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terça-feira, 18 de abril de 2023

Metallica: 72 Seasons - Review

Quando "Hardwired...To Self-Destruct" foi lançado em 2016 nós da Rock Vibrations tínhamos apenas 3 meses de existência, aliás, o review do mesmo foi feito ainda quando os posts eram disponibilizados apenas em nosso Facebook, alguns meses depois através do Tony Melo (um dos idealizadores da evolução natural de nossas idéias, principalmente na edição) sugeriu a construção deste Blog e como devem imaginar, tudo fluiu até aqui onde estamos neste momento.

Então de modo geral, há 7 anos o Metallica não lançava um novo álbum e nós iremos completar 7 anos de existência em muito breve, portanto achei prudente tudo isso ser marcado por algo único e que mostrasse nosso amor pelo o que fazemos e também exaltando nossas parcerias que abrem portas desde sempre, sendo isto uma forma de agradecimento por cada um que está assim como nós, fazendo o que gosta.

Qual foi a idéia?chamarmos algumas pessoas deste meio e fazermos um faixa-a-faixa com o máximo de dinamismo possível, sendo 7 pessoas envolvidas (entre 4 redatores e 2 músicos, além deste que vos fala, Vinny Almeida)... 
E não é que número 7 aparece novamente?será um tipo de mística?hahaha

Bem, os redatores escolhidos foram Johnny Z., Vitor Franceschini, Bruno Costa e Emerson Silva, enquanto que os músicos são o baterista/vocalista Edson Graseffi e o professor de guitarra/guitarrista Mauricio Filho.

Abaixo você pode conferir nossas opiniões e lembrando que cada um dos envolvidos tem responsabilidade sobre cada palavra dita, isto é, deixamos que ambos ficassem livres para opinarem de modo pessoal, sem nossa supervisão ou interferência em algum tópico.


72 Seasons (por Edson Graseffi):
Ahhhhh, Diamond Head! É nisso que se resume essa faixa, alguma coisa de Thin Lizzy no vocal, ou seja, Metal Old School! E isso é sensacional! O velho e bom Metallica rápido em boa forma. E tome palhetada pra baixo, temas com Cry Baby, e um refrão pesado. Em 4:55 entra a rifferama totalmente inspirada nos dias do Kirk no Exodus. Excelente!!! Uma faixa que acaba e você quer ouvir de novo!


Shadows Follow (por Emerson Silva):
Primeiramente agradecer ao meu amigo Vinny, pela oportunidade para compartilhar minhas impressões sobre 2 músicas do novo álbum do Metallica, "72 Seasons".

Shadows Follow é uma música onde o seu riff principal se repete inúmeras vezes na música e no todo é uma canção de riffs e melodias mais simples, mas de muito bom gosto. 

Às vezes, quando escuto os álbuns do Metallica mais atuais me falta um pouco da criatividade nos riffs que eles tinham nos primeiros 5 álbuns, talvez a pressão que eles não tem hoje em dia em cima deles faz com que simplesmente eles façam as músicas de uma forma diferente, já que hoje em dia eles não precisam provar nada pra ninguém, afinal eles são o METALLICA! 

A linha de bateria segue bem reta na música toda. Pra mim, a melhor parte é o solo do Kirk Hammet, que traz um gás diferente na música. Pra quem gosta das fases mais atuais do Metallica, dos últimos 2 discos, certamente vai gostar.


Screaming Suicide (por Vitor Franceschini):
Quase sete anos depois do bom “Hardwired... to Self-Destruct” (2016), o Metallica chega ao seu décimo primeiro disco de estúdio e mais uma vez comete a façanha de se reinventar, sem perder sua essência. 

Se no seu antecessor a banda mostrava claras influências de Black Sabbath e seu rock clássico, a homenagem não intencional em “72 Seasons” é visivelmente à New Wave Of British Heavy Metal (NWOBHM), movimento que influenciou demais a banda. 

