legal o que é feito com musicalidade, paixão pelo treco e tudo mais.

Eu creio, contudo, que bandas como Iron Maiden, o Thrash metal americano (Metallica, Slayer, Anthrax e Exodus) e alemão (Sodom e Kreator) foram mais importantes pra mim do que outras. A cena mineira do final dos 80 também foi fundamental, Mutilator, Sepultura, Chakal, Overdose, Witchhammer - eu era adolescente e essa galera conterrânea me fez empunhar uma guitarra.

Não necessariamente na música, mas a vontade de tocar, de buscar um caminho na música. Aqui falo por mim, mas os demais do Drowned provavelmente não vão ter uma história muito diversa da minha.


7 - Quais os planos para 2019?
R: Além do material de cores que mencionei acima, queremos adiantar bastante o disco novo e ver algum show possível de se registrar com qualidade, para um futuro ao vivo.


8 - Vocês já fizeram tour por vários países... hoje, apesar de muitos falarem que a cena nacional está precisando de mais união, também temos uma facilidade em saber onde e o que acontece... O que fazer para que a cena seja como é vista lá fora?
R: Creio que para tentar nos aproximar do que ocorre fora do Brasil, precisaríamos mudar a cultura.
O Rock aqui não é muito valorizado.

Se você for tocar na noite, jamais se cogitaria de tocar de graça. Tenha uma banda de metal e não faltarão propostas para que você próprio banque tudo… Então, com um cenário desses, em que não há valorização dos músicos, difícil crescer.

Outro ponto é que o link entre o jovem brasileiro e o rock está se perdendo. Estamos caminhando para idiotização da população. E está sendo bem feito o trabalho, porque realmente está bravo o negócio.


9 - Gosto da interação que vocês têm para com os fãs, sempre querendo saber suas opiniões... primeiramente devo dar os parabéns, e segundo, perguntar algo inusitado... imaginem que façam um disco ou E.P. com sonoridade "diferente" do que acostumaram a ter... teriam medo ou receio do seu público que é tão participativo?
R: Na verdade, acho que a gente não consegue fugir muito da personalidade que a gente tem, musical (coletiva). 

Dificilmente iríamos cogitar de fazer algo fora da casinha demais. Possivelmente poderia haver é uma interpretação de que assim procedemos, mas na nossa cabeça, teríamos feito dentro, mais ou menos, dos nossos limites.
Não temos muito medo de receptividade negativa.

Se eu disser que não faz diferença se é positiva ou não a resposta do público, estaria sendo hipócrita, porque qualquer ser humano normal tem suas ideias, visões e não gosta de ver de ponta a cabeça o seu legado.
Digo num sentido de que não é isso que nos pauta.

Em verdade, o que sempre nos pautou foi o nosso sentimento de “fã”, a gente sempre pensa em fazer aquilo que a gente acha que seria legal se alguma banda estivesse fazendo, mas não estão. Sempre foi nosso feeling. E disso a gente não abriria mão, no caso.


10 - Finalizando, gostaria de deixar algum recado?
R: Deixo aqui um forte abraço aos leitores, um agradecimento especial a você pela oportunidade e um ótimo 2019 para todos, com muito som pesado!!!



Agradeço a oportunidade cedida pela banda para a entrevista e agradeço novamente a Metal Media.


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