Durante entrevista ao podcast "Let There Be Talk" (e transcrita pelo "Ultimate Guitar"), o guitarrista Kirk Hammett comentou sobre alguns detalhes das gravações de "...And Justice For All", um dos álbuns mais complexos da carreira da banda (e também polêmico pelos motivos que todos estamos cansados de saber, não é mesmo?)
Kirk comenta :
"Queríamos soar o mais estranho possível. Na época, muita música que ficava popular mostrava técnica musical. Foi o auge dos álbuns de guitarra, como os de Joe Satriani. Muitas bandas de hair metal, comerciais, todas tinham guitarristas incríveis, porém, canções que eram uma merda. Era o pensamento: 'vamos mostrar o quanto de nossa musicalidade está aqui'".
Segundo ele, por conta da sua influência em ter aprendido técnicas com Satriani e o envolvimento de Lars com as aulas, era preciso que a banda mostrasse um álbum que soasse no nível dos demais (ou superior) que estavam sendo divulgados á época, era como um desafio a ser cumprido em mostrar o quanto poderiam ser técnicos.
Ele conclui :
"Fiquei feliz com isso, pois venho de um lugar onde isso estava centrado. O álbum de Joe Satriani ('Surfing With The Alien', 1987) era a maior coisa do mundo na época".
"Em certo ponto, Lars pegou aulas com o baterista de Joe Satriani (Jeff Campitelli), então, ele conseguiu uma perspectiva e uma abordagem diferentes na bateria. Queríamos implementar isso na sonoridade e foi assim que nasceu '...And Justice For All'".
Como sabemos, o álbum foi bem recebido pela crítica (tendo vendido mais de 8 milhões de cópias só nos EUA), além de abordar uma nova musicalidade á banda, ainda mais pela ausência de Cliff Burton (vítima do acidente com o Tour Bus em 1986), sendo substituído pelo garoto Jason Newsted que até então era o "faz tudo" no "Flotsam and Jetsam" (além de fã incondicional do Metallica).
Elementos progressivos foram inseridos, alguns tons de hard rock, e muitas "dobras", rendendo canções longas e marcantes (vide a faixa título ou mesmo "One", um dos maiores singles da carreira).
"...And Justice For All" foi eleito em 2017 pela revista "Rolling Stone" o 21° maior álbum de Metal de todos os tempos.