Mas, o novo disco é nitidamente um trabalho que teve sua figura central em James Hetfield. O vocalista e guitarrista compôs todas as faixas (revezando as parcerias com os outros integrantes), e o reflexo disso fica nos riffs espetaculares do álbum, assim como uma das melhores performances vocais do artista. Vide uma de suas principais faixas, a já hit “Screaming Suicide”. 

Uma das faixas divulgadas previamente, a música é uma fábrica de riffs e mostra o Metallica reinventando o Thrash Metal, o trazendo para os tempos atuais. Sem dúvidas, além dos ‘drives’ de James, a música conta com o melhor ‘pré-chorus’ do trabalho e a letra mais emotiva. 

Muitos sabem que Hetfield tem passado poucas e boas com sua saúde mental, e em “Screaming Suicide”, resumidamente, ele busca quebrar o tabu que existe em torno da palavra e ato ‘suicídio’, mostrando que além de uma composição fenomenal, a faixa é útil pra sociedade.


Sleepwalk My Life Away (por Edson Graseffi):
De cara já posso afirmar que essa música estaria facilmente no Black Álbum, nesta faixa é o Metallica soando como na época daquele álbum. Inclusive o famoso "beat" de quase todas as músicas do Black Álbum também está presente aqui.

Kirk apesar de todas as polêmicas dos últimos dias sobre seus solos, contínua eficiente e com um puta bom gosto pra solar, sou fã dele. Mas o que me estranha nessa faixa é o baixo do Trujilo com o timbre do Infectious Groove. Se eles quiseram dar uma assinatura mantendo o som de baixo tão característico dele, infelizmente isso não combina com o som do Metallica. 

Por outro lado temos o Lars usando o famoso Kit Tama branco, o que traz o peso necessário para o disco.


You Must Burn! (por Mauricio Filho):
Abre com um belo riff, em andamento cadenciado que após algumas repetições, entra em uma vibe a lá Sab But True. James segue cantando sobre sobre o riff que vai progredindo, aumentando a quantidade de tempos até chegar ao refrão. Gostei da abordagem da linha melódica e interpretação do refrão, algo diferente do que o James costuma cantar. 

A música segue então sem muito alarde, basicamente com acentuações e frases de batera na caixa, para dar uma dinâmica diferente, preparando a repetição do verso e refrão. Temos então um curto trecho mais quebrado, que aos 3:40 nos presenteia com um ótimo riff que certamente bebeu na fonte do Black Sabbath, impactante e pesado, com uma linha vocal sinistra quase sussurrada por cima. 

Antecedendo o solo temos uma variação muito legal do riff fraseando com o baixo, dando uma cara novamente Sabbath a música. O trecho do solo é dividido em três partes, sendo que a segunda muda a tonalidade, voltando depois para a terceira parte no mesmo tom da primeira. 
O solo termina seguindo com o riff melódico feito com wah wah, que é depois oitavado, bem no estilo de Load e Reload. A música então segue direto para o refrão, repetindo o riff com wah novamente para finalizar. 

Uma das minhas favoritas do disco. 


Lux Æterna (por Mauricio Filho):
Foi o primeiro single do novo disco do Metallica, "72 Seasons”. Toda vez que uma banda do porte do Metallica lança algo novo, os fãs vão a loucura, com a expectativa lá em cima, inevitavelmente logos após os primeiros segundos de audição, nossa mente começa a nos pregar peças, comparando automaticamente o novo material aos clássicos absolutos lançados pelo Metallica. Porém aprendi que devemos entender o momento da banda e acima de tudo do mercado musical atual. 

De cara o riff inicial me lembrou de forma tímida o clássico “Hit the Lights”. Seguindo então para a entrada do verso, a música vai pra uma “vibe” divertida, a linha vocal construída sobre o riff de guitarra é bem interessante, flui muito bem, a base traz uma progressão simples, mas eficiente, priorizando o destaque da voz. O trecho final do riff, serve de preparação para o refrão, que apesar de curtinho, tem uma linha melódica grudenta e com uma bela interpretação vocal por parte do James. 

