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sexta-feira, 13 de março de 2020

Rock Vibrations Entrevista : Rafael Orsi (The Anger)


Ano passado tivemos a oportunidade de fazer uma parceria bem bacana com a WarGods Press e por conta disso suas atividades são compartilhadas conosco, e agora em 2020 vamos também promover algumas entrevistas e reviews relacionados a mesma.

Para começar bem, um projeto muito bacana e cheio de ótimas qualidades, o "The Anger", do exímio guitarrista Rafael Orsi.

Confira o bate papo logo com o mesmo abaixo :

1 - Para iniciarmos, gostaria que falasse sobre como se deu o início do projeto, por favor.
Rafael Orsi: O projeto se chama “The Anger” porque na época eu estava com muita raiva. Em 2009 minha ex-banda foi enganada por um produtor, nós gravamos nosso disco e ele nunca nos entregou o material.

Isso fez a banda desanimar e morrer, e eu acredito que tínhamos um enorme potencial. Aquilo tudo se perdeu, depois de alguns anos de ensaios e composição. Então fiquei sozinho, mas ainda com vontade de compor. Em 2011 e 2012 comecei a gravar minhas demos que depois se tornaram o disco "Through Love, Anger, Pain and Sorrow".


2 - "Through Love, Anger, Pain and Sorrow" é um ótimo debut, se mantém bem e conforme as faixas passam, dá uma sensação de que sempre está indo na direção certa. O que pode nos dizer em termos de produção e escolha das faixas? Tiveram muito trabalho para soar pesado e ao mesmo tempo acessível?
Eu já passei da metade dos 30 anos, o tempo está passando para mim, e eu preciso dar certo. Minha vontade era fazer um disco que as pessoas possam colocar num churrasco, ou encontro de amigos qualquer e deixar lá. Também pensei muito no fator de replay.

Há um disco do Joe Satriani chamado “Shockwave Supernova” que tem essa característica muito legal, ele não cansa ou demora a cansar, é possível ouvi-lo algumas vezes em sequência. Esse sentimento me inspirou bastante. Então quando, em 2018, comecei a ouvir minhas demos antigas e achei que elas precisavam de uma versão definitiva, comecei a formatar os arranjos com essa ideia em mente.

No começo de 2019, Murillo Leite (Genocídio) indicou o Fábio Moysés para assumir as baterias, pois eu as escrevia num software na época e isso prejudicava o resultado. Isso foi muito importante para melhorar todas as dinâmicas do álbum. O Fábio entendeu a proposta e ajustamos as baterias de acordo.


3 - Quais são as principais mensagens que o projeto pretende passar para o seu público? O álbum possuiu algum conceito específico?
O álbum não é conceitual, todas as letras são sentimentos ou vivencia minha. “Let the anger flow” por exemplo fala de como um usei minha própria raiva como força para seguir compondo. Enquanto “Gone with the Wind” fala sobre a morte de uma amiga.

Outra por exemplo foi de um dia eu estava num hospital e vi uma moça com alguma dor pelo corpo, ela dizia “Dor, pare por favor”, ela estava falando com a dor dela, e pensei: “Seria engraçado se a dor respondesse”.

Assim nasceu a ideia para a letra de “My name is pain”. Não me sinto como alguém que tem “algo importante para dizer”, no sentido de mudar a vida das pessoas. Tudo que tenho é a minha visão empírica e limitada dos eventos.


4 - Já que falamos sobre público, como está o apoio após o debut? E além do público, a mídia tem dado resultados esperados?
Meu apoio até agora tem sido apenas do público e amigos, muitos jornalistas simplesmente ignoraram meu disco e tudo bem para mim. Talvez não gostaram, não quiseram falar mal ou simplesmente não tiveram interesse. Eu sou bem tranquilo com isso, mas obviamente que gostaria mais do apoio deles.

Cheguei a 800 plays no disco apenas no Spotify sem ser famoso e sem o apoio de ninguém, pra mim já é uma vitória.


5 - Como foi a concepção da ótima arte do álbum? A banda participou ativamente do conceito?
O conceito surgiu do fotógrafo Aivan Moura, ele é um cara muito criativo. No dia não pensávamos em fazer a capa, mas apenas fotos de divulgação. Durante a sessão de fotos começamos a experimentar com o conceito de várias fotos em uma e chegamos nela. Quando vimos a foto na câmera ainda foi unanime.
A foto da capa está quase crua, como saiu da máquina, apenas ajustamos algumas cores para ficar mais viva.


