Formado pelo exímio guitarrista Rafael Orsi (ex Genocídio) e tendo a participação do ótimo baterista Fábio Moyses (ChaosFear, MoyMondo e Pig Machine) o The Anger debuta no cenário Metal com um ótimo registro em 2020, "Throught the Love, Anger, Pain and Sorrow".
Transitando entre muitos elementos do Metal e do Hard moderno, conseguem impor melodias pesadas, solos bem construídos e dinâmica interessante com canções cadenciadas (além claro das mais versáteis).
Sua produção é boa e deixa evidente os ótimos timbres que os músicos envolvidos conseguiram criar, além claro das passagens melódicas em meio aos riffs pesados e dinâmicas que servem para muitas vertentes do Rock (como citei acima).
Com a ótima "Let the Anger Flow" iniciam muito bem o álbum, mostrando o que está por vir durante a sua audição completa, e claro, como todo bom início temos uma canção rápida, riffs e vocais mais densos, linhas de baixo bem evidenciadas e bateria dando uma dinâmica bem legal (e consistente).
Em seguida, a acessível "Black Eye", a cadenciada e não menos pesada "My Name Is Pain" e a melódica "Fell In Love (With a Whore)" com bom refrão, demonstram uma sequência que irá agradar aos mais variados fãs de Metal (seja os que gostem de algumas nuances modernas ou não, para exemplificar).
Os vocais ficaram muito bem com a proposta (aliás, dois outros nomes estiveram presentes aqui, Aivan Moura e Marcel Briani), fazendo com que você aproveite ao máximo a experiência e a versatilidade de ambos.
"Gone With the Wind" é pesada mas mantém requintes de "semi-balada" (uma das melhores, diga-se), já "Don't Fear the Snake" retoma a velocidade e riffs consistentes na melhor escola do Metal.
"Hate Me or Love Me" tem o melhor do Hard moderno (é claro que algo old school também se faz presente como uma certa veia Mötley Crüe, mas não se engane, os vocais evidenciam o Metal enérgico).
Uma coisa bem legal que podemos perceber aqui é que não se trata de álbum cansativo, alguns lançamentos naturalmente possuem um certo "cansaço auditivo" após 3 ou 4 faixas, porém, aqui o exemplo é o inverso pois a cada canção se tem a impressão de que a energia se mantém (ou até melhora em alguns aspectos e visões musicais, dependendo do seu gosto, obviamente).
"Visions" é um dos exemplos citados acima (assim como a faixa anterior) com ótima dinâmica e se mostrando acessível, enquanto "In My Dreams" novamente recria o clima de balada (tendo ótimo acompanhamento acústico em meio ao piano e violino, além de algumas melodias de guitarra que os mais atentos irão notar).
"Inner Demon", "B.D.S.M." (com ótimos riffs) e "Rock 'N' Roll Will Never Die" (aquela destreza "guitarrística" necessária em meio à velocidade imposta) fecham de forma excelente o registro
No geral, um álbum consistente que se mantém bem após algumas tantas faixas (como já citado), tem elementos bem legais encontrados em meio ao Metal moderno, o Hard, o Heavy (portanto, você só vai ignorar se tiver mente fechada para bandas novas), se faz muito atual com sua produção que salienta a qualidade imposta pelos envolvidos e, nos dá um gostinho de quero mais (isto é, de continuidade para um próximo álbum em alguns anos).
Aumente o volume e curta bastante!
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