Sem muitas firulas, o main riff é repetido após o refrão, com a inclusão de um pequeno lick de guitarra solo, para dar aquela “chamada” para a volta do segundo verso. Seguimos então para o segundo verso e o segundo refrão, que finaliza com marcações quebradas feitas por toda a banda, servindo de ponte pro solo. 

O solo basicamente traz os clássicos licks usados por Hammett ao longo de sua carreira, é praticamente um resumo de tudo que ele fez nos últimos anos. O solo abre com frases palhetadas sobre a penta, o que remete a trechos dos solos de The Four Horsemen ou Metal Militia. 

Seguindo para frases em double stops, cordas soltas, alavancas, sequências de bends rápidos e finalizando em uma frase cromática, algo muito usado pelo Kirk em outras músicas também, como Seek and Destroy. Após o solo, temos um riff que serve de ponte para a repetição do riff principal, terceiro verso e refrão final.

Com um pouco mais de 3 minutos, Lux AEterna é uma ótima faixa, mas precisa de algumas audições para cair no gosto dos fãs mais conservadores.


Crown of Barbed Wire (por Bruno Costa): 
Na faixa, a banda parece ter encontrado um bom equilíbrio entre o instrumental mais pesado e denso dos seus primórdios, com um vocal mais melodioso e refrões “grudentos” da fase pós Black Album. 

A música para mim foi uma grata surpresa, há anos que as músicas novas do Metallica não me impactavam positivamente, eu sentia que era mais do mesmo. 
Crown of Barbed Wire me trouxe algo novo, daquelas músicas que ficam na mente, com seu riff bem “arrastado” e cadenciado, cheio de peso mas melodia vocal de fácil aceitação.


Chasing Light (por Johnny Z.):
É um peso só! E acredite, seu início me lembrou bastante o andamento e o peso do riff de “Pumping Blood”, do pavoroso “Lulu” e, de novo, algo de “Murder One”. “Ué, você disse pavoroso?”. “Você está citando o “Lulu”? Sim, o “Lulu” é nojento, mas ESSA faixa, e o meio da “The View”, tem o peso da guitarra de James daqueles que gostamos, e, em “Chasing Light”, temos isso de sobra! Escute e vai concordar comigo! 

Seu andamento muda da água para o vinho e descamba em uma levada mais rápida no melhor estilo “Moth Into Flame”. Excelente, uma das que mais gostei! 


If Darkness Had a Son (por Johnny Z.):
É Metallica anos 2000 purinho (pós-fiasco St. Anger). 
Com andamento médio, peso, rifferama, vocais de James que às vezes sangram (principalmente nos “… Temptation!!”, aquilo arrepia!). O trabalho das guitarras aqui realmente me encantaram, a melodia, as linhas vocais bem estruturadas, letra, tudo. Essa é uma espécie de “Broken, Beat & Scarred” (de “Death Magnetic”), ou seja, aquela que você escuta com sorriso (e gana) de orelha a orelha. Sim, para mim é a melhor do álbum junto com “Chasing Light”. 

A guitarra base – em certos momentos – traz, sim, muitos resquícios e lembranças mais clássicas de um “And Justice For All”. Duvida? Coloque no 5m 54s em diante e me diga que estou enganado! 


Too Far Gone? (por Vinny Almeida/Rock Vibrations):
E não é que eles quiseram realmente revisitar certos momentos da carreira, principalmente o passado glorioso?
aqui vemos exatamente isso e com boas pitadas do atual momento de uma produção impecável, eficiente, trazendo não só os riffs cativantes e cavalares de James Hetfield mas também um refrão acessível/empolgante em meio as linhas de bateria do sempre contestado Lars Ulrich.

