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quinta-feira, 19 de março de 2020

Rock Vibrations Entrevista : Neverwinter


Conhecer novos projetos torna a nossa playlist diária ainda mais rica e nos dá amplitude para novas vertentes e elementos que por vezes não fazem parte de nossos dias (ou as vezes sim, mas com algumas diferenças).

A Neverwinter é uma ótima opção para você amante de Symphonic Metal, com qualidade musical num todo e versatilidade nos vocais.

Abaixo, você pode conferir alguns tópicos que abordamos com a banda :


1 - Mesmo tendo pouco tempo juntos, a banda conseguiu fazer um ótimo trabalho e creio que estarão figurando entre os grandes nomes de sua vertente em poucos anos. Como tudo se iniciou? Algum integrante já participou de outros projetos musicais antes?
R – A banda foi idealizada por Higor Hoenig, que sempre quis tocar suas próprias composições. 
Ele já participou de várias outras bandas, e toca diversos instrumentos há muitos anos, além de ter mais de dez anos de experiência em composição, mas essa é sua primeira banda autoral. 

A Neverwinter tomou forma com a entrada de Fernanda Zys, que assumiu os vocais e passou a escrever as letras. Ela já tinha gravado uma música em parceria com um produtor de Londres, e também canta em coral, mas esta é sua primeira experiência com banda e composição. 

Nós acreditamos que o álbum saiu rápido e ficou coeso porque os objetivos estavam bem alinhados, tínhamos uma visão bem parecida do que queríamos. 
Além disso, conseguimos dividir as tarefas para que cada um ficasse responsável pela área que domina melhor, e tivesse a liberdade criativa necessária para se soltar na composição.

2 - Assim como falei no review de "Air Castle", preciso repetir que vocês fizeram um álbum muito consistente e que nos mostra o quanto possuem talento de sobra, seja pelo instrumental ou pelos exímios vocais. Quais são os pontos mais positivos deste registro na opinião da banda? creio que deva ter dado um enorme orgulho pela qualidade que atingiram (aliás, parabéns pela escolha do Romulo para a arte de capa).
R – Creio que a melhor parte, para nós, foi a experiência criativa. Ver as músicas tomando forma, criar solos, letras e melodias e depois ver isso tudo sendo registrado em estúdio até chegar ao resultado final é muito gratificante, artisticamente. 

Nós sempre admiramos o trabalho do Rômulo, então é claro que escolhemos ele para fazer nossa capa, e ficou perfeito, exatamente como queríamos.
 

3 - Como tem sido após o lançamento de "Air Castle"? Obtiveram o resultado esperado de público e mídia? Apesar dos poucos likes em sua página no Facebook, seu Instagram tem um engajamento interessante, o que pode gerar muita audiência e atingirem muitos outros países, não é mesmo?!
R – Sabe, é surpreendente saber que há outras pessoas ouvindo nossas músicas. Quando criamos, a ideia era fazer algo que a gente gosta, e ver que tem mais pessoas ouvindo e gostando do nosso som, e não só no Brasil, é surreal, é o sonho de todo artista.
   

4 - Já que falamos sobre mídias, como lidam com o mundo atual de streaming? tem um dado atual que fala sobre os ouvintes de plataformas diversas ouvirem uma música e mudarem de faixa em menos de 2 minutos, além claro da questão dos "merchs" (que serve como complemento da renda dos músicos e da a chance aos seguidores de terem objetos para colecionar). Existe uma maneira de entreter e ainda conseguir êxito em vendas atualmente?
R – Nossas músicas estão disponíveis em quase todos as plataformas de streaming do mundo, assim fica acessível a todo o público. Nós optamos por não produzir mídia física porque atualmente quase não vende. Hoje em dia as pessoas ouvem música em aplicativos, e os apps de música remuneram os artistas pela reprodução, assim todo mundo sai ganhando.
   



5 - Uma das faixas que me chamou atenção, "Stains", soou para mim como Nightwish na fase Tarja (especialmente a dinâmica da introdução que me lembra "Bless the Child"). Isso foi intencional ou as influências acabam se sobressaindo quando compõem?
R – Foi uma feliz coincidência. Ficamos lisonjeados em saber que soamos como uma das maiores bandas do gênero na sua época mais marcante. 

