Conhecer novos projetos sempre foi uma coisa boa para mim, ainda mais quando pude recomendar para amigos durante a adolescência e ver o quanto isso agregava em nossos papos e playlists durante aquela época dos famosos aparelhos de MP3 e MP4 (alguém lembra disso?).
E agora com a Rock Vibrations em voga, posso explanar isso para muitos leitores, amigos e seguidores, o que torna muito mais abrangente e dinâmico, pois seja você um leitor do Brasil ou de qualquer parte do mundo, tem contato direto com os mais diversos projetos e músicos.
Abaixo, confira um bate papo bem legal com uma das bandas que conheci recentemente e que me deixou muito satisfeito desde a primeira audição, o As The Palaces Burn.
1. Como tem sido essa época de pandemia?A banda sofreu com muitas adaptações para que pudessem construir o momento atual? Aliás, espero que todos estejam bem.
AS: Acho que a frase "faça do limão uma limonada" resume bem a forma como encaramos essa pandemia, tendo em vista a sua extensão e gravidade, pois conseguimos trabalhar nas pré-produções das músicas e logo em seguida gravar o EP.
Não sofremos com adaptações já que seguimos trabalhando da mesma forma que no primeiro álbum, End'evour, porém sentimos muita falta de tocar ao vivo.
É torcer para que possamos voltar aos palcos em breve e que tudo se normalize.
2.”All the Evil” é o mais recente lançamento da banda e possui muita qualidade, aliás, é uma ótima maneira de conhecerem o trabalho de vocês.
Como foi poder construir esse EP em meio ao caos que anda assolando o mundo nos últimos meses? Muitas bandas criaram material nessa época e tem sido um resultado bom para a maioria.
DB: As músicas desse EP já tinham sido escritas antes da pandemia, o que ocorre é que começamos a trabalhar na pré-produção delas coincidentemente quando o mundo entrou nessa loucura toda. As letras também coincidem com esse momento, algo que nos surpreendeu.
Parece que estamos prevendo isso tudo (risos).
3. Vocês são relativamente novos com a banda no cenário, porém, já se envolveram com outros projetos anteriormente? Fale-nos um pouco sobre esse início da parceria.
GN: 3/4 da banda são de Criciúma/SC, que é uma cidade relativamente pequena. Todos já tocamos juntos ou dividimos palco em algum momento ao longo da trajetória musical. Já nessa época, algo que se destacava em cada um era a qualidade técnica e o comprometimento com os trabalhos musicais por onde passou.
Mesmo o André (baixista), que veio do Rio de Janeiro há quase uma década aqui para a região, logo se destacou em bandas locais. Isso foi preponderante pra que o Diego (guitarra/voz) convidasse cada um para o projeto da "Palaces".
Essas qualidades foram a liga que nos manteve e ainda nos mantém unidos trabalhando. Além da amizade que se seguiu junto disso, evidentemente.
4. “End’evour” foi à porta de entrada do grupo na cena metal e trabalho esse que foi reconhecido, trazendo á tona a criatividade e personalidade da ATPB, sendo um ótimo registro para aquele momento.
O que podem dizer sobre este álbum após o seu lançamento?Tiveram o retorno que almejavam?A mídia e o público foram de acordo com as suas expectativas?
AG: O início da nossa história com o álbum End´evour foi muito satisfatório, primeiro pelo fato de estarmos novamente na cena musical pesada, com um material que foi elaborado totalmente pelo grupo, desde a produção até a sua divulgação. Esse trabalho nos colocou em destaque em muitas mídias, com citações, entrevistas, resenhas e a resposta muito positiva por parte do público.
Com isso, se deu o combustível para ir em frente produzindo o EP e almejando conquistar mais espaço.
Sabíamos da qualidade do material e apostamos tudo.
5. Em termos visuais, hoje é muito importante possuir um tipo de estratégia, seja para artes e principalmente os registros em vídeo. Como planejaram o material e a sua forma de divulgação? Aliás, as artes lançadas em seus registros são excelentes.