Sendo uma das últimas a ganhar videoclipe em uma promo muito bem-vinda assim como foi em seu álbum antecessor com todas as faixas divulgadas no YouTube, novamente demonstrar toda a gana de antes por caras que passaram dos 60 anos de idade e que ainda podem mostrar muito ao cenario Thrash que ajudaram a popularizar em outrora é realmente de aplaudir de pé.

Quando ouvi pela primeira vez essa faixa, logo peguei a guitarra e tentei incessantemente procurar seus riffs e progressões, melodias... tem sido bem legal aprendê-la, inclusive, e sim senhor Hetfield, você não engana ninguém tentando resgatar pitadas de "No Remorse" hahaha


Room of Mirrors (por Vitor Franceschini):
Praticamente todas as canções de “72 Seasons” viraram música de trabalho e “Room Of Mirrors” não foi diferente. Há poucos dias, seu videoclipe foi lançado, mostrando o poderio deste tracklist. 

A música, que fala de crise de identidade, parece uma composição simples de início, mesmo apresentando mais um riff sensacional do álbum.  O fato é que ela cresce dentro de si mesma, ganhando força e nos apresentando um ‘gran finale’ magistral. 

Supostamente uma das composições mais simples do disco, tem a melodia dos solos mais bacanas de “72 Seasons”, com direito a partes de guitarras gêmeas, muito comuns na já mencionada cena da NWOBHM. 

O Metallica está mais vivo do que nunca! 


Inamorata (por Emerson Silva):
Uma música que começa super pesada, já lembrando algo de Black Sabbath. O Metallica colocando elementos do Doom Metal na sua música e que ficou bem interessante.

A parte no meio com o solo de baixo e o solo que vem depois são excelentes e mantém a música super interessante. É ótimo ver o Metallica arriscando em uma música super longa que fecha o trabalho. 

Eu particularmente que gosto de Doom Metal e uma sonoridade mais lenta e pesada, gostaria de vê-los fazendo algo mais nesta linha, acho que a voz do James Hetfield super combina para uma sonoridade mais pesada e arrastada. O final onde a bateria cresce junto com os pratos e o solo do Kirk Hammet conduz muito bem para o final da música.

Confesso que me surpreendi super positivamente com essa música e certamente voltarei a ouvir mais vezes, o que provavelmente não deva passar muito com Shadows Follow. Não que Shadows Follow seja ruim, longe disso, mas sabendo o que esses caras são capazes de fazer, ela soa muito mais do mesmo. Já Inamorata é um Metallica se renovando de uma forma muito mais interessante...
Pelo menos no meu gosto!



Deixo aqui a minha gratidão por terem aceito o nosso convite para essa experiência, espero que em breve possamos novamente fazer algo assim e claro, abaixo você pode conferir o contato de cada um dos envolvidos:

Johnny Z. (Instagram do Metal na Lata)
Vitor Franceschini (Instagram da VH Press)
Emerson Silva (Instagram da EM Music Management e de suas bandas, Les Memoires Fall e Paranoid Existence)
Bruno Costa (Instagram da Nova Era do Rock e do seu Curso Musical)
Mauricio Filho (Instagram e YouTube)
Edson Graseffi (Instagram pessoal e de sua banda, o Cosmic Rover)


Pode parecer simples mas, você leitor é nosso maior incentivador para isto, então, siga o trabalho de cada um dos citados acima, além de outros que assim como nós têm a paixão pelo mesmo produto: a música!


O álbum está em pré-venda e será distribuído no Brasil através da Universal Music com previsão de estoque para junho (mas sim, é possível adquirir sua versão importada, porém, com taxas e frete ultrapassa facilmente a casa dos 300 reais, ou mesmo beirando 700 reais em sites famosos de e-commerce, basta fazer sua pesquisa para crer).


Mas e você?gostou das opiniões aqui expressas?

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