NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA

sábado, 13 de outubro de 2018

Discografia Comentada #2 : Douglas Martins (Deep Memories) - Rebuilding the Future


Para quem não acompanhou a primeira entrevista neste conceito, basicamente, faço perguntas sobre o recente lançamento da mesma, e, entramos nos detalhes que fazem o registro ser único.

Abaixo, vocês irão conferir o ótimo papo que tive com meu brother Douglas Martins (líder do Deep Memories) e que já nos cedeu uma ótima entrevista falando sobre carreira, curiosidades e muito mais...

"Rebuilding the Future" está sendo um álbum muito elogiado (em breve, também faremos um review), por isso, não poderia perder a oportunidade de conhecer em detalhes o que faz dele tão bom...


Com vocês, os detalhes e curiosidades :


1 - Primeiramente, falemos sobre a produção... como foi poder ter total controle, ainda mais tendo em vista que você é também o compositor das canções lançadas?
R: Foi algo surreal.
As músicas foram criando forma e muitas me surpreenderam positivamente no final do processo. 
Sempre compus através dos riffs de guitarra.
Neste processo com o Deep Memories conforme ia compondo e já gravando os instrumentos, novas ideias iam surgindo.

A tecnologia auxilia muito, mas muito mesmo.
Temos infinitas fontes de conhecimento com a internet, pesquisei muito, ouvi muitos materiais de referência de bandas que acompanho há anos, e quando interliguei esta pesquisa as composições que tinha, cara, abriu muito minha mente.

Mas ao mesmo tempo é sofrido porque você acaba não enxergando o fim nunca (muitos risos), sempre acha que pode melhorar um timbre, adicionar um elemento, dar mais ambiência, melhorar a masterização.
Porém achei menos sofrido do que realizar uma produção em grupo.

Quando se está em uma banda nem sempre as idéias de todos convergem para uma única opinião.
Mesmo não concordando plenamente com as idéias daquele trecho, levada ou timbre acaba aceitando pelo respeito, amizade e objetivo comum da banda.

Neste sentido produzir sozinho suas próprias composições é mais “prazeroso”, você imprime o que acha melhor sem precisar “convencer” alguém.
Então é menos desgastante porém o risco é maior, aí o tempo de finalização também se dilata...


2 - A faixa de abertura, "When the Time for My Last Breath Comes" (que teve um ótimo vídeo lançado), mostra bem o clima denso que permeia no álbum... Ela foi escolhida de imediato para ser o "carro-chefe"?
R: Não, foi uma decisão difícil, pedi ajuda neste caso. 
Minha esposa e meu filho foram os primeiros ouvintes e “julgadores” das versões de mixagem, sequência de músicas e masterização.

Eles me ajudaram com algumas decisões, eu tinha mais uma música para me decidir qual seria o “carro-chefe” que é a “Explicit Way to Relieve Pain”.

As duas músicas são complexas, com muitas partes diferentes e que tem significados diferentes para mim.
A “When the Time for My Last Breath Comes” é mais direta, com maior facilidade de entendimento, mesmo viajando por diferentes climas.

Já a “Explicit Way to Relieve Pain” é mais soturna e progressiva, mas tem um clima incrível que eu gosto muito, mas entendi que em apenas uma audição ela não conseguiria passar toda a idéia musical do Deep Memories, por isso ficou mais para o final do álbum, onde a audiência já entendeu a proposta do projeto.


3 - Quais os conceitos que você quis colocar nestas canções?seguiu uma dinâmica comum entre as faixas?
R: Musicalmente falando, deixei fluir naturalmente, ouvindo você perceberá que muitas influências diferentes surgem ao desenrolar das canções.

O conceito era uma liberdade de composição, deixar emergir tudo que achava relevante para aquele clima.

Não houve uma dinâmica declarada, mas naturalmente acaba consolidando um estilo.
Algo que eu tinha muito claro era a inclusão de teclados, que sempre gostei muito.

Inicialmente eu queria que as músicas fossem instrumentais, porém falando com os amigos todos me pediram para eu gravar vocais.
Aí veio outro conceito, a inclusão de vocais limpos além dos guturais e rasgados.

Na verdade teve menos vocais limpos do que eu gostaria pois curto muito vocais limpos em música extrema, mas percebi que para aquelas músicas ficou na dosagem certa. Com certeza vou usar estes dois elementos novamente.

A inclusão de guitarras limpas também foi outro ponto que não poderia ficar de fora e com certeza vou explorar ainda mais no próximo álbum.


4 - Já que abordamos as faixas na pergunta acima... qual a sua preferida e porque?
R: Nossa, que pergunta difícil. Eu gosto muito de todas, mas uma que me remete a um momento especial é a "Explicit Way to Relieve Pain".

O riff principal desta música vem de muitos anos atrás, deve ser lá de 1999/2000 que foi feito no violão, com uma pegada mais melancólica... Esse riff lento, obscuro e arrastado me lembra de momentos difíceis que passei, anos negros em minha vida... mas que foram superados e se perceber isto fica claro na música, que fica bem forte e agressiva no final expurgando todas lembranças dolorosas.

Outra que gosto muito também é a "Looking at the Black Mirror", uma viagem, cara, aquelas guitarras limpas com a narração do final ficou muito bom, quando ouço me leva a uma reflexão imediata.

