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quarta-feira, 25 de março de 2020

Miasthenia: tecladista e vocalista, Susane Hécate, revela como começou sua jornada a frente dos teclados e apresenta playlist no Spotify com bandas e músicas que a influenciam na hora de compor

Nota: Vocalista e tecladista de um dos maiores grupos do Metal Extremo brasileiro, Susane Hécate do Miasthenia, revela detalhes pessoais sobre sua jornada dentro do Metal Nacional, que perdura desde 1994, influências diretas sobre seu instrumento, detalhes sobre a carreira e disponibiliza uma playlist com músicas que são marcantes em sua vida e a inspiram a querer sempre trazer coisas novas para o núcleo criativo da banda.

Os anos 90 e início dos anos 2000 foram cruciais para sua formação como tecladista, relata Susane: “Várias bandas de Black, Death, Doom e Gothic Metal que utilizam teclados em suas músicas, principalmente grupos dos anos 90, influenciaram muito na minha forma de tocar e compor, por isso me despertam um sentimento de admiração por seus formatos de composições. Na playlist que disponibilizei para os fãs de meu trabalho, será encontrado músicas, na maior parte produzidas nos anos 1990, que me influenciaram e que admiro muito pelo modo como os teclados criam atmosferas fantásticas e dão profundida às composições”.
“Um dos motivos que me fez criar essa playlits, foi sempre as pessoas me perguntarem o que eu costumo escutar e o que me influenciou como tecladista e vocalista dentro do Metal. O teclado sempre foi visto com certo preconceito por ser considerado um instrumento de música clássica, onde falta peso e traz melodias muito limpas. Porém nos anos 90, muitas bandas utilizavam os teclados para justamente trazer atmosferas mais obscuras, épicas e melancólicas, principalmente as bandas de black metal norueguesas, que além de criar estruturas sombrias, utilizaram elementos de trilhas sonoras de filmes de terror”. Revela Susane Hécate.

A musicista do Miasthenia, também revela como foi que se tornou oficialmente tecladista da banda: “Os teclados foram vitais nas composições do Miasthenia, foi um grande diferencial em nossas músicas no início da nossa carreira, justamente por conseguirmos alcançar essas características orquestrais, melódicas e épicas. Vale lembrar que em nossa primeiro Demo, eu era a guitarrista e só em nossa segunda demo que eu incluí os teclados, sendo que fui a responsável por gravar os baixos, teclados e backing vocais, mas logo após as gravações veio a dificuldade de encontrar um músico para o instrumento e oficializar sua ingressão na banda. Por conta disso eu abandonei a guitarra e assumi os teclados oficialmente da banda, seguindo uma tendência das bandas de Black Metal dos anos 90”.

Segundo Susane , “vale lembrar que o Rock Americano, o Blues e as bandas dos anos 70 como Deep Purple, Led Zeppelin, The Who, Rush e outras são os verdadeiros pioneiros da inclusão de piano e teclado nos primórdios do Rock and Roll, e merecem todo o nosso respeito e reconhecimento”.  Mas a popularização do teclado no metal, ainda na opinião de Susane Hécate, só veio após os anos 2000 com a eclosão do Symphonic Metal, onde explodiram bandas como Nightwish, Épica, Rhapsody e outros que exploravam isso com ênfase, mas dentro das linhas mais tradicionais do Metal, “pois no metal extremo a presença de um teclado no palco ainda é estranha, os próprios técnicos de som não fazem ideia de como regular volumes e retornos de som no palco, para alguns o teclado tem um papel atmosférico e bem secundário, o que não é o caso no Miasthenia, pois todas as músicas, do início ao fim, contam com linhas de teclado bem dinâmicas que colaboram no peso da música, e muitas vezes isso se torna bem complicado ao vivo ”.
“Em 2004 fui citada como uma das melhores tecladistas do ano pela Revista Roadie Crew, após o lançamento do álbum, Batalha Ritual, mas depois disso percebo que a crescente visibilidade dada às mulheres como vocalistas de metal extremo na mídia metal tendeu a ofuscar um pouco essa minha atuação como tecladista/instrumentista na banda. Tocar teclado e cantar é ainda mais difícil dentro do metal extremo, são raros os vocalistas que se aventuram nesse desafio, porque é uma performance que exige muito carisma, expressão e energia, já que o teclado não permite que você se movimente pelo palco para interagir mais de perto com o público, como dizem “a Susane agita com os olhos! ”.
Confira a playlist oficial de Susane Hécate do Miasthenia com músicas e bandas que a influenciam nas composições da banda.

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