A “Stains” foi originalmente criada com um órgão de tubo, porém mais tarde foi adaptada para o metal sinfônico, substituindo o órgão por um teclado arranjador, “brincando” com 3 escalas menores diferentes. 

Para a introdução, convidamos duas cantoras super talentosas (a soprano Priscila de Souza Löschner e a contralto Mariana Rodrigues Santos) para participar do coro junto com nossa vocalista, para enriquecer a melodia e dar profundidade à música.


6 - Hoje em dia muitas bandas acabam se apoiando, mantendo um clima amistoso para que possam apresentar uns aos outros, além de promoverem eventos em prol de divulgações e novos fãs. Vocês têm ouvido muitas bandas novas que por ventura sirvam de inspiração? Se quiserem recomendar algumas, fiquem à vontade.
R – É ótimo ver bandas se apoiando no cenário nacional, embora muitos digam que isso não exista, é bem comum, o clima geral é bem amistoso. 

Nós criamos uma playlist no Spotify e no Deezer chamada “Metal Sinfônico BR”, que conta com muitas bandas do cenário nacional que nos inspiram, e estamos sempre incluindo novas bandas na playlist, todas são ótimas, vale escutar.
Um fato interessante é que conversando com alguns dos artistas sobre a nossa playlist, também fomos incluídos na playlist deles, como a “Mulheres do Rock & Metal Brasileiro”. 

Algumas páginas que postam conteúdo sobre metal e metal sinfônico também nos incluiu em suas playlists, como “Play100 Artists – Playfonic” e “Descubre Metal Latinoamericano”, de El Quartel del Metal.


7 - Quais são os próximos planos para este ano?
R – Este ano vamos reformular completamente o instrumental, de forma bem ambiciosa. Vamos extinguir quase por completo o uso de teclado e usar orquestra no lugar. Vamos usar diferentes escalas e afinações nos instrumentos, e queremos aproveitar melhor o alcance vocal da Fernanda, com melodias mais desafiadoras. 

Pretendemos também lançar alguns singles até o final do ano, e quem sabe produzir algum videoclipe.

8 - O próximo álbum da banda dará continuidade ao que já criaram ou vocês têm em mente algo diferente? Sei que pode ser cedo mas acredito que devam refletir sobre os conceitos abordados e o que podem manter para o próximo registro…
R – Nós aprendemos muito com o primeiro álbum e queremos que as próximas músicas sejam ainda melhores e com maior dificuldade técnica. 

Nosso próximo lançamento será um EP, e a temática é uma mistura de tudo que achamos belo, com letras inspiradas em Paraísos Artificiais de Charles Baudelaire, e com instrumental que evoque a beleza. 

A nossa ideia é criar poesia líquida, que escorra por nossos ouvidos e seja inspirador. A temática do “Air Castle” é um pouco obscura, principalmente nas letras. Queremos criar uma espécie de conclusão feliz, dando assim uma resposta às músicas do álbum.
  

9 - Antes de finalizarmos, gostaria de saber porque vocês não gostam de inverno? hahaha brincadeiras a parte, qual o motivo do nome que carregam? Achei interessante e um com certo lado comercial positivo.
R- Inicialmente a música Distance tinha um verso a mais que dizia “I wish i could make summer last forever, but is always winter in my heart”. Baseado nisso, demos o nome “Neverwinter”, para simbolizar a ausência de frieza e os sentimentos intensos, assim como é nossa paixão pela música.
   

10 - Obrigado pela entrevista... podem contar conosco sempre... gostariam de deixar algum recado final?  
R – Nós que agradecemos! Queremos dizer para os leitores que deem uma chance às bandas nacionais, tem muita banda fera no Brasil. E valorizem o material autoral que é produzido, vão a shows sempre que possível, porque as bandas que hoje são grandes em algum momento foram pequenas e precisam do suporte do público. E hoje em dia, com todas essas plataformas digitais para ouvir música, não custa nada apoiar os artistas.


Confira também o review que fizemos para "Air Castle", seu mais recente álbum, clicando aqui!

Ouça a banda via Spotify aqui

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