Mas todas elas são especiais, gosto muito deste álbum, tenho muito orgulho de o ter feito.

Arte da versão Brasileira do Álbum

5 - "Rebuilding the Future" é um debut que impõe respeito... Em um papo informal que tivemos, você me disse ser perfeccionista e detalhista com suas canções... Podemos então dizer que este é o motivo para o álbum soar tão bem?
R: Acredito que sim, eu mixei algumas vezes as músicas e ia aprendendo cada vez mais a atingir o que soava dentro da minha cabeça.

Entendo que isso é uma vantagem, estar no controle técnico do seu trabalho facilita materializar o que idealiza para as músicas.
Quando se tem um produtor ele vem com muitas idéias fantásticas, mas às vezes pode te ouvir pouco ou ignorar o que para você é relevante.

Quando você mesmo produz, suas idéias, mesmo as de menor importância, são inclusas na música e isso faz com que fique uma obra uníssona entre o que soa na sua cabeça e o que ouve pelos ouvidos.


6 - As artes que foram lançadas no álbum são diferentes para alguns lugares (como havíamos comentado em nossa primeira entrevista)... mas, como foram as escolhas e porque essa decisão?E, na parte de criações, sei que você esteve 100% em duas delas (versões brasileira e russa), mas e na versão japonesa, também buscou opinar, já que não foi o autor?
R: Eu havia adquirido uma capa da "CadiesArt" um bom tempo antes da conclusão do álbum (em janeiro 2018). Inicialmente seria a única capa para o álbum e é uma arte espetacular!

Porém, após a conclusão do álbum percebi que poderia ter uma capa mais relacionada com a sonoridade e a idéia central do álbum, e comecei a trabalhar no Photoshop... o resultado ficou muito acima do que esperava e decidi mudar a capa.
Porém eu já tinha enviado o álbum para muitas gravadoras ao redor do mundo visando um lançamento internacional com a arte da "CadiesArt".

Surgiu então as duas propostas da "GS Productions" da Rússia e a "Invasion of Solitude Records" do Japão.

Ao enviar a nova versão da capa para a "Invasion of Solitude Records", eles propuseram lançar com a capa da "CadiesArt" para ter um diferencial na versão japonesa, o que eu achei uma idéia incrível!

E assim seguimos.


7 - Em nossa primeira entrevista, você havia me dito que as canções foram para "um rumo que não é tão feito atualmente em nosso cenário nacional"... Acredita que este álbum possa "encorajar" o pessoal para fazer algo semelhante?
R: Se isto ocorrer vou ficar muito lisonjeado!

Mas para a música ser boa precisa apenas ser composta e executada com a alma, tendo o cuidado de ser gravada com qualidade.

Ser diferente do que tem rolado por aqui no Brasil é um ponto de me orgulhar bastante, mas nunca foquei nisso, foquei sempre em expor de maneira livre e direta minha maneira de tocar, compor e produzir.

Jamais tive isso em minha cabeça, mesmo porque essa não é a idéia de manter um projeto tão pessoal como o Deep Memories.


8 - Ainda falando sobre as versões do álbum... você preparou algo diferente do que está disponível aqui no Brasil ou todas as versões serão Digipack?
R: Todas versões serão em Jewel Case.

Mas pretendo lançar este álbum em vinil.

Para os próximos meses vamos ter novidades neste sentido!


9 - A repercussão que o álbum causou antes mesmo do lançamento foi muito positiva... esperava tudo isso?
R: Sinceramente não cara, nem de longe.
Tenho me surpreendido cada dia, com as mensagens, o interesse de muitas pessoas de todas as regiões do Brasil, muitas pessoas da Alemanha, Holanda, Reino Unido, Canadá, Finlândia, tem compartilhado o material do Deep Memories, grandes sites estão dando notas muito boas para o álbum.

O apoio de grandes selos e de toda a mídia brasileira me surpreende a cada dia.

Bandas que sempre fui fã me dando um feedback que, se eu pudesse colocaria em um quadro (muitos risos).
Tem sido muito positivo e fazem apenas 3 semanas do lançamento do álbum.

Estou muito feliz com tudo isso!


10 - Vamos imaginar que o próximo álbum surja daqui 3 anos, no máximo... você ainda se imagina fazendo tudo sozinho?
R: Sim, pretendo seguir desta maneira.
O que já posso adiantar é que não chegará a três anos e também que terá algumas participações especiais, pessoas que admiro muito aqui da cena brasileira.

Já tenho alguns novos riffs prontos e alguns que não registrei no primeiro álbum.

No início de 2019 já início o processo do novo álbum que no máximo sairá no meio de 2020!


11 - Finalizando... O espaço é seu!
R: Grande amigo Vinny, valeu mesmo pelo espaço concedido novamente e pelo grande apoio!

Aos Brothers que tem apoiado o Deep Memories o meu agradecimento sincero, obrigado pelo apoio!

Caso queira conhecer mais sobre este projeto, acesse o site oficial : www.deepmemories.com.br.

Horns Up!!


Arte que integra a versão importada do Álbum

Gostaria de agradecer novamente pelo tempo dedicado a responder tudo meu brother Douglas, e, que a Rock Vibrations sempre estará disponível para futuras divulgações do Deep Memories...

ROCK VIBRATIONS NO FACEBOOK!

VISITAS

MAIS LIDAS DA SEMANA!