GN: Uma virtude dentro da banda é que reconhecemos os talentos individuais além da questão musical. Logo cedo, foi me dada total liberdade de criação de campanhas com artes, edição de vídeos, etc., considerando minha facilidade e gosto pelo assunto. O Diego, nosso elo criativo, nos dá o direcionamento musical e contribuímos com nossa visão.
O que não conseguimos alcançar nós mesmos, procuramos os melhores profissionais que possam nos atender.
Já trabalharam conosco nomes como Jean Michel, Orland Junior, Rudge Campos e Junior Carelli, Natanael Knabben, Marcelo Vasco, Adair Daufembach, todos excelentes nas suas áreas.
AG: A assessoria e divulgação são realizadas pela própria banda, eu fiquei responsável pela assessoria, elaboração de material para os sites e captação de apoio e patrocínios.
Mesmo com esse panorama da pandemia, estamos todos mais conectados através das plataformas de redes sociais e sites especializados. A divulgação dos materiais das bandas hoje em dia são mais acessíveis e visualizadas.
Então é a hora de produzir, apostar e apoiar as mídias que promovem a música autoral.
6. Ainda sobre o apelo visual, vocês fizeram uma série no canal do Youtube, mostrando o processo de produção do EP, fato muito bacana, pois mostra o lado de uma banda que está buscando evolução e demonstrando sua proposta. Como foi poder produzir o ATPB “Dias de produção”, e o quanto isso ajuda o grupo a manter um contato direto com os seus seguidores?
GN: Pensamos em utilizar aquele conceito muito bem explorado pelo Metallica no documentário "A Year And a Half" na produção do "Black Album" lá nos anos 90, mas de uma forma atualizada para os dias de hoje: de forma objetiva, sem tentar ser o que não somos, sem enrolação.
Acho que conseguimos um resultado bem satisfatório com esse material, que provavelmente se tornará mais interessante ao longo dos anos, como paralelo aos trabalhos futuros.
7. O que vocês têm ouvido ultimamente? Sem dúvidas a música tem chamado muita atenção nos últimos meses, servindo de alento e conforto... Quais foram as influências que serviram de inspiração para vocês durante o EP?
GN: Quando demos início a produção, a primeira palavra era "peso". Vamos seguir além do que fomos em "End'evour", e missão dada, missão cumprida. O Diego nos passou sua ideia inicial, basicamente com o esqueleto estrutural das músicas, linhas de guitarra base, letra e um esboço melódico.
Acredito que a miscelânea sonora dentro de uma mesma música vem da liberdade que temos em imprimir nossas influências pessoais. Mesmo num tempo onde é difícil se criar algo inédito, quando se reúne músicos com background e influências variadas, o que se tem como resultado é algo realmente novo.
DB: Sempre fui atento aos novos lançamentos de bandas "grandes" dentro do metal e também de novas, com a facilidade das mídias digitais fica ainda mais simples ter acesso a qualquer material.
As influências se mantém dentro daquilo que apresentamos em nosso disco de estreia, o que ocorre agora e que conseguimos lapidar ainda mais nossa música, encontramos a "fórmula" do nosso som.
8. Para finalizarmos, quais os planos da banda para os próximos meses? Podemos esperar muitas novidades?
AS: seguimos divulgando o nosso mais recente lançamento, o EP All The Evil, que foi muito bem aceito pela mídia especializada além de participamos de alguns eventos on-line, que infelizmente é o que é possível se fazer em tempos de pandemia, e torcendo claro para que possamos voltar a tocar ao vivo o mais breve.
Sim, novidades virão em breve, pois estamos com planos adiantados para gravação de um clipe.
É o que posso dizer até o momento (risos).
9. Obrigado pela oportunidade e atenção. Deixem registrado o recado final. O espaço é de vocês.
AS: nós é que agradecemos a oportunidade da entrevista e acredito que o sentimento é mútuo entre as bandas de que, passe logo esses tempos de pandemia para que possamos voltar aos palcos, porque uma das melhores coisas para uma banda com certeza é estar lá.
O recado vai para todos que nos acompanharam até aqui e os que estão nos conhecendo agora: estamos muito focados na divulgação do nosso trabalho mais recente, ALL THE EVIL, e que material novo virá em breve.
Fiquem ligados. Obrigado.
Confira o review de "All the Evil" aqui
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