Em poucos anos, pude ter contato com algumas bandas únicas e que permeavam por alguns campos interessantes do Metal, mas ainda que muita coisa já fosse criada anteriormente ou apenas dava influência para os "novos" músicos, restava tentar entender quais as propostas deste atual cenário.
Eis que conheci o "As Dramatic Homage", banda carioca que consegue fazer uma fusão interessante de Prog Metal; Doom e muitas ambientações vindas de algo extremo e também técnico, sendo uma ótima pedida também para o fã do lado atmosférico.
É lógico que tudo isso daria para um resultado esperado e como não poderia ser diferente, o single "Consternation" chegou em 2018 como um soco bem convidativo aos mais desavisados, rendendo ótima repercussão e elevando a qualidade da banda e do cenário que atuam.
Vimos que sua capacidade em mostrar qualidade era notória, mas ainda havia uma dúvida : como continuar no mesmo patamar e ainda surpreender?
2020 é o início de uma nova década, então porque não um novo single?!
"Praxis" é o nome dele.
Em poucas palavras, a banda o resume como :
Um Termo abordado por vários campos de conhecimento, como filosofia e psicologia, que classificam práxis como uma atividade voluntária orientada para um determinado fim ou resultado. Ocorre a partir do momento em que essas idéias são experimentadas no mundo físico para continuar com uma contemplação reflexiva dos seus resultados.
Ou seja, pensar e agir.“
Ou seja, pensar e agir.“
Partindo deste conceito mais que usual, pessoal, vemos também um ótimo trabalho de curso (isto é, instrumental e vocal)... mas se enganou caso esteja pensando que vou abordar sobre o quanto a guitarra está afiada ou como o baixo ficou com groove certeiro.
Não, caro leitor; aqui temos uma interpretação muito inspirada de Alexandre Pontes, vocais soturnos, uma verdadeira aula de emoção com boas melodias que o acompanham em um violão e seus ótimos aspectos.
Você talvez estranhe que uma faixa desse porte esteja sendo feita após um single pesado, mas tudo faz parte de uma ligação emocional e de ótima continuação se fizermos a "lição de casa", portanto, nada mais que ótima eu diria, definir essa nova etapa.
Mais uma vez usando a descrição completa que a banda nos dá, temos a faixa "ISRS" :
Significado de Inibidor Seletivo de Recaptação de Serotonina (classe de farmacos usados em tratamento do Transtorno de Ansiedade e alguns tipos de Transtorno de Personalidade).
O que temos por aqui, afinal?mais uma faixa sentimental?sim, rimou, mas neste caso, para ser sério, pois mais uma vez nos deparamos com um ótimo trabalho, melodias que transportam você para o próprio interior e lhe dá uma entrega única.
Totalmente reflexiva, ela adentra aos conceitos citados até aqui e mantém o seu lado humano em voga, te dizendo (ou mesmo que tendencialmente) que as mais profundas reflexões poderão ser feitas em meio ao ambiente/clima aqui criados (uma outra aula de sentimentos que se torna real ao contraste do caos que se espera por vezes, a calmaria de se sentir único ao mesmo sentido real da mente e suas facetas, perspectivas; permitindo evolução do ser).
Analisando bem, vemos os opostos do início de "Consternation", o caos (citado acima) da vida à calmaria, aos lados mais profundos do ser, sendo assim faixas que desafiam o ouvinte no seu mais real âmago; da compreensão sensível e humana do som, ou, um entendimento que por vezes tentamos buscar, não necessariamente inseridos neste contexto, mas também como parâmetro para o que podemos fazer ou o que vemos, esperando por ações que nós podemos criar.z
Fugindo da regra básica de apostar apenas naquilo que apetece ao público ou mídias, Alexandre soube muito bem fazer sua parte em criar o seu legado, digo mais, soube expressar o que os músicos devem fazer : criar sua arte e colocar seu sentimento.
Falando em arte, mais uma vez Gustavo Sazes soube interpretar exatamente o que as mensagens dizem, além claro de expor todo o seu talento.
Se surpreenda cada vez mais com uma das bandas mais criativas e sem medo de errar do nosso Metal brasileiro.
Em 28/2/2020, mais um caminho será trilhado!
Line-up :
Alexandre Pontes – Vocais, violões e programação
Pedro Ramos – Violão /Guitarra
Leonardo Silva – Teclado
Alexandre Pontes – Vocais, violões e programação
Pedro Ramos – Violão /Guitarra
Leonardo Silva – Teclado
Links :
Ouça a banda em :