A cada vez que tenho contato com bandas que produzem materiais incríveis e consistentes tenho a impressão de que estou perdido com tanta novidade ou talvez com falta de atenção para algumas coisas hahaha não que eu não ouça muita coisa, é totalmente o contrário, mas as vezes você se pega pensando: porque não conheci isso aqui antes?!
O fato é que conhecer bandas relevantes no nosso cenário nacional nos mantém com o orgulho lá no alto pois tem sido muito prazeroso ver nomes surgindo e mantendo a qualidade acima da média em voga, como é o caso da que iremos abordar logo abaixo, a Rhegia.
Seu mais recente álbum intitulado "The Battle of Deliverance" está entre os melhores momentos de 2023, possuindo feeling de sobra em suas 13 faixas, a banda demonstra uma qualidade superior a todo instante, seja pela produção eficiente entregando detalhes que fazem a diferença ou na execução primorosa apoiada por vocais inspirados e técnicos (acho muito bacana essa abordagem mais agressiva sem soar forçada).
Algumas faixas como a contagiante "Beyond the Last Bend of the River", a ótima "Guardians of Pain", a enérgica "The Boiúna Is Back" (preste atenção nas guitarras e a excelente interpretação vocal) e a minha predileta, "Cocares", merecem a sua atenção de imediato.
"Morada das Almas" (tendo participação de Guilherme De Siervi) com sua vibe melódica (e novamente, preste atenção nas guitarras) e I'm the Universe" recheada de participações conhecidas e interessantes de "May Puertas, Angel Sberse, Hanna Paulino e Yaka Hunikuin são outros destaques bem legais.
Como estamos falando de um álbum incrível, preciso acrescentar que a audição é indicada por completo, e se você ainda não teve a chance de ouvir algo impactante até agora, está perdendo tempo em deixar isto aqui passar!
Gravado no Shokran Studios (Caxias do Sul, Rio Grande do Sul) e produzido por Tiago Della Vega (e direção vocal de Guilherme De Siervi), o álbum é digno de aplausos por suas várias facetas, seus conceitos ligados a Amazônia e as culturas em volta deste tema só abrilhantam ainda mais o trabalho, tendo em "Anjos e Arcanos" (com participação de Pedro Henrique Miranda) o fechamento e uma bela homenagem póstuma ao artista paraense Ricardo Smith.
A linda arte de Felipe Machado (e encarte por Rômulo Dias) deram um charme muito peculiar e único ao álbum, sendo uma obra completa musicalmente e visualmente falando.
No geral, um álbum muito consistente, peso e dinâmicas na medida certa, os vocais precisos e lineares dão um ar único e interessante a todo instante, sendo ao meu ver uma mescla perfeita entre melodias cativantes em um som por vezes denso/melodico... um dos melhores do ano, fácil!
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