6 - Ouvi dizer que pretendem fazer um esquema itinerante de músicos para as próximas gravações, se tornando assim um projeto que terá vida constantemente. Isso é verdade?
E aproveitando, existem nomes que já são pensados atualmente e poderão estar envolvidos em um futuro breve?
É verdade, quero chegar a lançar algum material todo bimestre. Talvez até todo mês se houver um bom retorno. Por enquanto estou trabalhando em dois materiais, o primeiro será um EP de covers, e o segundo, com Aivan Moura, em algumas músicas novas para algum EP ou disco conceitual.

Já estou conversando com alguns amigos sobre, porém ainda não posso divulgar pois não fechei nada.
Quero trabalhar com muitas pessoas diferentes e em paralelo.


7 - Quais são as principais fontes de inspiração para o som que estão fazendo? Além dos clássicos, existem também novos nomes que podem ter contribuído para isso?
Para mim muita coisa remete ao Motörhead e Accept, não sei se todo mundo tem essa visão. Quero adicionar mais influencias a partir de agora, country, blues, e etc. E eu não gosto de compor igual ou com fórmulas. Eu mudo o jeito de trabalhar sempre, as vezes componho a partir do refrão, outras a partir da introdução.

Já comecei com a letra apenas e fiz tudo a partir dela, e também só tive as melodias e escrevi a letra depois. Acho que isso me anima muito, não sou uma pessoa que gosta de fazer as coisas repetidas, se soa como algo que eu já fiz, eu simplesmente jogo fora.
Minha inspiração é o agora.


8 - Investir em vídeos (e/ou Lyric Videos) é uma opção a ser pensada para os próximos meses?
Eu sei fazer Lyric Video, fiz alguns muito bons para várias bandas, porém estou trabalhando muito (sim, eu trabalho, não vou fingir que vivo de música), o pouco tempo que tenho estou usando para compor e gravar, além de curtir minha família. Minha condição financeira mais do que triste impede de contratar alguém por enquanto.

Lancei um vídeo bem simples com a letra de “Let the anger flow” na página da banda e no Youtube.


9 - Atualmente as mídias digitais dominam o mercado musical, mas, pensam em criar alguns "merchs"? Obviamente a indústria mudou e muitos estão se adaptando a isso, mas muitos outros ainda insistem em materiais físicos variados, não é mesmo?! (Afinal, o fã de Rock é um colecionador na maioria das vezes, eu sou um exemplo inclusive).
Eu gostaria muito de lançar o material físico, CD ou LP, mandei para algumas gravadoras, mas não tive sequer uma resposta. Então a opção seria fazer independente e não tenho condições para isso no momento.

Eu estou com 37 anos, comprei bastante CD na vida, sinto falta de ouvir música com o encarte nas mãos, mas a praticidade do Spotify me viciou demais também. Gosto de garimpar bandas novas lá, escolhendo um disco que gosto e indo na opção de “ouvir rádio do disco”, vem muita coisa legal e que tem a ver com o disco que escolhi.

Eu tenho outra mania também, que é ouvir discos inteiros e na ordem, acho que traz um feeling diferente do que ouvir a música isolada, por isso trabalhei bastante na ordem das faixas com o Fábio.

Nada impede que esse disco seja lançado fisicamente daqui uns anos, tudo vai depender dos recursos e interesse do público. Também gostaria de fazer camisetas, provavelmente será algo através de crowdfunding quando rolar, e quero que a arte seja legal por si só, sem precisar remeter a banda necessariamente.


10 - Obrigado pela entrevista e atenção, gostaria de deixar algum recado final?
Muito obrigado pelo espaço, pela resenha e mais ainda pelo interesse no meu material. Eu mal tenho dinheiro para pagar minhas contas, gravo com uma interface de áudio, um microfone e meus instrumentos na sala de casa mesmo. E ralo muito para evoluir a qualidade do meu material.

Compor para mim é como respirar, faz parte de mim, mas sem ter ninguém para ouvir seria como falar sozinho, e qualquer um fica meio louco quando fala sozinho por muito tempo.

Para quem tiver o interesse pode ouvir minhas composições além do “The Anger”, nos discos que fiz com o “Genocídio” em 2013 e 2017, com a banda “A Caverna”, onde fazemos um rock/metal em português, e com outra banda de Death Metal que divulgarei futuramente. Muito obrigado mesmo.





Agradecimento especial aos parceiros da Wargods Press pela oportunidade.

Assessoria de Imprensa: www.wargodspress.com.br

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