Um fato curioso sobre o ADTR é que somente hoje fazendo este review pude perceber que essa é apenas a terceira matéria que faço deles, algo até curioso para mim pois sempre gostei da banda e de seus discos, aliás, durante uma época da minha vida fui bastante influenciado por suas melodias cativantes, ali por 2013 especificamente.
Mas essa ausência de conteúdo da banda na Rock Vibrations tem um motivo fácil de explicar: um hiato (por assim dizer) de 5 anos entre o seu último registro em estúdio e o até então mais novo álbum, o recém lançado "You're Welcome".
Essa é a primeira vez que a banda demora tanto tempo entre um lançamento de disco ("Bad Vibrations" é de 2016), e se formos mais afundo vamos perceber que eles tiravam em torno de 2 á 3 anos para isso (a não ser no início da carreira que a cada ano saía um novo registro).
O que dizer sobre seu mais novo álbum? bem, de fato problemas ocorreram em suas últimas jornadas, troca de gravadora (agora firmados na Fueled By Ramen), contratos revisados, muito ingrediente foi inserido em sua história e claro, isso tudo afeta de certa forma (inclusive, muitos disseram que o título do seu agora penúltimo trabalho citado acima foi um prenúncio do que estavam passando).
"You're Welcome" já havia sido cogitado para 2019 (quando ainda nem tinha um título formalizado), o público pôde conhecer alguns singles como "Resentment", Mindreader", "Degenerates" (que rendeu a vibe dos comentários para o novo álbum quando lançada no fim de 2018), "Brick Wall" (que ainda divide opiniões mas também traz novos fãs e ares para a banda), além da acessível "Everything We Need" que fecha o novo álbum.
Se você analisar algumas faixas como "Bloodsucker" e a já citada "Mindreader" vai indentificar uma veia extremamente radiofônica, mas claro, alguns momentos mais pesados ainda são mantidos (dentro da nova proposta) como em "Last Chance to Dance (Bad Friend)" que exalta bons riffs em meio a um refrão cativante/acessível, além da já também citada "Resentment" (sendo densa em pílulas), mas que por vezes culmina em nuances pop (o que pode desapontar os fãs mais sedentos por dinâmicas anteriores) porém, como citei anteriormente, a proposta não é apenas soar pesado.
A produção de fato não decepciona, é preciso entender que estão buscando uma nova direção, propostas diferentes que mostram o quanto visam ser atuais, seja um fã do Pop ou do Rock, certamente ele irá consumir a sua música agora, um exemplo notório está em "F.Y.M.", mais do que indicada para rádios (e convenhamos, uma faixa que certamente não entraria em seu setlist em álbuns anteriores), assim como "Looks Like Hell", com ambientações agradáveis e refrão Pop/Rock/Alt.
Talvez as que mais devam se parecer com seus últimos trabalhos sejam "Permanent" e "Re-Entry", o que de fato não seria uma surpresa aqui.
Acredito que muitos novos fãs serão formados com este trabalho, e claro, alguns mais antigos também irão entender a proposta, mas caso você seja apenas o seguidor de bases pesadas vistas em seu início, este não seria o exemplo ideal para você curtir, pois se em "Bad Vibrations" vimos um clima sombrio, "Common Courtesy" (2013) uma transição que não agradou muito, ou o auge da consolidação em "Homesick" (2009), aqui temos um novo âmbito, talvez o auge de sua mudança (novamente) e possível um "ditador de regras" para seu futuro na música.
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